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Ataque em Brasília: quais obras de arte, móveis e demais itens foram destruídos

Além dos prejuízos, muitos itens de arte e históricos correm riscos de não serem recuperados.

Em 10/01/2023 12h35 , atualizado em 11/01/2023 07h32
Pintura "As mulatas", de Di Cavalcanti, encontrada com sete rasgos
A pintura "As mulatas", de Di Cavalcanti, foi encontrada com sete rasgos[1] Crédito da Imagem: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
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O ataque criminoso de vândalos no último domingo, 8 de janeiro, nas sedes dos Três Poderes acarretou em muitos prejuízos. Parte deles, difíceis de serem recuperados, no que diz respeito as obras de arte. Até o momento, pelo menos oito obras de arte estão entre as danificadas, representando um prejuízo milionário.

Desde a madrugada de ontem (9), a perícia técnica faz um levantamento dos danos causados. Entretando, o total do prejuízo financeiro da destruição ainda não foi contabilizado. O que se sabe até o momento é que os danos causados em algumas obras de arte são de difícil restauração.

Leia também: Atos terroristas em Brasília: afinal, o que é terrorismo?

Com um acervo de mais de 700 peças, os atos de vandalização são considerados uma grande perda para a história, arte e cultura brasileira. Confira algumas das obras de arte danificadas e destruídas nos atos de vândalos realizados em Brasília do último domingo (8), além de móveis danificados:

"As mulatas"

A pintura "As mulatas", de Di Cavalcanti, avaliada em R$ 8 milhões, foi encontrada com sete rasgos.

A pintura "As mulatas", de Di Cavalcanti, foi encontrada com sete rasgos| Foto: Reprodução

Relógio Balthazar Martinot

O relógio Balthazar Martinot, um presente da realeza francesa a D.João VI e trazido ao Brasil em 1808, sofreu danos irreparáveis. Os vândalos tiraram os ponteiros do relógio e arrancaram uma imagem de Netuno.

O relógio é um dos itens que a recuperação será muito difícil | Foto: Reprodução

"A Justiça"

A escultura "A Justiça", de Alfredo Ceschiatti, foi pichada com os dizeres: "Perdeu, Mané".

Escultura de Alfredo Ceschiatti, no STF, foi pichada | Foto: Reprodução 

“O Flautista”

A escultura "O Flautista", de Bruno Giorgi, e avaliada em R$ 250 mil, exposta no terceiro andar do Palácio do Planalto, foi destruída, com pedaços arrancados.

Escultura 'O flautista', do artista plástico Bruno Jorge | Foto: Reprodução

"Galhos e Sombras"

A obra "Galhos e Sombras", de Frans Krajcberg, avaliada em R$ 300 mil, teve seus galhos de madeira quebrados. Ela ficava pendurada na parede.

Escultura de Franz Krajcberg, em Brasília | Foto: Reprodução

José Bonifácio

O retrato de José Bonifácio de Andrada, de 1972, feito por Oscar Pereira da Silva, foi rabiscada.

Pintura de José Bonifácio de Andrada, de 1972 | Foto: Reprodução

"Bailarina"

A escultura "Bailarina", de 1920, feita por Victor Brecheret, foi arrancada de pedestal e jogada no chão da Câmara.

Escultura "Bailarina", de 1920 | Foto: Reprodução

Painel Vermelho

No Senado, o Painel Vermelho de Athos Bulcão, artista plástico que foi um dos principais colaboradores do maior arquiteto da história do Brasil, Oscar Niemeyer, sofreu arranhões e estragos causados por cacos de vidro.

Veja no vídeo abaixo as principais obras de Bulcão no Senado:

Muro Escultório 

Na Câmara dos Deputados, outra escultura de Athos Bulcão, o Muro Escultório também foi furada.

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Muro Escultório de Athos Bulcão na Câmara dos Deputados [2]

Escultura Maria, Maria

A escultura em bronze "Maria Maria", feita em 1980, pela escultora e pintora Sônia Ebling, e que ficava na Câmara dos Deputados, foi depredada a pauladas.

"Bandeira do Brasil"

No Palácio do Planalto, a obra de Jorge Eduardo, a pintura "Bandeira do Brasil", que reproduzia a bandeira nacional hasteada em frente ao Palácio e que serviu como cenário para pronunciamento dos presidentes do Brasil, foi encontrada sobre a água que inundou todo o primeiro andar do Planalto, após a abertura dos hidrantes do local.

No Palácio do Planalto, a obra de Jorge Eduardo, a pintura "Bandeira do Brasil | Foto: Reprodução

Móveis danificados

Além dessas obras, vários outros móveis e itens também foram danificados no ataque de vândalos em Brasília no dia 8 de janeiro, como a cadeira usada pela ministra Rosa Weber e criada pelo designer polonês naturalizado brasileiro, Jorge Zalszupin, foi arrancada da sala e encontrada na parte de fora do edifício.

O Brasão da República, que ficava na parede do plenário do STF, foi levado para o meio da praça dos Três Poderes e encontrado em cima da cadeira.

Brasão e mesa do STF | Foto: Reprodução

Uma das mesas de despacho utilizada pelo ex-presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961), feita de jacarandá, também foi destruída. Ela foi usada de barricada pelos vândalos que invadiram o Palácio do Planalto.

Mesas de despacho como esta, utilizada pelo ex-presidente Juscelino Kubitschek foram danificadas
Foto: Reprodução

Prejuízos inestimáveis

Os Poderes ainda estão tentando contabilizar os prejuízos devido aos atos do último domingo. No entanto, já adiantaram que será difícil,  pois algumas peças vandalizadas eram únicas e de preço inestimado.

O Senado acredita que deverá gastar em torno de R$ 3 milhões para reformar as peças danificadas; trocar o famoso carpete do Salão Azul que foi inundado; trocar os vidros – tanto das janelas quanto portas; trocar piso do Museu do Senado, que foi danificado por bombas de gás e recuperar equipamentos eletrônicos quebrados.

Veja também: Intervenção federal em Brasília: o que é e diferença com intervenção militar

Projetos icônicos da arquitetura

O Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF), obras-símbolo da cidade planejada Brasília e invadidas pelos vândalos no último domingo (8), foram projetadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012).

Ao pensar na Arquitetura, é quase impossível não se lembrar de Niemeyer e sua importante contribuição para a História do Brasil e, em especial, para a capital Brasília. O arquiteto deixou um legado impressionante: realizou projetos icônicos em vários estados brasileiros e em outros países também.

Saiba mais sobre a vida e o obra de Oscar Niemeyer

Créditos da imagem

[1] Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

[2] Agência Senado

Por Érica Caetano e Silvia Tancredi
Jornalistas