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O candomblé é uma religião afro-brasileira que combina elementos das religiões africanas tradicionais com influências do catolicismo e do espiritismo, centrada no culto aos Orixás, que representam forças da natureza e aspectos da vida humana. Suas crenças incluem a veneração dos Orixás como intermediários entre o mundo espiritual e o material, a presença de um Orixá protetor para cada pessoa e a importância do Axé, a força vital que garante equilíbrio e harmonia. Os rituais são caracterizados por danças, músicas, cânticos, oferendas de alimentos e, ocasionalmente, sacrifícios de animais, realizados para invocar e agradar os Orixás. Dividido em nações como Ketu, Jeje e Angola, o candomblé segue tradições específicas das culturas africanas de onde se originaram, mas todas compartilham a essência do culto aos Orixás.
Leia também: Hinduísmo — uma das religiões mais antigas do mundo e uma das principais religiões da atualidade
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre o candomblé
- 2 - O que é candomblé?
- 3 - Crenças do candomblé
- 4 - Rituais do candomblé
- 5 - Orixás e entidades do candomblé
- 6 - Nações do candomblé
- 7 - Origem e história do candomblé
- 8 - Candomblé no Brasil
- 9 - Diferenças entre candomblé e umbanda
- 10 - Dia Nacional do Candomblé
- 11 - Curiosidades sobre o candomblé
Resumo sobre o candomblé
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Candomblé é uma religião afro-brasileira que combina elementos das religiões africanas tradicionais com influências do catolicismo e do espiritismo.
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As crenças do candomblé incluem a veneração dos Orixás como intermediários entre o mundo espiritual e o material, a presença de um Orixá protetor para cada pessoa, e a importância do Axé, a força vital que permeia todas as coisas e garante equilíbrio e harmonia.
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Os rituais do candomblé são caracterizados por danças, músicas, cânticos, oferendas de alimentos e, ocasionalmente, sacrifícios de animais, realizados para invocar e agradar os Orixás, mantendo assim o equilíbrio do Axé.
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Os Orixás são divindades que representam elementos da natureza e aspectos da vida, como Oxalá, Iemanjá, Xangô, Ogum e Oxum, cada um com suas próprias cores, símbolos e preferências.
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O candomblé é dividido em nações, como Ketu, Jeje e Angola, cada uma seguindo tradições e rituais específicos das culturas africanas de onde se originaram, mas todas compartilhando a essência do culto aos Orixás e a conexão com as raízes africanas.
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O candomblé originou-se na África Ocidental e foi trazido ao Brasil pelos africanos escravizados, que adaptaram suas crenças e rituais para sobreviver à repressão colonial, e ganhou visibilidade e aceitação após a abolição da escravidão, preservando suas tradições até hoje.
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No Brasil, o candomblé se estabeleceu principalmente na Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo, com os terreiros de candomblé servindo como centros de culto e resistência cultural.
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Embora candomblé e umbanda compartilhem influências africanas, o candomblé é mais rígido em suas práticas e tradições africanas, enquanto a umbanda é uma religião sincrética que incorpora elementos do espiritismo, catolicismo e tradições indígenas brasileiras, sendo mais flexível e integrativa.
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O Dia Nacional das Tradições de Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé é celebrado no dia 21 de março.
O que é candomblé?
Candomblé é uma religião afro-brasileira que mistura elementos das religiões tradicionais africanas com influências do catolicismo e do espiritismo. Originou-se na África Ocidental e foi trazido para o Brasil durante o período colonial, quando milhões de africanos foram trazidos como escravos. O candomblé é uma religião baseada no culto aos Orixás, que são deuses ou entidades divinas que representam forças da natureza e aspectos da vida humana. É uma religião de forte ligação com a natureza, em que cada Orixá está associado a elementos como água, fogo, terra e ar.
Crenças do candomblé
No candomblé, acredita-se que os Orixás são intermediários entre o mundo espiritual e o mundo material, e que eles podem influenciar a vida das pessoas de diversas maneiras. Cada pessoa tem um Orixá protetor, conhecido como "Orixá de cabeça", que guia e protege durante a vida.
Além disso, o candomblé acredita na existência de ancestrais venerados, que são espíritos de pessoas que já faleceram e que continuam a influenciar a vida dos vivos.
Outra crença central do candomblé é o Axé, que é uma força vital que permeia todas as coisas. O Axé pode ser transmitido através de rituais, objetos sagrados e cânticos, e é fundamental para o equilíbrio e harmonia na vida das pessoas. A manutenção do Axé é crucial, pois é ele que mantém a conexão entre os seres humanos, os Orixás e a natureza.
Rituais do candomblé
Os rituais do candomblé são complexos e variam de acordo com a nação e a casa de culto. No entanto, alguns elementos são comuns a todos os rituais. A dança, a música e os cânticos são partes essenciais dos rituais, sendo utilizados para invocar os Orixás e criar um ambiente propício para a comunicação com o mundo espiritual. Os instrumentos musicais, como atabaques e agogôs, são utilizados para marcar o ritmo das danças e cânticos.
Esses rituais geralmente incluem oferendas de alimentos, bebidas, e objetos sagrados aos Orixás. Cada Orixá tem suas preferências específicas, e as oferendas são preparadas de acordo com essas preferências. Os rituais também podem incluir sacrifícios de animais, que são realizados de maneira respeitosa e cerimonial para fortalecer o Axé.
Iniciações são rituais importantes no candomblé. Durante a iniciação, o iniciado passa por um período de reclusão e aprendizado, quando é ensinado sobre seu Orixá de cabeça, os cânticos, danças e rituais da religião. A iniciação é considerada um renascimento espiritual e é marcada por uma série de rituais específicos que culminam com a apresentação do novo iniciado à comunidade.
Orixás e entidades do candomblé
Os Orixás são divindades que representam forças da natureza e aspectos da vida humana. Cada Orixá tem sua própria personalidade, símbolos, cores, comidas preferidas e rituais específicos. Alguns dos Orixás mais conhecidos são:
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Oxalá: o Orixá da criação e da paz, associado ao branco e às pombas.
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Iemanjá: a rainha do mar, associada às águas salgadas e à maternidade.
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Xangô: o Orixá da justiça e dos raios, associado ao trovão e às pedras.
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Ogum: o Orixá da guerra e do ferro, associado às armas e às batalhas.
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Oxum: a deusa do amor e da fertilidade, associada às águas doces e ao ouro.
Importante: Além dos Orixás, o candomblé também cultua outras entidades espirituais, como os ancestrais venerados e os Exus, que são mensageiros entre os Orixás e os seres humanos. Os Exus são conhecidos por sua natureza dual, podendo tanto ajudar quanto causar dificuldades, dependendo do equilíbrio e do respeito demonstrado nos rituais.
Para saber mais sobre os orixás, clique aqui.
Nações do candomblé
O candomblé é dividido em diferentes nações, que são grupos que seguem tradições e rituais específicos baseados nas culturas de diferentes regiões da África. As principais nações do candomblé são:
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Ketu: originária do grupo iorubá, é uma das nações mais difundidas no Brasil. Seus rituais são caracterizados pelo uso de cânticos em iorubá e a veneração dos Orixás.
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Jeje: baseada nas tradições do povo ewe-fon, do atual Benim. Seus rituais são conhecidos pela invocação dos Voduns, que são entidades semelhantes aos Orixás.
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Angola: baseada nas tradições dos povos bantu, principalmente de Angola e Congo. Seus rituais utilizam cânticos em línguas bantu e veneram os Inkices, que são equivalentes aos Orixás.
Cada nação tem suas particularidades, mas todas compartilham a essência do culto aos Orixás e a conexão com as raízes africanas.
Origem e história do candomblé
O candomblé tem suas origens na África Ocidental, de onde milhões de africanos foram trazidos ao Brasil como escravos entre os séculos XVI e XIX. Os escravos africanos trouxeram com eles suas crenças, rituais e tradições, que foram adaptados e misturados com elementos do catolicismo e do espiritismo no Brasil.
Durante o período colonial, o candomblé foi reprimido e praticado em segredo devido à perseguição religiosa e à tentativa de imposição do catolicismo pelos colonizadores portugueses. Os africanos escravizados mantinham suas práticas religiosas escondidas, muitas vezes disfarçando seus Orixás como santos católicos para evitar a perseguição.
Com o fim da escravidão no Brasil em 1888, o candomblé começou a ganhar mais visibilidade e aceitação, embora ainda enfrentasse discriminação. No século XX, a religião passou por um processo de revitalização e reconhecimento, com a criação de terreiros e a disseminação de conhecimento sobre suas práticas e crenças.
Candomblé no Brasil
No Brasil, o candomblé se estabeleceu principalmente nas regiões Nordeste e Sudeste, com destaque para os estados da Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. A Bahia, em particular, é considerada o berço do candomblé no Brasil, com Salvador sendo um importante centro cultural e religioso para a religião.
Os terreiros de candomblé, também conhecidos como casas de culto, são os locais onde os rituais são realizados e onde os praticantes se reúnem para celebrar os Orixás. Cada terreiro é liderado por um Babalorixá (pai de santo) ou uma Ialorixá (mãe de santo), que são responsáveis por conduzir os rituais e orientar os iniciados.
O candomblé desempenha um papel importante na preservação da cultura africana no Brasil, promovendo a valorização das raízes africanas e a resistência cultural contra a discriminação e o preconceito.
Diferenças entre candomblé e umbanda
Embora o candomblé e a umbanda compartilhem algumas semelhanças, como a influência das religiões africanas e a presença de espíritos e entidades, existem diferenças significativas entre as duas religiões:
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Candomblé: é uma religião afro-brasileira que que combina elementos das religiões africanas tradicionais com influências do catolicismo e do espiritismo. Tem suas origens na África Ocidental e é conhecida por ser mais rígida em suas práticas e rituais, mantendo uma forte conexão com as tradições africanas. É uma religião baseada no culto aos Orixás, que são deuses ou entidades divinas que representam forças da natureza e aspectos da vida humana. Além dos Orixás, o candomblé também cultua outras entidades espirituais, como os ancestrais venerados e os Exus.
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Umbanda: é uma religião afro-brasileira sincrética que combina elementos do candomblé, do espiritismo, do catolicismo e das tradições indígenas brasileiras. Foi fundada no início do século XX no Rio de Janeiro e é conhecida por sua flexibilidade e adaptabilidade, incorporando elementos de diversas tradições religiosas. A umbanda é mais aberta à integração de diferentes influências. Na umbanda, além dos Orixás, há a presença de outras entidades espirituais, como os Caboclos (espíritos de índios) e os Pretos Velhos (espíritos de antigos escravos), que são venerados e consultados em sessões de incorporação.
Para saber mais detalhes sobre a diferença entre candomblé e umbanda, clique aqui.
Dia Nacional do Candomblé
Em 2023, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 14.519/2023, que criou o Dia Nacional das Tradições de Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, celebrado no dia 21 de março.
Curiosidades sobre o candomblé
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Calendário litúrgico: o candomblé possui um calendário litúrgico com festas e celebrações específicas para cada Orixá. As festas são ocasiões de grande importância, nas quais são realizados rituais, danças e oferendas para honrar os Orixás.
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Roupas e adereços: as roupas usadas nos rituais do candomblé são coloridas e adornadas com miçangas e bordados. Cada Orixá tem suas cores e símbolos específicos, e os praticantes se vestem de acordo com o Orixá que estão cultuando.
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Comidas sagradas: as oferendas de alimentos são uma parte importante dos rituais do candomblé. Cada Orixá tem suas preferências alimentares, e os pratos são preparados com grande cuidado e devoção. Algumas comidas sagradas são o acarajé (para Iansã), o vatapá (para Oxum) e o caruru (para Xangô).
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Simbolismo dos atabaques: os atabaques são tambores sagrados utilizados nos rituais do candomblé. Eles são considerados instrumentos que possuem Axé e são usados para chamar os Orixás e marcar o ritmo das danças e cânticos.
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Iniciação e segredos: o processo de iniciação no candomblé é envolto em segredos e mistérios. Os iniciados passam por um período de aprendizado e reclusão, quando são ensinados sobre os rituais e segredos da religião. A iniciação é vista como um renascimento espiritual e uma profunda conexão com o Orixá de cabeça.
Crédito de imagem
[1] Clara Angeleas / Ministério da Cultura / Wikimedia Commons (reprodução)
Fontes
AGÊNCIA SENADO. Sancionada lei que cria Dia Nacional do Candomblé. Senado Notícias. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2023/01/06/sancionada-lei-que-cria-dia-nacional-do-candomble.
KILEUY,Odé. O candomblé bem explicado: Nações Bantu, Iorubá e Fo. Pallas, 2009
PARÉS, Nicolau. A formação do candomblé: História e ritual da nação jeje na Bahia. Editora da Unicamp: 2018