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A arte egípcia é uma arte ligada fundamentalmente à religião e espiritualidade do povo egípcio, que a produziu. Seja em forma de pintura ou de escultura, reproduzia os deuses ou os faraós (representantes encarnados das deidades) que governavam no período. Nenhum deles tinha expressões faciais ou qualquer emoção nítida, servindo somente como guia aos mortos ou para demonstrar os feitos de algum faraó.
As artes não eram assinadas, e os artistas não possuíam autonomia sobre o que pintar, já que todas as obras eram feitas a mando de seu governante. A arquitetura também era voltada para a representação de sua mitologia, da grandiosidade dos deuses e seus governantes na Terra, sejam as pirâmides ou as esfinges.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre arte egípcia
- 2 - Características da arte egípcia
- 3 - Tipos de arte egípcia
- 4 - Lei da frontalidade da arte egípcia
- 5 - História da arte egípcia
- 6 - Curiosidades sobre a arte egípcia
Resumo sobre arte egípcia
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A principal característica da arte egípcia foi sua fundamental ligação com a religiosidade e mitologia.
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A pintura egípcia era encontrada principalmente no interior das pirâmides, representando os grandes feitos do faraó, de forma estática e frontal.
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As esculturas egípcias eram representações das divindades e dos faraós. Da mesma forma, as pinturas continham figuras com expressões estáticas e frontais.
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As esfinges eram grandes esculturas de seres mitológicos, com várias partes de diferentes animais, a fim de espantar maus espíritos.
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A arquitetura egípcia era grandiosa e durável. Era feita para propósitos funcionais, mas também para demonstrar grandiosidade.
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As pirâmides egípcias foram túmulos construídos para abrigar os corpos dos faraós e representar a ligação do governante com um deus.
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A lei da frontalidade na arte egípcia foi a determinação de que os troncos das pessoas deveriam ser representados frontalmente, e a cabeça, pernas e pés exibidos de perfil.
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A arte egípcia sofreu inúmeras mudanças ao longo de sua história.
Características da arte egípcia
A arte egípcia é uma arte muito ligada à religiosidade, à espiritualidade e à mitologia dos povos egípcios. Assim, pode ser vista principalmente em túmulos, sendo que dentro deles há/havia diversas pinturas e esculturas. As próprias grandes obras arquitetônicas do Egito Antigo, as pirâmides, também tinham essa finalidade, afinal os egípcios acreditavam na vida após a morte, e, por isso, os faraós e nobres eram enterrados com vários objetos, para que tivessem uma boa vida no além.
Tipos de arte egípcia
→ Pintura egípcia
As pinturas egípcias podem ser encontradas principalmente no interior das pirâmides e retratavam a vida e os grandes feitos de um determinado faraó que ali fosse enterrado após sua morte. Era o próprio governante que contratava o pintor, que, por sua vez, não possuía autonomia sobre o que pintar nem podia exercer sua criatividade de forma livre, pois era contratado para desenvolver uma obra sob encomenda. Os artistas também não eram reconhecidos em sua autoria, já que não assinavam suas obras, e, sim, executavam-nas de acordo com o que o fora pedido. Há, nas pinturas egípcias, um grande senso de ordem.
As tintas utilizadas eram encontradas na natureza e tinham um significado específico. Eram usadas apenas cores convencionais. O preto, adquirido do carvão de madeira ou de pirolusita (óxido de magnésio), representava a noite e/ou a morte. O branco era extraído da cal e simbolizava a verdade e/ou a pureza. O amarelo vinha do óxido de ferro hidratado (limonite) e estava ligado à simbologia da eternidade. Já o azul, extraído do carbonato de cobre, representava o rio Nilo e/ou o céu. Por fim, o vermelho, encontrado em substâncias ocres, ou seja, em óxidos metálicos terrosos portadores de ferro, simbolizava energia, sexualidade e poder.
Em relação a proporções e detalhes técnicos das pinturas, observa-se que o faraó era sempre maior em relação aos demais componentes de uma cena, não seguindo, portanto, uma proporção real, e, sim, de representação do poder. A pintura egípcia também não apresentava três dimensões nem sombras. Os troncos e os olhos das pessoas e animais eram pintados de frente, enquanto os demais membros, de lado.
→ Escultura egípcia
As esculturas egípcias, em sua maioria, reproduziam deuses e faraós, que, assim como na pintura, eram representados de maneira estática e frontal. Não há também expressões faciais nítidas. Havia um padrão para a escultura de um faraó quanto à sua posição: sentado de pernas cruzadas, ou sentado com a mão esquerda apoiada na coxa, ou de pé e com o pé esquerdo à frente.
◦ Esfinges egípcias
As esfinges egípcias eram esculturas de seres mitológicos, com corpo de animal (leão) e cabeça de gente, feitas em tamanhos monumentais e colocadas na entrada de túmulos, e acreditava-se que podiam afastar maus espíritos. A mais famosa delas é a esfinge de Gizé.
→ Arquitetura egípcia
A arquitetura do Antigo Egito caracteriza-se, principalmente, pela durabilidade e solidez. Eram obras funcionais também, como as maiores delas, as pirâmides, que eram templos e túmulos.
◦ Pirâmides egípcias
As pirâmides egípcias são tumbas construídas para os faraós. Nas suas construções, a base representa o faraó, e a ponta, a ligação com os deuses. As mais famosas pirâmides egípcias são as de Gizé. Para saber mais sobre a história das pirâmides do Egito Antigo, clique aqui.
Lei da frontalidade da arte egípcia
A lei da frontalidade da arte egípcia era utilizada nas representações humanas e determinava que o tronco fosse retratado de frente, e a cabeça, pernas e pés, de lado. As mais tradicionais representações da arte egípcia evidenciam isso. Trata-se de uma das principais características dessa arte.
História da arte egípcia
A civilização egípcia durou milênios, bem como sua arte. Ao longo do tempo, passou por amplas modificações, diferentes influências e, além disso, influenciou diversos povos, como se pode perceber, por exemplo, na cultura grega e romana. Somente os mais ricos egípcios eram quem podiam pagar pela arte que os guiaria em suas vidas após a morte. Saiba mais sobre a história da arte egípcia a seguir.
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Período Pré-Dinástico: período em que as primeiras manifestações artísticas egípcias surgiram — desenhos em rochas que datam dos anos 6000 a.C. a 3150 a.C.
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Período Dinástico: entre 3150 a.C. e 2613 a.C., a simetria passou a ser o atributo mais importante da arte egípcia. É desse período uma conhecida obra, chamada Paleta de Narmer, uma grande placa que contém uma narrativa sobre a unificação dos dois reinos egípcios, Alto Egito e Baixo Egito. As pirâmides e a Grande Esfinge de Gizé foram construídas durante o Império Antigo, quando o padrão estético era ditado pela capital, Memphis.
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Primeiro Período Intermediário: apesar da característica não autônoma da arte egípcia, entre os anos 2181 a.C. a 2040 a.C., existiu uma certa autonomia, devido à baixa centralização política do período. As estátuas foram produzidas em maior volume durante o Médio Império, ou seja, entre os anos de 2040 a.C. a 1782 a.C. Foi também nesse período que a arte egípcia começou a representar mais os pobres e passou a ser um pouco mais realista.
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Período Intermediário: entre 1782 a.C. e 1570 a.C., a arte egípcia sofreu influência dos hicsos e núbios. Por fim, no Império Novo, houve a produção de obras famosas, como a máscara mortuária de Tutancâmon (faraó de 1336-1327 a.C.). Esse período também é marcado pela influência dos hititas, especialmente, no que diz respeito às técnicas de metalurgia.
Confira nosso podcast: 10 curiosidades sobre a civilização egípcia que você não pode ficar sem saber
Curiosidades sobre a arte egípcia
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A história da arte egípcia, que abarca pirâmides, templos, pinturas, estátuas e demais objetos — todos feitos de maneira anônima, com algum fim e encomendados —, sofreu diversas alterações ao longo do tempo e já esteve sob influência dos núbios, hititas e hicsos.
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Considera-se que, das formas artísticas da arte egípcia, a arquitetura tem maior proeminência, sobretudo as pirâmides, datadas em três milênios a.C.
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A Grande Pirâmide de Gizé, um dos principais símbolos da arte egípcia, tem 146 metros de altura.
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A arte egípcia não tinha o objetivo de expressar os anseios do artista, e, sim, finalidades, principalmente religiosas e ordenadas por faraós ou sacerdotes. As pinturas em uma tumba, por exemplo, cumpriam o papel de orientar o morto em sua vida após a morte. Por isso, enfeites e amuletos também estavam presentes, pois serviriam como proteção.
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A arte egípcia não possuía desígnio estético específico, visto que pretendia apenas ratificar o propósito de quem tinha encomendado o trabalho.
Créditos de imagem
[1] Barcex / Wikimedia Commons (reprodução)
[2] smith371 / Shutterstock
Por Mariana de Oliveira Lopes Barbosa
Professora de História