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Osíris foi um dos deuses mais cultuados no antigo Egito, era associado à fertilidade, à vida, à morte, à ressurreição e, em alguns períodos, ao ciclo das águas do Rio Nilo. Segundo a mitologia egípcia, Osíris sucedeu a seu avô, Rá, como faraó. Em uma trama de seu irmão, Set, Osíris foi assassinado e, com a ajuda de Ísis, foi ressuscitado e se tornou o rei do mundo dos mortos.
A crença em Osíris e em seu mito era a base da religião egípcia, centralizada na continuação da existência no pós-vida, o mesmo que aconteceu com o deus. Osíris também era o juiz supremo no julgamento que definiria, para os antigos egípcios, o futuro deles após a morte. Osíris decidia se a pessoa continuaria sua existência no pós-vida ou se sua existência findaria.
O culto a Osíris durou muito tempo, inclusive no período grego e romano, e, assim como toda a religião egípcia, os últimos registros de culto ao deus são dos séculos III e IV, quando o cristianismo começou a se popularizar no país.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre Osíris
- 2 - Quem é Osíris?
- 3 - Representação de Osíris
- 4 - Simbologia de Osíris
- 5 - Qual é o mito de Osíris?
- 6 - História de Osíris
Resumo sobre Osíris
- Osíris foi um dos principais deuses da antiga religião egípcia, sendo cultuado por mais de dois mil anos.
- Geralmente era representado com a cor verde e utilizando objetos e acessórios ligados aos faraós.
- Era filho de Nut e de Geb, o céu e a Terra. Geb e Nut eram filhos de Rá.
- Para os egípcios, Ísis enrolou as partes do corpo de Osíris em um tecido, sendo ele a primeira múmia do Egito.
- Osíris é um dos principais deuses representados nos túmulos do antigo Egito, assim como seu filho, Hórus.
- Hórus, após derrotar seu tio, Set, se tornou faraó.
Quem é Osíris?
Osíris foi um dos principais deuses da mitologia egípcia, sendo o deus associado à morte, ao pós-vida e à ressurreição. Em algumas épocas, também foi associado ao Rio Nilo e às suas cheias.
O culto a Osíris se iniciou no Baixo Egito, por volta de 2000 a.C., e, por volta de 1500 a.C., ele já era praticado em todo o Egito. Inicialmente Osíris era um deus ligado à fertilidade, mas, com o passar dos séculos, passou a ser mais associado aos mortos.
Os antigos egípcios se preocupavam muito com o pós-vida e acreditavam que, após a morte, seriam julgados pelo próprio deus Osíris em seu tribunal. Por esse motivo, ele era um dos mais cultuados, diversos templos foram edificados em sua homenagem, muitas orações eram realizadas para ele, assim como rituais e a oferta de oferendas.
Representação de Osíris
Osíris geralmente era representado com a cor verde, não existe certeza do porquê, mas a maior parte dos egiptólogos acredita que o verde está associado à morte, à cor de cadáveres. Por ser o faraó do submundo, Osíris também era representado sentado em um trono, e, na maioria das vezes, com uma barba faraônica.
Comumente ele segura em uma das mãos o mangual e o cajado de pastor, símbolos do Baixo e do Alto Egito, associados aos agricultores e aos pastores respectivamente. Osíris, ainda, é representado com a coroa dupla, que também simboliza o Baixo e o Alto Egito, e era utilizada pelos faraós.
Veja também: A estreita relação entre a arte e as crenças dos antigos egípcios
Simbologia de Osíris
Osíris simboliza a vida e a morte no antigo Egito. Na mitologia egípcia, ele foi faraó em tempo muito antigo, quando existia paz e fartura no país. Ele acabou assassinado por seu irmão, Set; foi ressuscitado; e, depois, governou o reino dos mortos.
Depois de assassinar Osíris, Set se tornou o faraó do Egito, sendo um monarca injusto e cruel. Osíris concebeu postumamente Hórus, que, após se fortalecer, venceu o tio e se tornou faraó, restaurando a ordem cósmica e a paz no Egito. Dessa forma, o mito de Osíris também está ligado à monarquia, aos conflitos comuns nas suas sucessões e à luta do bem contra o mal.
Um amuleto do antigo Egito, chamado de djed, era associado a Osíris. É muito comum ser encontrado nas bandagens das múmias, assim como outros amuletos. Acredita-se que o djed tenha alguma relação com a coluna cervical humana, pela sua aparência e por ser colocado, muitas vezes, nas costas da múmia.
Saiba mais: Anúbis — deus egípcio que guiava os mortos ao além
Qual é o mito de Osíris?
O mito de Osíris é um dos mais conhecidos do antigo Egito, isso porque ele era comumente registrado no Livro dos Mortos, em templos e túmulos, inclusive nas pirâmides. Como se trata de um mito cuja crença durou milênios, existem diferentes versões, variando de acordo com a época e o lugar.
Em uma dessas versões, Set teria se transformado em um animal selvagem para matar Osíris; em outra, ele teria atirado o irmão nas águas do Nilo com os membros imobilizados; outra, ainda, descreve que Set teria ludibriado o irmão, que entrou em um sarcófago e foi morto.
O que é comum em todas as versões é que Set assassinou o irmão, esquartejou o seu corpo e distribuiu suas partes por diferentes regiões do Egito. O número de partes também varia bastante, de uma a várias dezenas.
Com a morte de Osíris, Set se tornou o monarca do país. Ísis, irmã-esposa de Osíris, passou a procurar seus pedaços pelo Egito, unindo as partes encontradas e dando a vida novamente a ele. Após a “ressurreição”, Osíris gerou com Ísis o filho Hórus, o deus falcão.
Hórus foi criado por Ísis em uma floresta de papiros para que seu tio não soubesse de sua existência. Quando adulto, Hórus desafiou Set, vencendo-o e se tornando o faraó. Iniciou-se então a uma época de fartura e paz para o país.
→ Tribunal de Osíris
Os antigos egípcios também acreditavam que, após a morte, seriam julgados no Tribunal de Osíris. Nesse julgamento o coração do morto seria colocado em um prato de uma balança, e, no outro prato, seria colocada a Pena da Verdade, a pena de Maat.
Se a pessoa, durante a vida, respeitou os deuses e realizou boas ações, seu coração seria mais leve do que a pena, e ela poderia continuar a sua existência no pós-vida. Caso o coração fosse mais pesado do que a pena, ele seria lançado para Sobeque, o deus crocodilo, que o devoraria, acabando com a existência dessa pessoa.
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História de Osíris
Para os egípcios, Rá foi o deus primordial, chamado também de Deus do Sol. Rá deu origem a quatro filhos, Shu, Geb (a Terra), Tefnet e Nut (céu). Da união de Geb e Nut, entre a Terra e o céu, nasceram Osíris, Set, Ísis e Néftis. Osíris sucedeu a Rá como faraó do Egito, e passou a governar com suas duas irmãs-esposas, Ísis e Néftis. Os egípcios acreditavam que Osíris, quando faraó, ensinou aos seres humanos a agricultura, a pecuária e entregou para eles as leis que deveriam ser seguidas.
Créditos da imagem
Fontes
BLANC, Claudio. O grande livro da mitologia egípcia. Editora Camelot, Teutônia, 2021.
SHAW, Garry J. Os mitos egípcios: um guia aos antigos deuses e lendas. Editora Vozes, São Paulo, 2023.