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O transplante de coração é um procedimento cirúrgico indicado em último caso, quando já foram esgotadas as demais alternativas para reverter os problemas cardíacos do paciente. Para receber um transplante de coração, o paciente deve se registrar no Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e aguardar a disponibilidade de um órgão que seja compatível com seu corpo.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre transplante de coração
- 2 - O que é transplante de coração?
- 3 - Quando é indicado fazer um transplante de coração?
- 4 - Como é feito o transplante de coração?
- 5 - Fila de transplante de coração
- 6 - Quando uma pessoa sai da lista do transplante de coração?
- 7 - Valor do transplante de coração
- 8 - Riscos do transplante de coração
- 9 - Pós-operatório do transplante de coração
- 10 - Expectativa de vida de um transplantado
- 11 - Quem pode ser um doador de coração?
Resumo sobre transplante de coração
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O transplante de coração é um procedimento cirúrgico que envolve a retirada do coração do paciente e sua substituição por um coração saudável.
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É indicado quando os demais tratamentos disponíveis não foram eficazes na cura do paciente.
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A fila de transplante de coração é, na realidade, uma lista de pacientes registrados no Sistema Nacional de Transplantes que aguardam um coração de um doador compatível.
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O custo de um transplante de coração pago pelo SUS é de cerca de R$37.052,69.
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Um dos maiores riscos do transplante de coração é a rejeição do órgão transplantado pelo corpo do paciente.
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Para ser um doador de coração, a pessoa deve ter seu falecimento comprovado por morte encefálica.
O que é transplante de coração?
O transplante de coração é um procedimento cirúrgico complexo realizado em pacientes que apresentam alguma doença ou disfunção nesse órgão que torna necessária a sua retirada e substituição por um outro coração saudável.
O transplante de coração depende da doação do coração de outra pessoa que deve ser compatível com o corpo do paciente que necessita do transplante. Dessa forma, o transplante de coração ocorre apenas quando o coração de uma pessoa falecida possui as características adequadas para ser transplantado no paciente que apresenta problemas cardíacos.
Quando é indicado fazer um transplante de coração?
O transplante de coração é indicado quando o paciente apresenta problemas cardíacos graves ou irreversíveis que impedem o funcionamento adequado do coração e que colocam em risco a sua saúde e até mesmo a sua vida.
O transplante de coração é a última alternativa à qual se recorre após terem sido realizados tratamentos que não foram eficazes na cura do paciente, restando como única solução a substituição de seu coração.
Leia também: Quais órgãos podem ser doados em vida?
Como é feito o transplante de coração?
O procedimento cirúrgico de transplante de coração se inicia com administração de anestesia geral no paciente, o qual se mantém inconsciente durante toda a cirurgia. Após, é realizada uma incisão no peito como forma de se acessar o coração, o qual é desconectado dos vasos sanguíneos e retirado do corpo. Durante todo o procedimento, o paciente se mantém conectado a uma máquina que desempenha o papel de bombeamento do sangue.
Após isso, o novo coração do doador é conectado ao corpo do paciente e as conexões entre os vasos sanguíneos são feitas, restabelecendo a circulação pelo corpo. Ao final do procedimento, a equipe médica fecha a incisão realizada no peito do paciente e o encaminha para o monitoramento no pós-operatório.
Fila de transplante de coração
Os pacientes que necessitam de um transplante de coração devem se inscrever no Sistema Nacional de Transplantes (SNT), um sistema coordenado pelo Ministério da Saúde e que é responsável pela regulamentação, pelo controle e pelo monitoramento dos transplantes realizados no país.
O Brasil possui o maior programa público de transplante de órgãos. Ele é assegurado a toda a população por meio do SUS, que financia aproximadamente 88% dos transplantes realizados no país. No entanto, apesar da grande quantidade de transplantes realizados, a quantidade de pessoas que necessitam receber um órgão transplantado é maior do que a disponibilidade dos órgãos.
Assim, a fila de transplante de coração é, na realidade, uma lista de pacientes registrados no Sistema Nacional de Transplantes que aguardam um coração de um doador compatível. É necessário ressaltar a importância da doação de órgãos e da criação de sistemas eficientes de doação que sejam capazes de reduzir o tempo de espera dos pacientes nas filas e aumentar as chances de sucesso do transplante.
Quando uma pessoa sai da lista do transplante de coração?
Uma pessoa sai da lista do transplante de coração quando se torna disponível um órgão doador compatível. O processo de seleção é complexo e envolve diversas variáveis, entre elas a gravidade da condição médica do paciente, a compatibilidade com o órgão doador, a posição que o paciente ocupa na lista, a proximidade geográfica entre o doador e o receptor, além de outros critérios, que podem variar dependendo do sistema de transplante de órgãos da região em que o paciente se encontra.
Valor do transplante de coração
Conforme os valores de referência de 2015, divulgados pela Secretaria de Saúde do Piauí, o custo de um transplante de coração pago pelo SUS é de R$37.052,69, abarcando os serviços hospitalares e profissionais. No entanto, esse montante não engloba os procedimentos de captação do órgão, exames pré-operatórios e medicamentos.
Riscos do transplante de coração
Assim como todo procedimento cirúrgico, o transplante de coração também apresenta riscos e, por se tratar de um procedimento complexo, exige uma equipe médica altamente especializada, instalações adequadas para a realização do procedimento e uma avaliação rigorosa do paciente que receberá o transplante assim como do coração que será transplantado.
Como o transplante de coração se trata da implantação de um órgão proveniente de outra pessoa, um dos principais fatores de risco desse procedimento é a rejeição do órgão pelo corpo do paciente que o receberá. O sistema imunológico do paciente que receberá o órgão pode reconhecer o coração transplantado como um corpo estranho e desencadear uma reação de rejeição em que o sistema imunológico “ataca” o órgão transplantado.
Para minimizar os riscos de rejeição, são realizados tratamentos à base de medicamentos que diminuem a resposta imune, mas que aumentam a suscetibilidade a infecções, podendo desencadear efeitos colaterais significativos, como diabetes, hipertensão arterial e insuficiência renal.
Pós-operatório do transplante de coração
Após o transplante de coração, o paciente deverá passar por um período de reabilitação cardíaca. Além das consultas médicas regulares e do uso indispensável de medicações imunossupressoras, ao longo de aproximadamente seis meses, os transplantados precisam participar de atividades físicas supervisionadas.
Expectativa de vida de um transplantado
Após o transplante de coração, o paciente transplantado apresenta melhora na sua sobrevida de 80,7% no primeiro ano e 59,7% no quinto ano após a operação. A sobrevida média do paciente adulto após o transplante gira em torno de 11 anos.
Quem pode ser um doador de coração?
Pode ser um doador de coração uma pessoa falecida que teve morte encefálica confirmada. A morte encefálica consiste na cessação das atividades de todas as partes do encéfalo, incluindo o tronco cerebral, região que controla a respiração, os batimentos cardíacos e a temperatura do corpo.
No Brasil, para que ocorra a doação do coração, é necessário que a família da pessoa falecida autorize a doação do órgão. Assim, aqueles que desejam tornar-se doadores de órgãos devem, primeiramente, conversar com seus familiares como forma de esclarecer sua intenção para que, após sua morte, a família autorize a retirada e doação dos órgãos.
A pessoa que deseja se tornar um doador de órgãos não necessita registrar por escrito ou em cartórios seu desejo, nem mesmo elaborar documentos que confirmem sua intenção de doar, sendo necessária apenas a comunicação aos seus familiares.
Não pode ser um doador de coração quem possui algumas doenças específicas, como alguns tipos de câncer e HIV.
Fontes
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