Outubro Rosa: entenda o que é o câncer de mama, sintomas e tratamento
Outubro Rosa: entenda o que é o câncer de mama, sintomas e tratamento
Médico oncologista explica a respeito do câncer de mama e comenta sobre ensaios clínicos na produção de novas medicações contra a doença
Em 09/10/2023 17h52
, atualizado em 09/10/2023 18h24
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O Outubro Rosa é a campanha de conscientização sobre o câncer de mama. A iniciativa surgiu na década de 1990 nos Estados Unidos.
O movimento tem por objetivo compartilhar informações sobre o câncer de mama e conscientizar a população a respeito da importância do diagnóstico precoce. Nesse sentido, a campanha visa também contribuir para a redução da mortalidade.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca),o câncer de mama é a primeira causa de morte por câncer em mulheres no Brasil. Em 2021, a taxa de mortalidade no país foi de 11,71 óbitos a cada 100.000 mulheres. Apesar de mais raro, a doença também acomete os homens.
Em 2018, a Lei nº 13.733 foi responsável por instituir outubro como o mês de conscientização sobre o câncer de mama. Neste período são realizadas ações como:
Realização de palestras, eventos e atividades educativas sobre a causa;
Iluminação de espaços públicos na cor rosa como forma de alerta;
Desenvolvimento e veiculação de campanhas em diferentes canais midiáticos na intenção de informar a população sobre a importância da prevenção ao câncer de mama e cuidados necessários com a doença.
O câncer de mama é caracterizado pelo "crescimento anormal e descontrolado de células originadas da glândula mamária", explica Pedro Exman, oncologista e coordenador do grupo de tumores de mama e ginecológicos do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Além da glândula mamária, as células cancerígenas podem acomoter estruturas saudáveis que estão próximas, tais como os gânglios linfáticos e eventualmente, afetar órgãos distantes, o que é chamado de metástese, explica Pedro Exman.
São três tipos de tumores de mama que apresentam comportamerntos diferentes e necessitam de intervenções específicas. Segundo o oncologista, eles são classificados de acordo com a expressão de três proteínas que estão presentes ou não na superfície da célula tumoral.
Confira quais são os subtipos de câncer de mama:
Hormônio positivo: presença dos receptores hormonais (de estrogênio e de progesterona);
HER2 positivo: presença da proteína HER2;
Triplo negativo: ausência tanto da proteína HER2 quanto dos receptores hormonais (de estrogênio e de progesterona).
Nos estágios iniciais, o câncer de mama não apresenta sinais, pois o que ocorre é um "agrupamento milimétrico de células que não são perceptíveis na palpação", afirma Pedro Exman.
Já nos estágios mais avançados, os sintomas do câncer de mama são:
nódulos palpáveis no seio acometido;
assimetria das mamas;
retração da pele;
alterações do mamilo;
saída de secreção pelo mamilo;
dor local;
nódulos palpáveis na axila do mesmo lado do tumor.
Prevenção do câncer de mama
A prevenção do câncer de mama é "um conjunto de medidas que devem ser tomadas antes do surgimento da doença", conceitua Exman.
Veja as formas de prevenção do câncer de mama:
atividade física
controle de peso
dieta balanceada
cessação do tabagismo
acompanhamento médico adequado em mulheres que estão recebendo reposição hormonal
estímulo a amamentação materna
Essas ações são essenciais para a redução do surgimento de tumores de mama, enfatiza o oncologista.
Diagnóstico precoce do câncer de mama
O rastreamento para diagnóstico precoce do câncer de mama é realizado para identificar estágios iniciais de uma doença que já está se desenvolvendo.
Isso é importante para uma condição assintomática em fase inicial, mas além disso, para garantir que o tratamento seja eficaz, já que as taxas de cura podem chegar a 95% no período inicial, enfatiza o oncologista Pedro Exman.
Para o oncologista, a campanha Outubro Rosa alerta a população para a importância tanto da prevenção quanto à realização dos exames de rastreamento do câncer de mama.
Tratamento do câncer de mama
O tratamento do câncer de mama é realizado de forma multiprofissional com o envolvimento de diferentes especialidads médicas. O que irá definir o tratamento é a avaliação da extensão da doença e do seu subtipo, pontua Exman.
São quatro as modalidades de tratamento. Duas delas visam o controle e eliminação da doença:
cirurgia
radioterapia
Já as outras duas atuam para evitar que a doença se espalhe para outros órgãos:
hormonioterapia: utiliza medicações que bloqueiam a ação dos hormônios femininos intrínsecos da mulher no estímulo dos receptores hormonais presentes nas células tumorais.
quimioterapia: utiliza medicações que atuam na célula tumoral impedindo sua replicação.
Confira o comentário de Pedro Exman sobre a importância dos estudos clínicos:
"O desenvolvimento e aprovação de medicações novas e potentes só ocorre devido à realização de muita pesquisa, através de estudos clínicos, onde pacientes voluntários receberão de forma ética o tratamento padrão utilizado ou a medicação nova em avaliação que já mostrou atividade contra a doença e segurança em relação a efeitos colaterais em estudos prévios. E estes estudos foram tão promissores que a medicação tem um potencial altíssimo de ser superior ao tratamento atual padrão, e por isso que está sendo comparada em estudo clínico. "
Pedro Exman
O oncologista cita que no Hospital Alemão Oswaldo Cruz estão sendo realizados dois estudos de situações específicas. Neles são avaliados drogas novas promissoes em tumores triplo negrativos e em doenças hormônio positivo.
O profissional ressalta que o cenário do aprimoramento de tratamentos e desenvolvimento de novas medicações é promissor. "Nos próximos cinco anos, os desfechos que já são excelentes, irão melhorar mais ainda, tanto em doenças iniciais quanto em situações mais delicadas de doenças diagnosticadas numa fase mais avançada. É realmente animador ver o progresso no tratamento das nossas pacientes", completa.
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Outubro Rosa
Confira no vídeo abaixo a explicação da médica Rubia Lopes Seixas sobre o tema: