Mitos e verdades sobre a chegada do homem à Lua

O primeiro homem a pisar na Lua foi o astronauta norte-americano Neil Armstrong em 1969, durante a missão Apollo 11.

Neste artigo, apresentamos os principais mitos e verdades sobre viagem do homem à Lua, para que você entenda melhor sobre o assunto.

Veja também: Por que o homem ainda não voltou à Lua?

Verdade: Números da missão Apollo 11

Para saber mais sobre a missão Apollo 11, leia: Apollo 11 | Tudo sobre a missão que levou o homem à Lua

Mito: Como não há vento na Lua, a bandeira não deveria se mover

A Lua não apresenta atmosfera, uma vez que a sua gravidade é muito baixa, por esse motivo, muitos acreditam que a bandeira fincada no chão por Neil Armstrong e Buzz Aldrin não deveria mover-se como nas filmagens.

No entanto, poucos entendem que a bandeira moveu-se daquela maneira em razão de sua própria inércia e não por conta de ventos ou qualquer coisa do tipo. A inércia é uma propriedade da matéria que mede a sua tendência de permanecer em repouso ou em movimento retilíneo, com velocidade constante, quando sujeita a uma força resultante nula.

O complexo movimento realizado pela bandeira é resultado de sua inércia.
O complexo movimento realizado pela bandeira é resultado de sua inércia. (Crédito: NASA)

Verdade: Os astronautas deixaram um espelho na Lua

Armstrong e Aldrin instalaram na superfície lunar um dispositivo óptico capaz de refletir ondas eletromagnéticas de volta à sua fonte emissora. Esse dispositivo, chamado de LRRR (lunar laser ranging experiment), é usado até os dias de hoje para medir com grande precisão a velocidade e a distância entre a Terra e a Lua. Além disso, na Lua, há um equipamento capaz de detectar a atividade decorrente de terremotos e impactos de meteoritos.

Mito: As estrelas deveriam aparecer nas fotos feitas pelos astronautas

Muitas pessoas acreditam que o homem nunca esteve na Lua já que não é possível enxergar as estrelas quando olhamos para as fotos tiradas durante o pouso na superfície lunar. Entretanto, isso é perfeitamente explicável.

Os astronautas encontravam-se na superfície da Lua, que era iluminada diretamente pela luz solar. Isso fazia com que as câmeras rudimentares da época diminuíssem sua abertura de fotografia e, com isso, não era possível fotografar os minúsculos pontos brilhantes que eram as estrelas. Possivelmente, com a tecnologia das câmeras fotográficas digitais, tiraríamos incríveis fotos de longa exposição que revelassem detalhes do céu noturno que não podem ser vistos daqui da Terra.

Nas fotos não é possível ver as estrelas em razão da abertura das câmeras.
Nas fotos não é possível ver as estrelas em razão da abertura das câmeras.

Verdade: Os astronautas trouxeram pedaços da Lua para a Terra

Enquanto estavam na superfície da Lua, os astronautas da missão Apollo 14 coletaram cerca de 23 kg de solo e rochas da superfície da Lua. Após o pouso e sua famosa frase, Armstrong descreveu o solo lunar como sendo formado por um pó bastante fino, escorregadio, depositado acima das rochas.

Mito: Os astronautas não sobreviveriam uma viagem à Lua devido à intensa radiação solar

Um mito bastante comum é o de que os astronautas não conseguiriam sair ilesos do cinturão de Van Allen, por causa dos grandes níveis de radiação presentes por lá. O cinturão de Van Allen é uma grande região que se encontra acima da atmosfera terrestre, entre 640 km e 58.000 km de altitude.

Nessa região, há um grande fluxo de partículas carregadas e extremamente energéticas como núcleos de átomo de Hélio que são emitidos pelo próprio Sol e raios cósmicos, responsáveis por produzir altos níveis de radiação. Entretanto, os norte-americanos já sabiam da existência do cinturão desde 1950, graças aos dados astronômicos coletados pelas sondas espaciais Explorer, Pioneer e Luna.

Além disso, sabemos que a espaçonave Apollo 11 atravessou o cinturão de Van Allen em menos de duas horas. O horário do lançamento também não foi escolhido ao acaso: a nave passou através do cinturão no momento em que a atividade da radiação encontrava-se em níveis mais baixos que o comum.

Durante seu período de travessia pelo cinturão de Van Allen, estima-se que a espaçonave Apollo 11 tenha sido exposta a 18 rads, uma unidade de medida de absorção de radiação: valor bastante abaixo daquilo que se considera nocivo ao ser humano, 200 rads. Mesmo sabendo que a exposição dos astronautas seria baixa, os engenheiros espaciais que participaram da missão lunar certificaram-se de isolar o exterior de nave, por essa razão, os astronautas absorveram nada mais que 0,18 rads ao longo dos 12 dias de missão.

O modulo Columbia era fortemente blindado contra radiações.
O modulo Columbia era fortemente blindado contra radiações. (Crédito: Ludovic FarineShutterstock)

Verdade: Os astronautas foram colocados em quarentena ao voltarem da Lua

Por precaução, os primeiros astronautas a pousar na Lua foram colocados em quarentena após o seu retorno à Terra. A espaçonave Apollo 11 pousou no mar, cerca de 1400 km a sudoeste do Havaí. Após terem sido resgatados, Armstrong e Aldrin foram colocados em quarentena durante 21 dias, como uma forma de garantir que eles não teriam trazido qualquer tipo de doenças consigo.

Mito: Há uma pedra escrita com a letra C na Lua

Esse mito diz que em uma das fotos tirada durante o pouso na Lua é possível ver uma letra C escrita em uma pequena pedra. No entanto, as fotos originais não mostram isso. De acordo com a NASA, a versão da foto em que é possível ver a letra foi possivelmente manipulada por alguém.

Verdade: Os astronautas deixaram algumas “lembrancinhas” na Lua

Na Lua, há cerca de 96 pacotes de excrementos humanos, deixados pelos 12 astronautas que já passam por lá, durante as 6 missões tripuladas. Há também 12 câmeras fotográficas Hasselblad, que foram deixadas para trás durante a missão Apollo 14. Na época, o astronauta Edgar Michel trouxe somente uma única câmera consigo, ele alegou não ter pego os filmes das outras câmeras, porque estava sem tempo. Além desses objetos, durante a missão Apollo 16, Charles Ducke deixou um retrato de sua família em solo lunar, no entanto, graças à intensa radiação solar na Lua, a foto provavelmente desbotou-se por completo.

Alguns experimentos, como um sismógrafo e um espelho refletor foram deixados na Lua na missão Apolo 11
Alguns experimentos, como um sismógrafo e um espelho refletor foram deixados na Lua na missão Apollo 11. (Crédito: Nasa)

Mito: O computador de bordo da Apollo 11 era “fraco”

Em comparação com os computadores utilizados hoje em dia, sim. No entanto, para a época do lançamento da espaçonave, tratava-se de um dos mais potentes computadores já produzidos. Juntos a NASA e MIT (Instituto de Tecnologia de Massachussets) desenvolveram um computador que funcionava com circuitos integrados de transistores e resistores, em uma época em que os computadores ocupavam salas inteiras. O AGC (Apollo Guidance Computer) tinha uma frequência assustadora de operação: 2.048 MHz, e uma memória equivalente a 76 kilobytes.

Por Me. Rafael Helerbrock


Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/mitos-verdades-sobre-chegada-homem-na-lua.htm