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O gás carbônico ou dióxido de carbono (CO2) é conhecido como um poluente atmosférico. No entanto, a sua ocorrência é natural e necessária porque ele é um dos gases que causam o efeito estufa que mantém a temperatura do nosso planeta agradável.
Infelizmente, principalmente a partir da Revolução Industrial, a concentração de gás carbônico na atmosfera vem crescendo cada vez mais. Esse gás é um dos produtos da queima dos combustíveis fósseis, como a gasolina, o óleo diesel e o carvão. Assim, o efeito estufa vem sendo intensificado, gerando o aquecimento global.
Mas cientistas da empresa inglesa Air Fuel Syntesis afirmaram que conseguiram a façanha de transformar gás carbônico em gasolina. Já imaginou? Além de retirar o CO2 da atmosfera, reduzindo a poluição e o aquecimento global, ainda por cima conseguem uma nova fonte de combustível! Essa notícia de que cientistas conseguiram transformar poluição em combustível é realmente interessante, para dizer o mínimo, não acha?!
Mas como esses cientistas conseguem transformar gás carbônico em gasolina? De forma simplificada, eles recolhem o ar atmosférico por meio de tubulações, reagindo-o com hidróxido de sódio para separar o gás carbônico. Ao passar corrente elétrica pelo CO2, ele é quebrado e obtém-se o carbono, que, por sua vez, é colocado para reagir com o gás hidrogênio (H2).
Porém, de onde surgiu esse gás hidrogênio? Ele veio da eletrólise da água, que é um processo no qual se passa uma corrente elétrica pela água, levando-a à sua decomposição, isto é, à separação dos gases que a compõem, que são o gás hidrogênio e o oxigênio.
2 H2O → 2 H2 + 1 O2
No minirreator, o carbono e o hidrogênio geram hidrocarbonetos que compõem a gasolina (mistura de hidrocarbonetos que possuem de 6 a 10 átomos de carbono).
Outro motivo que impulsiona essa transformação de poluição em combustível é o fato de que os combustíveis fósseis (principalmente os derivados do petróleo) não são renováveis e geram poluição não só na sua queima, mas também na sua exploração e extração. Com a descoberta dessa nova técnica, isso não ocorreria, pois, apesar de a sua utilização liberar gás carbônico, no seu processo de produção esse gás é retirado da atmosfera. Desse modo, não haveria contribuições significativas para a quantidade de carbono na atmosfera e, consequentemente, não haveria intensificação do efeito estufa nem do aquecimento global.
O único obstáculo até o momento é o fator econômico, pois os inventores admitem que o preço da gasolina produzida em pequena escala não é competitivo, sendo de R$ 20,00 o litro. Mas com investimentos para produções em larga escala, é possível que o processo tenha seus custos diminuídos. Para tal, é necessário um investimento de cerca de US$ 2 milhões. Já existem empresários dispostos a investir nesse processo.
Por Jennifer Fogaça
Graduada em Química