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Hórus era uma divindade egípcia considerada o deus dos céus, uma figura popular na religiosidade dos egípcios na Antiguidade. Era representado como um falcão, e acredita-se que o culto a ele tenha surgido no período Dinástico. Na mitologia egípcia, era apresentado como filho de Osíris e Ísis.
O seu nome em egípcio era Hor, traduzido como “o distante”, e ele era uma divindade muito associada com a realeza egípcia. Os egípcios relacionavam Hórus com a guerra, e a mitologia egípcia narra as batalhas que esse deus travou com Set, seu grande inimigo. Conseguiu recuperar o trono que Set usurpou de seu pai.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre Hórus
- 2 - Quem é Hórus?
- 3 - O que o deus Hórus significava para os egípcios?
- 4 - Mito sobre a morte de Osíris e a origem de Hórus
- 5 - Lutas entre Hórus e Set
- 6 - Olho de Hórus
- 7 - Culto a Hórus na religiosidade egípcia
Resumo sobre Hórus
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Hórus era uma divindade egípcia, considerada o deus dos céus.
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Era apresentado nos mitos egípcios como filho de Osíris e Ísis, dois importantes deuses do panteão egípcio.
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Era representado como um falcão, e o culto a ele remonta ao período Dinástico.
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Tinha forte associação com a realeza egípcia e com a guerra.
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Set era o seu grande inimigo, e com ele travou batalhas para recuperar o trono que tinha pertencido a seu pai.
Quem é Hórus?
Hórus é um deus presente na mitologia e na religiosidade dos egípcios na Antiguidade. Era conhecido pelos egípcios como o deus dos céus. Era uma divindade extremamente popular entre os egípcios, sendo considerado a principal divindade em forma de ave, representado por um falcão.
O nome Hórus é tradicionalmente associado com a divindade que é conhecida como filho de Ísis e Osíris, embora outra divindade egípcia seja conhecida pelo nome Hórus. Entretanto, essa outra divindade também chamada Hórus é apresentada como irmão de Osíris e Ísis. Acredita-se que se trata de duas divindades distintas, uma vez que Hórus, deus dos céus e filho de Osíris e Ísis, era chamado pelos egípcios de Hor, enquanto o outro Hórus era conhecido como Harwer ou Haroeris.
O que o deus Hórus significava para os egípcios?
O nome Hórus é a versão latinizada da forma como os egípcios chamavam essa divindade. Essa divindade era muito associada com o Sol e a Lua e era considerada o protetor da realeza, se associando diretamente com o faraó. Os egípcios também o consideravam como o defensor da ordem e aquele que uniu os dois reinos egípcios.
“Hórus” pode ser traduzido como “o distante”, o que pode ser entendido como uma referência ao fato de que os céus eram o seu domínio. Por sua associação com a realeza egípcia, era comum que os faraós afirmassem ser a encarnação desse deus. Os egípcios também faziam preces a Hórus em casos de guerra, e sua associação à guerra vem das batalhas que ele travava contra o seu grande inimigo, Set.
A ligação de Hórus com o Sol fez com que ele fosse muito associado com Rá, o deus Sol da religiosidade egípcia. Essa forte associação das duas divindades deu origem a uma outra divindade que surgiu por meio da fusão desses dois deuses: Rá-Harakhte.
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Mito sobre a morte de Osíris e a origem de Hórus
Acredita-se que o culto a Hórus tenha se consolidado no período Dinástico, embora existissem divindades com forma de falcão antes disso na religiosidade egípcia, o que sugere a possibilidade de que o culto possa ser mais antigo. O culto a Hórus estendeu-se até o período da dominação romana no Egito.
No caso da mitologia, os mitos afirmam que Hórus era filho de Osíris e Ísis, e o seu nascimento foi fruto de uma história digna de uma epopeia. Tudo se iniciou com o reinado de Osíris e Ísis sobre o Egito. Osíris era considerado um grande faraó, justo e responsável, por levar prosperidade ao Egito, além de ter trazido conhecimentos fundamentais para a humanidade.
Portanto, Osíris era muito amado pela população, sendo um faraó extremamente popular. O sucesso de Osíris desagradava Set, que alimentava uma forte inveja de tudo o que seu irmão possuía. Certa feita, Néftis, esposa de Set, decidiu disfarçar-se de Ísis e se deitar com Osíris. Esse evento fez com que a inveja de Set se transformasse em ódio.
Osíris tinha sido enganado por Néftis, e da relação dos dois nasceu Anúbis. Set decidiu que mataria o seu irmão e realizou um plano para isso. Set, então, matou seu irmão e colocou o seu corpo em um sarcófago, jogando-o no rio Nilo.
Enquanto isso, Ísis, esposa de Osíris, sentiu a falta de seu marido, dando início a uma busca por ele que se encerraria na Fenícia, onde o corpo de Osíris foi encontrado. Ísis trouxe o corpo de Osíris de volta para o Egito, onde ela prepararia, junto de Néftis, um ritual para ressuscitá-lo. Set, por sua vez, foi mais rápido e, se aproveitando de um descuido de Ísis e Néftis, esquartejou o corpo de Osíris.
O corpo de Osíris foi cortado em diversas partes, e essas partes foram espalhadas pelo território egípcio. Ísis saiu em busca de todas as partes do corpo de seu marido para que pudesse ressuscitá-lo. Ísis encontrou todas as partes de Osíris, com exceção do órgão reprodutor. Com isso, ela realizou um ritual para ressuscitar seu marido e, durante esse ritual, engravidou de Osíris.
A gravidez de Ísis deu origem a Hórus. Osíris não pôde permanecer no mundo dos vivos, porque lhe faltava uma parte do corpo. Com isso, Osíris passou a residir na vida após a morte, tornando-se deus dos mortos. Hórus e Ísis, por sua vez, tiveram de passar anos escondidos, porque Set havia aproveitado para usurpar o trono de Osíris e passou a usar o seu poder para persegui-los.
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Lutas entre Hórus e Set
Hórus precisou passar anos de sua infância escondendo-se de Set, temendo que o usurpador de seu pai o matasse. Depois de se tornar adulto, Hórus levou a sua causa e a de seu pai a um tribunal dos deuses, onde denunciou Set. A maioria dos deuses ficou do lado de Hórus, mas Rá considerava que Hórus era muito jovem para assumir o trono e exigiu que ele e Set travassem uma luta para decidir quem ficaria com o trono.
As lutas entre Hórus e Set duraram mais de 80 anos e ficaram marcadas por ferimentos de ambos os lados, embora os mitos egípcios ressaltem que Hórus saía como vencedor dessas batalhas. A situação só foi resolvida quando Ísis conseguiu enganar Set, fazendo com que ele confessasse ter usurpado o trono de Osíris. Isso fez Set ser destronado e banido para o deserto, e assim Hórus assumiu o trono que tinha sido de seu pai.
Olho de Hórus
Quando se fala de Hórus na religiosidade egípcia, há de se destacar também a importância do olho de Hórus, um dos grandes símbolos desse deus e de toda a religiosidade egípcia na Antiguidade. O olho de Hórus era chamado pelos egípcios de wedjat, considerado um amuleto muito importante.
Os egípcios acreditavam que o wedjat poderia protegê-los de qualquer mal, além de garantir a cura de doenças. Esse símbolo era facilmente encontrado nos templos, mas também era utilizado pelos egípcios nos seus funerais e outros rituais religiosos. A origem desse símbolo tem relação com o mito envolvendo Hórus e Set.
O wedjat era o olho que Hórus havia perdido durante uma das batalhas travadas contra Set. Os egípcios acreditavam que esse olho seria relacionado com a Lua e acreditavam também que o ferimento no olho de Hórus teria sido curado por intervenção de Tot.
Culto a Hórus na religiosidade egípcia
O culto a Hórus era bastante popular na religiosidade egípcia e, como mencionado, se iniciou no período Dinástico. Havia inúmeros templos dedicados a essa divindade no Egito, e esses templos eram administrados por sacerdotes que dedicavam suas vidas a esse deus. Os sacerdotes de Hórus eram todos homens.
Os principais templos a Hórus ficavam localizados no delta do Nilo, região em que ele nasceu. Esses templos eram locais que recebiam os fiéis para que eles realizassem os seus pedidos e deixassem suas oferendas. No interior desses templos havia santuários que poderiam ser frequentados apenas pelo sumo sacerdote. Festivais a Hórus eram realizados com frequência, e estátuas desse deus também eram comuns.
Por Daniel Neves Silva
Professor de História