Notificações
Você não tem notificações no momento.
Whatsapp icon Whatsapp
Copy icon

O que é eletrólise ígnea?

O que é eletrólise ígnea? Nesse fenômeno químico, um composto iônico dá origem a substâncias quando uma corrente elétrica atravessa uma cuba eletrolítica.

O metal alumínio pode ser obtido pelo processo de eletrólise ígnea
O metal alumínio pode ser obtido pelo processo de eletrólise ígnea
Imprimir
Texto:
A+
A-

PUBLICIDADE

Eletrólise ígnea é um fenômeno químico no qual um composto iônico qualquer (sal ou base, por exemplo), após sofrer o processo de fusão (mudar do estado sólido para o estado líquido), é submetido a uma corrente elétrica externa, o que leva à produção duas novas substâncias químicas.

Quando o sal é submetido ao processo de fusão, sofre a chamada dissociação iônica, na qual ele libera um cátion e um ânion, como na equação representada abaixo:

XY(s) → X+(l) + Y-(l)

Após a fusão, quando a corrente elétrica passa por esse meio, os íons liberados sofrem descarga, conforme descrevemos a seguir.

  • O ânion sofre oxidação, perdendo elétrons e formando uma substância simples, como representado na equação abaixo:

Y-(l) → Y2 + 2 e

Nesse processo, são liberados 2 mol de elétrons, porque são necessários 2 mol de ânion Y- para formar o Y molecular (geralmente com atomicidade 2, Y2). Assim, sua equação pode ser escrita da seguinte forma:

2 Y-(l) → Y2 + 2 e

  • O cátion sofre redução, ganhando elétrons e formando uma substância simples (metálica), de acordo com a equação abaixo:

X+(l) + e → X(s)

Como o número de elétrons na oxidação deve ser igual ao número de elétrons na redução, devemos multiplicar a equação acima por 2, o que resulta em:

2 X+(l) + 2 e → 2 X(s)

A equação global que representa a eletrólise ígnea é construída a partir da soma das equações de fusão, oxidação e redução, eliminando todos os itens que se repetem no reagente de uma equação e no produto da outra.

Fusão: 2 XY(s) → 2X+(l) + 2Y-(l)

A equação de fusão foi multiplicada por 2 para igualar a quantidade dos íons com relação às equações de oxidação e redução.

Fusão: 2 XY(s) → 2X+(l) + 2Y-(l)

Oxidação: 2 Y-(l) → Y2 + 2 e

Redução: 2 X+(l) + 2 e → 2 X(s)

Global da eletrólise: 2 XY(s) → Y2 + 2 X(s)

Veja o passo a passo da eletrólise ígnea com alguns exemplos:

1º Exemplo: Eletrólise ígnea do cloreto de sódio (NaCl)

1ª etapa: Fusão do cloreto de sódio, por meio do aquecimento do sal.

NaCl(s) → Na+(l) + Cl-(l)

2ª etapa: Oxidação do cátion cloreto (Cl-).

Cl-(l) → Cl2(g) + 2 e

Observe que são liberados 2 mol de elétrons, porque são necessários 2 mol de ânion cloreto para formar o cloro molecular (Cl2). Nesse sentido, a equação pode ser escrita:

2 Cl-(l) → Cl2(g) + 2 e

3ª etapa: Redução do cátion sódio (Na+).

Na+(l) + e → Na(s)

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Como o número de elétrons na oxidação deve ser igual ao número de elétrons na redução, devemos multiplicar a equação acima por 2, o que resulta em:

2 Na+(l) + 2 e → 2 Na(s)

4ª etapa: Reescrita da equação de fusão.

Como o número de cátion e de ânion sofreu alteração, devemos multiplicar a equação obtida na 1ª etapa por 2.

2 NaCl(s) → 2 Na+(l) + 2 Cl-(l)

5ª etapa: Montagem da equação global da eletrólise ígnea.

2 NaCl(s) → 2 Na+(l) + 2 Cl-(l)

2 Cl-(l) → Cl2(g) + 2 e

2 Na+(l) + 2 e → 2 Na(s)

Para montar essa equação global, basta eliminar o item que aparece no reagente de uma etapa e no produto de outra, como é o caso de Na+, Cl- e elétrons. Assim, a equação global será:

2 NaCl(s) → Cl2(g) + 2 Na(s)

2º Exemplo: Eletrólise ígnea do brometo de alumínio (AlBr3)

1ª etapa: Fusão do cloreto de sódio a partir do aquecimento do sal.

AlBr3(s) → Al+3(l) + 3Br-(l)

Como na fórmula do sal existem três átomos de bromo (Br), portanto, são liberados 3 mol do ânion brometo (Br-).

2ª etapa: Oxidação do cátion brometo (Br-).

3Br-(l) → Br2(l) + 3 e

Nesse processo, são liberados 2 mol de elétrons, porque são necessários 2 mol de ânion brometo para formar o bromo molecular (Br2). Assim, para igualar o número de mol do bromo, devemos utilizar o coeficiente 3/2 para o composto Br2:

3Br-(l) → 3/2 Br2(l) + 3 e

3ª etapa: Redução do cátion alumínio (Al+3).

Al+3(l) + 3 e → Al(s)

Como o número de elétrons na oxidação deve ser igual ao número de elétrons na redução, devemos multiplicar a equação acima por 2, resultando em:

2 Al+3(l) + 6 e → 2 Al(s)

4ª etapa: Correção da equação do brometo.

Como na equação do alumínio, seis elétrons são utilizados, assim, na equação do brometo, também devem existir seis elétrons. Para isso, devemos multiplicar a equação por 2, o que resulta em:

6 Br-(l) → 3 Br2(l) + 6 e

5ª etapa: Montagem da equação global da eletrólise ígnea.

2 AlBr3(s) → 2 Al+3(l) + 6 Br-(l)

6 Br-(l) → 3 Br2(l) + 6 e

2 Al+3(l) + 6 e → 2 Al(s)

Para montar essa equação global, basta eliminar o item que aparece no reagente de uma etapa e no produto de outra, como é o caso de Al+3, Br- e elétrons. Assim, a equação global será:

2 AlBr3(s) → 3Br2(l) + 2 Al(s)

 

Por Me. Diogo Lopes Dias

Escritor do artigo
Escrito por: Diogo Lopes Dias Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

DIAS, Diogo Lopes. "O que é eletrólise ígnea?"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/quimica/o-que-e-eletrolise-ignea.htm. Acesso em 28 de março de 2024.

De estudante para estudante


PUBLICIDADE