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Classificação e qualidade da Gasolina

A classificação e a qualidade da gasolina baseiam-se na sua composição. Quanto mais resistente à compressão (maior índice de octanagem), melhor é a gasolina.

Você sabe a diferença entre gasolina comum, aditivada, premium e podium?
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A gasolina é obtida através do refinamento e do craqueamento do petróleo, sendo composta por uma mistura de hidrocarbonetos com cinco a dez átomos de carbono na cadeia. Assim, a qualidade da gasolina varia de acordo com os hidrocarbonetos que a compõem.

Conforme explicado no texto Funcionamento do Motor de Combustão, esse motor movido a gasolina funciona em um esquema de quatro tempos que envolve a compressão da mistura de gasolina e ar. Quanto mais a gasolina resistir a essa compressão sem sofrer explosão, melhor é a sua qualidade. Mas se a gasolina for muito sensível à compressão, sofrendo explosões prematuras antes do pistão atingir o ponto morto e antes da faísca soltar da vela, o resultado será a desregulagem do motor, o pistão será empurrado com uma força menor no quarto tempo e a potência do carro diminuirá. Quando isso ocorre, há um ruído no motor conhecido como “bater pino” (knocking).

Por isso, foi criada uma escala para medir a qualidade da gasolina, que é denominada de índice de octanagem.

Entre os hidrocarbonetos que compõem a gasolina, o que possui melhor índice de octanagem ou melhor resistência à compressão é o isoctano (2,2,4-trimetilpentano). A esse composto atribuiu-se o valor 100 de octanagem ou 100 octanas. Por outro lado, o heptano é o componente da gasolina menos resistente à compressão e a ele atribuiu-se o valor de zero octanas ou índice de octanagem igual a 0.

Isso significa que, se a gasolina tem índice de octagem igual a 87%, ela comporta-se como se fosse uma mistura de 87% de isoctano e 13% de heptano.

Para melhorar a resistência à compressão e, consequentemente, o índice de octanagem da gasolina, podem ser adicionados alguns aditivos, que são chamados de antidetonantes. O antidetonante mais usado pela Petrobras é o metil-t-butil-éter (MTBE), que é adicionado em até 7% em volume.

No Brasil, a octanagem é expressa em Índice Antidetonante (IAD), e a gasolina comum é especificada também pelo MON (Motor Octane Number) ou método Motor - ASTM D270, que avalia a resistência da gasolina à detonação quando o motor está em plena carga e em alta rotação.

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Além disso, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a legislação brasileira estabeleceu, por meio da publicação da Portaria nº 143 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que todos os tipos de gasolina devem receber adição de etanol anidro com um porcentual de 25%. A margem de erro é de 1% para mais ou para menos. Isso é feito porque o etanol evapora mais facilmente e funciona como um antidetonante, aumentando o índice de octanagem da gasolina. Ademais, nessa porcentagem, a adição de etanol à gasolina ajuda na diminuição de poluentes, como o monóxido de carbono (um dos gases do efeito estufa), e também melhora a limpeza interna do motor.

A adição de álcool à gasolina gera um tipo de classificação da gasolina em A e C:

* Gasolina A: é a produzida nas refinarias ou petroquímicas e não possui etanol. Sua densidade, em geral, varia de 700 a 770 g/L;

* Gasolina C: é a comercializada nos postos e recebeu adição de etanol pelas distribuidoras. Sua densidade, em geral, varia de 718 a 775 g/L.

De acordo com os componentes e com a qualidade, a classificação da gasolina brasileira, segundo a ANP, é feita da seguinte forma:

1- Gasolina Comum: Possui coloração amarelada, índice de octanagem igual a 87, não possui nenhum aditivo e seu teor de enxofre máximo é de 50 ppm (gasolina S-50).

A cor da gasolina original varia de incolor à amarelada a depender da composição química e dos diversos processos de refino. Somente a gasolina podium é incolor
A cor da gasolina original varia de incolor à amarelada a depender da composição química e dos diversos processos de refino. Somente a gasolina podium é incolor.

2- Gasolina Aditivada: é igual à gasolina comum (mesmo índice de octangem e mesmo teor de enxofre), porém, conforme o próprio nome indica, a gasolina aditivada possui aditivos detergentes e dispersantes que promovem a limpeza do sistema de combustível e dos bicos injetores. Para diferenciá-la da gasolina comum, ela recebe a adição de um corante da cor desejada. A Petrobras adiciona o corante verde.

A gasolina aditivada da Petrobras recebe a adição de corante verde
A gasolina aditivada da Petrobras recebe a adição de corante verde.

3- Gasolina Premium: possui os mesmos aditivos detergentes e dispersantes da gasolina aditivada, mas seu índice de octanagem é maior, sendo igual a 91. Além disso, seu teor de enxofre é menor, sendo menos poluente.

4- Gasolina Podium: gasolina comercializada exclusivamente pela Petrobras, ela apresenta maior desempenho porque possui índice de octangem igual a 95, além de aditivos detergentes/dispersantes e baixo teor de enxofre. Ela é originalmente incolor, mas é comercializada com coloração levemente alaranjada por causa do corante adicionado ao etanol anidro que é acrescido a ela. Essa é a gasolina mais estável que existe hoje no mercado brasileiro, podendo ser armazenada por um tempo maior que as demais.

As únicas cores de corantes que não podem ser usadas nas gasolinas automotivas é o rosa e o azul. O rosa não é usado porque, na década de 1980, quando a produção de etanol era pequena no Brasil, importou-se o metanol dos Estados Unidos para que ele fosse usado como aditivo da gasolina, formando a mistura MEG (metanol-etanol-gasolina), que recebia um corante rosado para ser diferenciada. O inconveniente do seu uso é que o metanol corrói o aço e é muito tóxico. Além disso, a sua chama é invisível a olho nu, o que dificulta o controle de incêndios e acidentes. Por isso, hoje ele não é usado em nenhum tipo de gasolina no Brasil.

Já a cor azul é usada na gasolina de aviação.


Por Jennifer Fogaça
Graduada em Química

Escritor do artigo
Escrito por: Jennifer Rocha Vargas Fogaça Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

FOGAçA, Jennifer Rocha Vargas. "Classificação e qualidade da Gasolina"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/quimica/classificacao-qualidade-gasolina.htm. Acesso em 13 de dezembro de 2024.

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