PUBLICIDADE
Quando o assunto é doação de órgãos, muitas dúvidas ainda persistem, principalmente no que diz respeito à doação realizada por doador falecido. Diante da importância do tema, separamos alguns mitos e verdades sobre a doação de órgãos que te ajudarão a conhecer melhor o processo de doação e a entender a importância desse ato.
Leia mais: Órgãos que podem ser doados em vida – o que a lei diz
Tópicos deste artigo
Mitos e verdades sobre doação de órgãos
1. Para que meus órgãos possam ser doados após minha morte, devo deixar um documento registrado em cartório expressando minha vontade.
MITO: Não é necessário deixar nenhum documento expressando a vontade de doar os próprios órgãos. Para doação é necessário apenas o consentimento da sua família, portanto, a vontade deve ser expressa aos seus parentes, para que eles, no momento correto, autorizem a doação.
2. Um único doador pode salvar até 10 vidas.
VERDADE: Quando morremos, vários órgãos podem ser doados e, desse modo, ajudar pessoas que deles necessitam. Uma única pessoa pode, ao doar órgãos e tecidos, ajudar pelo menos 10 pessoas a melhorarem sua qualidade de vida ou até mesmo garantirem sua sobrevivência.
Leia também: Doação de sangue – quem pode ou não pode doar, etapas da triagem
4. Médicos podem confundir a morte encefálica com o coma e retirar os órgãos de uma pessoa sem que ela esteja verdadeiramente morta.
MITO: O coma e a morte encefálica são duas situações muito distintas e bem reconhecidas pelas equipes médicas. Para que a morte encefálica seja declarada, é importante que vários critérios sejam seguidos e que seja comprovada a inatividade do encéfalo também por meio de exames. A avaliação é feita por dois médicos diferentes, e cada avaliação é feita com um intervalo mínimo de seis horas. A morte encefálica diferencia-se do coma, pois nessa última situação observa-se a atividade cerebral.
4. Após a doação de órgãos de doador falecido, não se pode velar o corpo, pois o indivíduo fica com deformidades.
MITO: O corpo do doador de órgãos é completamente preparado após a doação para que seja devolvido sem deformidades para os seus familiares. Vale salientar que é considerado crime, pela Lei nº. 9.434, de 4 de fevereiro de 1997, deixar de recompor o cadáver, devolvendo-lhe aspecto condigno, para sepultamento ou deixar de entregar ou retardar sua entrega aos familiares ou interessados.
5. Não é possível escolher o doador no caso da doação de órgãos após a morte.
VERDADE: Na doação em vida, o doador pode escolher para quem seu órgão será doado, entretanto, quando a doação ocorre após a morte, os órgãos serão doados para receptores que aguardam em uma lista única de espera. Vale salientar que, em vida, você pode realizar a doação para um familiar de até quarto grau ou o cônjuge. A doação para pessoas sem esses vínculos dependerá de autorização judicial.
7. Caso não queira doar meus órgãos, posso vendê-los a quem precisa.
MITO: A compra e venda de órgãos é proibida por lei em nosso país. De acordo com a Lei nº. 9.434, de 4 de fevereiro de 1997, é crime comprar ou vender tecidos, órgãos ou partes do corpo humano. A pena é de reclusão, de três a oito anos, e multa, de 200 a 360 dias-multa. Ainda de acordo com a lei, incorre na mesma pena quem promove, intermedeia, facilita ou aufere qualquer vantagem com a transação.
Leia também: Doação de medula óssea – o que é e como é feita
7. Idosos também podem doar órgãos.
VERDADE: Idosos também podem doar órgãos. O que determina se uma pessoa pode ou não doar um órgão é a sua saúde e não sua idade. Assim sendo, não existe limite de idade para doar.
8. Pessoas mais ricas que estão na fila de transplante conseguem os órgãos primeiro.
MITO: No Brasil temos uma lista de espera única, na qual estão cadastradas pessoas que necessitam de órgãos e tecidos. A posição do paciente na lista é determinada, entre outros critérios, pela urgência do transplante e o tempo que a pessoa espera por esse órgão. A condição financeira, nesses casos, não é avaliada.
9. A família do doador não terá custos com a doação.
VERDADE: A doação de órgãos não gera custos para a família do doador. Vale destacar que a família também não receberá nenhum tipo de pagamento pela doação.
10. Pessoas sem a identificação tornam-se imediatamente doadoras de órgãos.
MITO: De acordo com a Lei nº. 9.434, de 4 de fevereiro de 1997, é vedada a remoção post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoas não identificadas.