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As lâmpadas incandescentes estão presentes na maioria das casas dos brasileiros. Elas são formadas por um tubo de vidro que possui um filamento de tungstênio por onde passa a corrente elétrica, aquecendo os átomos que o compõem e gerando a luminosidade amarela.
Mas essa grande utilização dessas lâmpadas deve mudar, pois, a partir de 30 de junho de 2014, a fabricação e a importação de lâmpadas incandescentes de 60 W serão encerradas no Brasil.
Isso está de acordo com a portaria Nº 1.007, de 31 de dezembro de 2012, estabelecida em conjunto entre o Ministério de Minas e Energia, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Segundo especificado por essa portaria, as lâmpadas incandescentes de 61 a 200 W já estavam proibidas, mas as que possuem entre 61 e 150 W poderiam ser vendidas até 31 dezembro de 2013.
Agora as lâmpadas incandescentes de 60 W também estão proibidas, mas as que estiverem no estoque poderão ser vendidas até 30 dezembro de 2014. Já os donos de supermercados e outros comércios atacadistas e varejistas poderão vendê-las por mais 1 ano.
Fica estabelecido também que as lâmpadas incandescentes de 25 e 40 W deixarão de ser produzidas até 2015. Até 2016, as lâmpadas incandescentes com potência menor que 25 W serão substituídas, o que resultará na eliminação de todas as lâmpadas desse tipo.
Os brasileiros terão três opções de compra: halógenas com bulbo, fluorescentes compactas e as de LED.
A notícia do fim das lâmpadas incandescentes não foi vista com bons olhos por muitos e existem opiniões diversas sobre o assunto. Muitos não gostaram da medida porque o valor de compra dessas três opções é bem superior ao da lâmpada incandescente. Além disso, muitos arquitetos e designers precisarão se virar, já que a bela cor amarelada das lâmpadas incandescentes, que cria um ambiente mais intimista e confortável, não é reproduzida de maneira idêntica pelas demais. Além disso, essa luz amarelada é importante para a produção de melatonina, um hormônio que regula o ciclo biológico do indivíduo, fazendo-o relaxar, lembrando a cor das velas.
Outros apontam ainda para mais um fator: as lâmpadas fluorescentes contêm mercúrio, por isso, se não receberem o destino correto, podem acabar poluindo o meio ambiente com esse metal pesado.
Entretanto, essa medida foi tomada principalmente em virtude da procura por eficiência energética, para que haja um menor gasto de energia elétrica, ainda mais agora que, em face da escassez de chuvas, os reservatórios das hidrelétricas ficaram em níveis muito baixos.
Apesar de serem mais caras, o custo/benefício a longo prazo do uso das lâmpadas fluorescentes compensa, pois, conforme ilustrado a seguir, elas são bem mais econômicas que as lâmpadas incandescentes.
Lâmpada halógena, fluorescente e LED em comparação com o consumo de energia de lâmpada incandescente
A título de comparação, se todas as casas no território brasileiro substituíssem as suas lâmpadas incandescentes de 61 a 100 W por lâmpadas fluorescentes compactas, isso resultaria em uma economia de 2,2 bilhões de kWh por ano, o que daria para sustentar toda a cidade de Recife por dois anos.
Essa economia vai também para o bolso do consumidor, pois, se fossem substituídas 10 lâmpadas incandescentes de 60 W de uma residência por lâmpadas de LED, isso resultaria em uma economia de 200 reais por ano.
Além disso, a durabilidade das lâmpadas fluorescentes é maior. Enquanto as incandescentes duram cerca de 750 horas, as fluorescentes têm vida média de 6000 horas.
As lâmpadas fluorescentes economizam mais energia e dinheiro que as incandescentes
Existem, porém, os que defendem que essa durabilidade é relativa, pois elas somente são consideradas de fato econômicas quando possuem grande vida útil, o que ocorre em lugares onde elas ficam acesas por muito tempo. Por outro lado, em locais onde elas são ligadas e desligadas em intervalos pequenos, essa durabilidade diminui e a relação custo/benefício fica comprometida.
Falando agora do meio ambiente, outro ponto fraco das incandescentes é que, além de requisitarem mais eletricidade, elas agravam o problema do aquecimento global, lançando mais gás carbônico na atmosfera e gerando muito calor. Cerca de 95% da energia consumida por elas é transformada em calor, apenas 5% são convertidos em luminosidade. Isso leva a um maior uso de ventiladores e ar-condicionados.
Quanto ao vapor de mercúrio que existe nas lâmpadas fluorescentes, um aspecto importante é conscientizar a população sobre a destinação correta após o seu uso, ou seja, armazená-las adequadamente, de preferência nas caixas de papelão originais, não quebrá-las e levar a postos de coleta que realizarão a sua reciclagem. Veja como isso é feito no texto Reciclagem de lâmpadas fluorescentes.
O designer das lâmpadas fluorescentes e de LED são mais modernos. Quanto à cor, as que se aproximam melhor do tom amarelado são as halógenas e as de LED.
E você? O que achou dessa decisão? Informe-se por diversas fontes confiáveis a fim de formar a sua opinião e ajudá-lo a tomar o seu lado nessa questão.
Por Jennifer Fogaça
Graduada em Química