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Neônio (Ne)

O neônio é o segundo gás nobre mais abundante do planeta, muito inerte quimicamente e conhecido pelo seu uso em letreiros luminosos.

Símbolo, número atômico e massa atômica do elemento químico neônio (Ne).
Descoberto no final do século XIX, o uso mais conhecido do neônio é nos painéis de neon.
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O neônio é um gás nobre do segundo período da Tabela Periódica. Dentre os elementos desse grupo, é o segundo mais abundante da atmosfera terrestre, ficando atrás do Ar, e o que possui o segundo menor ponto de ebulição, ficando atrás do He. É caracterizado pela alta energia de ionização, além de ser incolor, inodoro, insípido e quimicamente inerte.

Esse elemento é obtido como subproduto da liquefação do ar atmosférico seguido pela sua destilação fracionada. É um elemento de poucos usos, mas muito conhecido pela sua utilização em sinais e avisos luminosos. Em sua forma líquida possui um grande potencial refrigerante, bem maior que o hélio e o hidrogênio, por exemplo. Foi descoberto já no final do século XIX, por Sir William Ramsay e Lord Rayleigh.

Leia também: Criptônio — um gás nobre de baixíssima ocorrência no ar atmosférico

Tópicos deste artigo

Resumo sobre o neônio

  • O neônio é um gás nobre (grupo 18 da Tabela Periódica), composto por três isótopos naturais.

  • O neônio, assim como os outros elementos desse grupo, apresenta-se como um gás monoatômico em temperatura ambiente, sendo inerte quimicamente, insípido, inodoro e incolor.

  • Sua alta energia de ionização dificulta verificar a obtenção de compostos.

  • É o quarto maior constituinte da atmosfera terrestre e o segundo gás nobre mais abundante dela.

  • É obtido como subproduto da liquefação do ar atmosférico seguido pela sua destilação fracionada.

  • Pode ser usado em letreiros luminosos e, quando líquido, como líquido refrigerante.

  • Foi descoberto no fim do século XIX, por meio dos estudos de Lord Reyligh e Sir William Ramsay.

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Propriedades do neônio

  • Símbolo: Ne.

  • Número atômico: 10.

  • Massa atômica: 20,1797 u.m.a.

  • Ponto de fusão: 248,609 °C.

  • Ponto de ebulição: - 246,053 °C.

  • Densidade: 0,89990 g/L (1 atm, 0 °C) / 1,204 g/cm³ (no ponto de ebulição).

  • Eletronegatividade:

  • Configuração eletrônica: [He] 2s2 2p6.

  • Série química: ametais, gases nobres, elementos do grupo 18, elementos representativos, elementos do grupo p.

Características do neônio

Como os demais gases nobres, o neônio é quimicamente inerte (afinal, possui octeto completo), é incolor, inodoro, insípido, apresenta-se como um gás monoatômico, de baixo ponto de ebulição e com altíssima energia de ionização. No caso do neônio, a primeira energia de ionização é de 21,56 eV, a segunda maior dentre todos os elementos da tabela, ficando atrás apenas do gás nobre He.

Essa alta energia de ionização deixa em aberto se de fato é possível a existência de compostos de neônio. Em tubos de descarga a vácuo, o neônio apresenta um brilho avermelhado, sendo o mais intenso dentre os gases nobres. O neônio natural é uma mistura de três isótopos, sendo que foi o primeiro elemento não radioativo em que se observou tal fenômeno.

Onde neônio é encontrado?

O neônio é um raro elemento gasoso encontrado na atmosfera terrestre, com um teor de 0,001818% por volume de ar seco, ou seja, algo na faixa de 18 mL de gás neônio a cada mil litros de ar, sendo o quarto gás mais abundante, após nitrogênio, oxigênio e argônio. Na crosta terrestre, possui um teor médio de aproximadamente 7 x 10-5 ppm, enquanto na água do mar esse teor é na faixa dos 2 x 10-4 ppm.

Obtenção do neônio

O ar atmosférico acaba sendo a única fonte industrial viável para a obtenção dos gases raros, com exceção do gás hélio. Assim sendo, o neônio é obtido como subproduto da liquefação do ar, sendo separado dos demais componentes gasosos por uma destilação fracionada posterior. O neônio pode ser ainda purificado por métodos de adsorção, de modo a obter teores próximos de 99% do gás. A produção mundial de neônio é estimada em cerca de 1 tonelada por ano.

Para que serve o neônio?

Painel de neon, com o escrito “neon”, feito a partir do gás neônio.
Painéis de neon são feitos de gás neônio.

Para a sociedade de forma geral, talvez o uso mais conhecido do gás neônio seja o da sua utilização em placas de sinalização e avisos.

Junto ao gás hélio, o neônio forma um laser (HeNe), utilizado, por exemplo, para escanear códigos de barras, em tocadores de CDs e em aplicações médicas, como cirurgias oftamológicas a laser, além da análise de células sanguíneas. Também é usado na fabricação de indicadores de alta tensão e para-raios.

O neônio líquido é um líquido refrigerante economicamente viável, 40 vezes mais refrigerante que o hélio e mais de três vezes mais refrigerante que o hidrogênio líquido.

Veja também: Xenônio — um gás nobre usado principalmente na fabricação de lâmpadas

História do neônio

Apesar de serem constituintes majoritários da atmosfera terrestre, os gases nobres só começaram a ser descobertos no ano de 1785, quando Henry Cavendish isolou o mais abundante de todos, o argônio.

O próprio Cavendish, aliás, não reconhecia o argônio como um novo elemento químico, e, até o final do século XIX, não se acreditava que nada de novo poderia sair da tão investigada atmosfera, do ponto de vista químico. Até que, em 1894, Sir William Ramsay e Lord Rayleigh anunciam a descoberta do elemento químico neônio.

Isso marcou o início de uma nova era de descobertas científicas, que permitiu que Ramsay e seus colaboradores isolassem, no intervalo de poucos anos, um grupo inteiro de novos elementos (os gases nobres).

O nome neônio foi sugerido pelo filho de Ramsay, Willie, à altura com 13 anos. Ele havia sugerido “novum”, a palavra em latim para “novo”, mas o escocês adotou “neon”, de raíz grega, por soar melhor no inglês.

 

Por Stéfano Araújo Novais
Professor de Química

Escritor do artigo
Escrito por: Stéfano Araújo Novais Stéfano Araújo Novais, além de pai da Celina, é também professor de Química da rede privada de ensino do Rio de Janeiro. É bacharel em Química Industrial pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e mestre em Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

NOVAIS, Stéfano Araújo. "Neônio (Ne)"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/quimica/gas-neonio.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

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