Dá-se o nome de fusão nuclear ao processo de combinação de dois núcleos atômicos para a formação de um terceiro elemento mais pesado. No momento da formação do novo elemento, há liberação de energia.
As fusões nucleares não ocorrem naturalmente aqui na Terra. Para chocar dois elementos iguais e originar uma fusão, é necessária uma enorme quantidade de energia para vencer a força de repulsão eletrostática entre os elementos. Essa força de repulsão recebe o nome de barreira de Coulomb. Em muitas estrelas no universo, como o Sol, esse processo ocorre naturalmente. A luz e o calor provenientes da estrela resultam da fusão de átomos de hidrogênio, o que produz átomos de Hélio e energia (luz + calor).
A massa do átomo de Hélio é de fato maior que a soma das massas dos hidrogênios que o formam, mas não é exatamente o dobro. A conta não bate porque certa quantidade de matéria no momento da fusão é convertida em energia. Essa transformação foi prevista pelo físico Albert Einstein em sua famosa equação E = m.c2.
O processo de fusão nuclear pode ser reproduzido em laboratório, mas ainda não de forma a gerar uma quantidade de energia considerável.
Qualquer sistema físico em que se possa controlar uma fusão nuclear é chamado de reator de fusão nuclear ou reator termonuclear. A energia (limpa) gerada nesses reatores pode ser convertida em energia elétrica e abastecer milhões de pessoas de forma infinitamente mais eficaz do que os métodos utilizados hoje em dia, mas essa ainda é uma realidade distante em virtude das dificuldades para gerar as fusões.
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O reator funciona basicamente da mesma forma que o Sol, colidindo átomos de hidrogênio e gerando átomos de hélio. A dificuldade está em gerar energia suficiente para que a barreira de Coulomb seja vencida e a fusão ocorra. Para isso, as temperaturas a que se deve elevar o sistema podem ultrapassar 99 milhões °C!
Em outubro de 2015, o reator Wendelstein 7-X (W7-X) ficou pronto após quase duas décadas de construção. Esse reator está na cidade de Greifswald, na Alemanha, e é uma esperança para a produção de energia a partir da fusão nuclear.
A primeira reação termonuclear ocorreu em novembro de 1952, nos Estados unidos. Nessa ocasião uma bomba de hidrogênio (bomba nuclear baseada na fusão de hidrogênio) liberou uma energia equivalente a 10 milhões de toneladas de TNT. A imagem abaixo mostra a onda de choque produzida por essa bomba, que ficou conhecida como “bomba-czar”.
Em 1961, o governo soviético, durante um evento-teste, acionou uma bomba de hidrogênio com poder de 50 milhões de toneladas de TNT, 3 mil vezes mais potente que as bombas de fissão nuclear que atingiram Hiroshima em 1945.
Por Joab Silas
Graduado em Física