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As 10 dicas para evitar erros comuns de português que listamos neste texto ajudarão você a escrever melhor. Em contextos formais, devemos seguir as regras da gramática normativa. Até os grandes conhecedores desse tipo de gramática, uma vez ou outra, acabam cometendo alguns descuidos. Veja a seguir como você pode evitá-los.
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1. Tenha o hábito da leitura
Você já deve ter ouvido a expressão: “Quem lê, viaja.” Mas, além de viajar, você também aprende. Isso porque você lê certas palavras tantas vezes, em textos diferentes, que acaba memorizando a forma de escrever tais palavras. Então, leia romances, contos, poesias, jornais, revistas, enfim, o tipo de leitura que for mais do seu agrado.
2. Consulte dicionários
Você também já deve ter ouvido a expressão: “Ninguém nasce sabendo.” E é verdade, há muita informação para guardar. Portanto, é comum ficar na dúvida se uma palavra é escrita desta ou daquela forma. Para eliminar a dúvida, existem dicionários, inclusive digitais e gratuitos. Não tenha vergonha nem preguiça de consultar essas obras.
Veja também: Senão ou se não — qual a forma correta?
3. Consulte gramáticas
A gramática normativa traz as regras do português padrão ou formal. Então, é bom ter sempre uma por perto. Consulte o sumário da gramática e busque aquele tópico capaz de solucionar a sua dúvida. Com esse hábito, você acaba aprendendo e internalizando certas regrinhas preciosas.
As gramáticas normalmente são divididas em:
-
fonética e fonologia — estuda a fala ou sons da língua;
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morfologia — estuda a estrutura e formação das palavras, além de apresentar as classes de palavras;
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sintaxe — estuda a oração e a relação entre os seus termos;
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semântica — estuda a significação das palavras;
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estilística — estuda as figuras e vícios de linguagem.
4. Use o corretor ortográfico do seu editor de textos
Se você estiver escrevendo em um editor de textos, é possível recorrer ao corretor ortográfico. Ele vai apontar os possíveis erros de seu texto. Mas atenção! O corretor não é infalível e, às vezes, também se equivoca. Então, não aceite cegamente a sugestão do corretor. Se ficar na dúvida, recorra a dicionários e gramáticas.
5. Revise o texto horas depois de finalizar a escrita
Esta talvez seja a dica mais importante. Afinal, depois de algumas horas distante do texto escrito, conseguimos ver erros que não víamos antes. Qualquer pessoa que tem o hábito da escrita, sabe disso. Esse afastamento nos torna um pouco mais objetivos e, assim, é possível enxergar os erros que, em uma primeira leitura, pareciam não existir.
6. Fique atento(a) aos homônimos e parônimos
Os erros mais comuns de português estão relacionados aos homônimos e parônimos. Homônimos são termos que apresentam a mesma pronúncia e/ou grafia, mas significados distintos. Já parônimos são vocábulos semelhantes, seja na pronúncia ou na escrita, e isso pode confundir.
Exemplos de homônimos:
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“concerto” (musical) e “conserto” (reparo);
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“cela” (prisão) e “sela” (de cavalo);
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“cerrar” (fechar) e “serrar” (cortar com serra).
Exemplos de parônimos:
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“coro” e “couro”;
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“emergir” e “imergir”;
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“descrição” e “discrição”.
Faça uma listinha de palavras homônimas e parônimas. Estude esses dois fenômenos, e você dificilmente vai cometer esse tipo de erro.
7. Cuidado com o uso de x e ch
Outro erro bastante comum, cometido até por escritores experientes, é trocar o “x” por “ch” ou vice-versa. Por isso, vamos mostrar agora algumas regras de uso do “x”:
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após ditongo: peixe, caixa, etc.; exceção: recauchutar e derivados;
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depois de “en-”: enxugar, enxada, etc.; exceções: encher, enchova e palavras com prefixo “en-”: encharcar, por exemplo;
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após “me-” no início da palavra: mexerico, mexicano, etc.; exceção: o substantivo “mecha”;
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termos de origem indígena ou africana: xavante, xangô, etc.;
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palavras aportuguesadas do inglês: xampu, etc.
Porém, o uso de “x” e “ch”, na maioria das vezes, tem uma justificativa etimológica, isto é, que remete à origem da palavra. Talvez por isso, os erros são tão frequentes. Nesse caso, voltamos à dica 2: é sempre bom buscar um dicionário.
8. Cuidado com o uso de g e j
Outro erro bastante frequente é trocar “g” por “j” e vice-versa. Então saiba que usamos “g” após “a-” inicial: agente, agitado, etc.; com exceção de “ajeitar” e derivados. Também usamos “g” em termos terminados com:
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“-agem”, “-igem” e “-ugem”: garagem; fuligem, ferrugem, etc.; exceções: pajem e lambujem;
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“-ágio”, “-égio”, “-ígio”, “-ógio” e “-úgio”: pedágio, régio, vestígio, relógio, refúgio, etc.
No mais, sabemos que o “j” é usado em palavras de origem indígena e africana, como “pajé” e “jiló”. Porém, é bom lembrar que também há muitos vocábulos em que o uso de “g” ou “j” só se explica por motivos etimológicos. Portanto, na dúvida, consulte um dicionário.
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9. Cuidado com o uso de ç e ss
Quem nunca ficou em dúvida se devia escrever uma palavra com “ç” ou “ss”? Então saiba que substantivos e adjetivos derivados de verbos cujo radical apresenta o fragmento “ced” são escritos com “ss”. Vejamos:
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interceder: intercessão;
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exceder: excessivo.
Já palavras derivadas de verbos terminados em “-ter” são grafadas com “ç”:
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abster: abstenção;
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obter: obtenção;
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conter: contenção.
Contudo, há muitas palavras em que o uso de “ç” ou “ss” só pode ser justificado a partir de uma análise etimológica. E, novamente, o dicionário se torna um instrumento extremamente eficaz.
10. Estude as regras de acentuação
Há pessoas que escrevem em português como se estivessem escrevendo em inglês, isto é, sem nenhum sinal de acentuação. Porém, a língua portuguesa apresenta várias regras de acentuação. E a única forma de não errar é conhecer essas regras muito bem.
Fontes
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. 45. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2002.
NICOLA, José de; INFANTE, Ulisses. Gramática contemporânea da língua portuguesa. 9. ed. São Paulo: Editora Scipione, 1992.
Por Warley Souza
Professor de Português