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16 personalidades negras que mudaram a história do mundo

A história do mundo é marcada pela contribuição de significativas personalidades negras, tais como Harriet Tubman, Zumbi dos Palmares, Nelson Mandela, Angela Davis etc.

Angela Davis, umas das personalidades negras que mudaram a história.
Angela Davis é uma importante ativista e filósofa negra que luta contra o racismo no mundo.[1]
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Ao longo da história, diversas personalidades negras se estabeleceram de maneira significativa, deixando contribuições na ciência, economia, política, sociedade, cultura etc. O racismo, muitas vezes, contribuiu para manter essas personalidades em um relativo ou total apagamento, e a historiografia vem resgatando e dando nova representatividade a elas.

Ao longo deste texto, separamos oito homens e oito mulheres negras que foram significativos na história, contribuindo para mudar a trajetória do planeta. Essas personalidades são:

  • Zumbi

  • Harriet Tubman

  • Toussaint Louverture

  • Yaa Asantewa

  • Jesse Owens

  • Carolina Maria de Jesus

  • Martin Luther King Jr.

  • Rosa Parks

  • Malcolm X

  • Elizabeth Eckford

  • Frantz Fanon

  • Wangari Maathai

  • Nelson Mandela

  • Ellen Johnson Sirleaf

  • Angela Davis

  • Michael Jackson

Leia também: Afinal, o que é consciência negra?

Tópicos deste artigo

Quais são as personalidades negras mais importantes da história?

  • Zumbi: é uma das personalidades negras mais significativas da história do Brasil. Sabemos muito pouco de sua vida, mas sabemos que ele foi o último líder do Quilombo dos Palmares, antes de sua destruição. Esse foi o maior quilombo da história brasileira, existindo durante todo o século XVII.

    Zumbi foi assassinado por bandeirantes em 1695, tornando-se um símbolo da luta e resistência contra a escravidão no Brasil. Para saber mais sobre a trajetória desse líder, clique aqui.

Representação de Zumbi dos Palmares feita por Antônio Parreiras.
Representação de Zumbi dos Palmares feita por Antônio Parreiras.
  • Harriet Tubman: foi uma mulher afro-americana que ficou marcada como uma das personalidades mais pujantes no combate à escravidão naquele país. Ela nasceu no começo da década de 1820, em Maryland, escravizada, mas conquistou sua liberdade ao fugir do seu cativeiro.

    Após sua fuga, assumiu o papel de guia que conduzia escravos fugidos para os estados do Norte dos Estados Unidos ou o Canadá (onde a escravidão não existia). Dessa forma, foi responsável por conduzir centenas de afro-americanos à liberdade. Para saber mais sobre a trajetória de Tubman, clique aqui.

Harriet Tubman em 1855.
Harriet Tubman em 1855.
  • Toussaint Louverture: foi um general e político haitiano que liderou a luta pela independência haitiana na passagem do século XVIII para o século XIX. Ele nasceu escravizado, mas conquistou sua liberdade ao longo de sua vida. Com o início de uma revolta no Haiti, tornou-se um líder militar na luta dos haitianos contra o colonialismo francês e a escravidão. Foi capturado pelos franceses e enviado para uma prisão na França, onde faleceu em 1803.

Toussaint Louverture.
Toussaint Louverture.
  • Yaa Asantewa: foi uma rainha no Império Ashanti, sendo reconhecida como uma grande guerreira que lutou contra os britânicos na África. Ela nasceu em Besease, atual Gana, mas na época parte do Império Ashanti. Tornou-se regente depois que o rei e seu irmão morreram. Ela liderou uma rebelião contra os britânicos, sendo capturada e mandada para o exílio.

Estátua de Yaa Asantewa em Gana.[2]
Estátua de Yaa Asantewa em Gana.[2]

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  • Jesse Owens: foi um atleta norte-americano que ficou marcado na história como o homem que contrariou Adolf Hitler na Alemanha Nazista. Ele nasceu no Alabama, em 1913, sendo filho de um agricultor negro pobre. Ingressou no esporte na década de 1930, participando das Olimpíadas de Munique, em 1936.

    A Alemanha estava sob o domínio de Hitler, e Jesse Owens conquistou quatro medalhas de ouro para os Estados Unidos, o primeiro homem negro na história a fazê-lo. Ao vencer as provas, Owens mostrou a falsidade das teorias de superioridade racial dos brancos, defendidas pelos nazistas.

Jesse Owens em 1936.
Jesse Owens em 1936.
  • Carolina Maria de Jesus: foi uma escritora mineira que ganhou projeção nacional e internacional por conta do seu livro Quarto de despejo: diário de uma favelada. Ela era mãe de três filhos, e decidiu se mudar para São Paulo para garantir o seu sustento. Escreveu essa obra com base nas suas vivências na favela do Canindé.

    É considerada uma das escritoras negras mais importantes do Brasil, com seus livros sendo reconhecidos internacionalmente. Viveu parte da sua vida como escritora no ostracismo por conta do racismo, que invisibilizava seus escritos. Seus livros denunciam exatamente o racismo e a invisibilidade da mulher negra no Brasil. Para saber mais, clique aqui.

Carolina Maria de Jesus autografando livro em 1960.
Carolina Maria de Jesus autografando livro em 1960.
  • Martin Luther King Jr.: foi um pastor batista e um dos grandes nomes da luta pelos direitos civis dos afro-americanos nos Estados Unidos, nas décadas de 1950 e 1960. Nasceu em 1929, no estado da Geórgia, e teve sua vida atravessada pelo racismo. Na década de 1950, tornou-se um ícone da desobediência civil e do ativismo pacífico na luta contra o racismo nos EUA.

    Assumiu esse papel de liderança depois do ato de desobediência civil de Rosa Parks, em Montgomery, no estado do Alabama. Liderou vários protestos pacíficos e fez diversos discursos reconhecidos, como I Have a Dream (Eu Tenho um Sonho). Foi premiado com um Nobel da Paz, em 1964, e foi assassinado em 1968. Para saber mais, clique aqui.

Martin Luther King Jr. em 1964.
Martin Luther King Jr. em 1964.
  • Rosa Parks: foi uma importante personalidade na história por ter realizado um ato de desobediência à segregação racial nos Estados Unidos. Parks ficou marcada por ter se recusado a ceder o seu lugar no ônibus para uma pessoa branca, em Montgomery, Alabama, em 1955. Seu ato deu força para a luta afro-americana pelos direitos civis nos Estados Unidos. Para saber mais sobre sua história, clique aqui.

Rosa Parks em 1955.
Rosa Parks em 1955.
  • Malcolm X: foi um ativista norte-americano que lutou pelos direitos civis da população afro-americana nos Estados Unidos durante as décadas de 1950 e 1960. Converteu-se ao islamismo na década de 1950, aderindo à Nação do Islã, que lutava pela emancipação dos negros nos EUA.

    Opunha-se a Martin Luther King Jr. na questão da violência, alegando que os negros deveriam se defender usando-a como forma de autodefesa. Além disso, defendia que a luta contra o racismo deveria ser internacional, unindo os negros de todo o planeta. Era um crítico do imperialismo e defensor do pan-africanismo. Foi assassinado em 1965. Para saber mais, clique aqui.

Malcom X em 1964.
Malcom X em 1964.
  • Elizabeth Eckford: ficou marcada como a estudante negra que foi matriculada em uma escola exclusiva para brancos em Arkansas. Eckford desafiou o racismo dos Estados Unidos da década de 1950, frequentando a escola sob o repúdio dos brancos. No seu primeiro dia, ela foi cercada por uma multidão de brancos que a ofendiam enquanto ela caminhava na direção da escola.

Elizabeth Eckford sendo hostilizada por estudante branca.
Elizabeth Eckford sendo hostilizada por estudante branca.
  • Frantz Fanon: foi um intelectual de Martinica, e ficou conhecido como psiquiatra e filósofo. Foi um dos principais pensadores negros do século XX. Atuou como psiquiatra durante a Guerra da Argélia, iniciando, a partir daí, uma série de estudos sobre o colonialismo. Denunciou a violência colonial, tornando-se uma referência no assunto. Faleceu em 1961, aos 36 anos, por conta de uma leucemia.

Capa de livro de Frantz Fanon.[3]
Capa de livro de Frantz Fanon.[3]
  • Wangari Maathai: foi uma professora e ativista nascida no Quênia em 1940. Ficou reconhecida internacionalmente pelo seu engajamento nas causas ambientais, sendo a primeira mulher africana a receber um Prêmio Nobel da Paz, em 2004. Era mestre em biologia e doutora em anatomia veterinária, desenvolvendo uma preocupação com o desflorestamento.

    Fundou, em 1977, o movimento Green Belt, com o intuito de incentivar o reflorestamento do planeta. Esse projeto garantiu emprego a trabalhadoras rurais que fizeram o plantio de árvores, atuando em diferentes partes do planeta e principalmente no Quênia. Estima-se que o projeto de Maathai foi responsável pelo plantio de mais de 50 milhões de árvores.

Wangari Maathai em 2005.[4]
Wangari Maathai em 2005.[4]
  • Nelson Mandela: foi um ativista e político sul-africano que ficou marcado como o grande nome da luta contra o apartheid na África do Sul. O apartheid foi o regime de segregação racial que se estabeleceu nesse país em 1948. Mandela liderou atos de desobediência civil contra o apartheid, e por isso foi preso e mantido na prisão por 27 anos.

    Em 1990, foi solto pelo governo sul-africano e atuou junto do presidente Frederik de Klerk para liderar o processo de transição ao fim do apartheid na África do Sul. Em 1993, recebeu um Prêmio Nobel da Paz, e no ano seguinte foi eleito presidente sul-africano, sendo o primeiro negro a governar o país. Para saber mais sobre Mandela, clique aqui.

Nelson Mandela em 1994.[5]
Nelson Mandela em 1994.[5]
  • Ellen Johnson Sirleaf: é uma política liberiana que ficou marcada por ter sido a primeira mulher a presidir um país no continente africano. Ela nasceu em Monróvia, capital da Libéria, graduou-se no exterior e retornou à Libéria na década de 1970 para atuar como ministra das Finanças.

    Opôs-se a um golpe militar na Libéria, sendo presa por isso. Tornou-se presidente da Libéria, ocupando a função entre 2006 e 2018. Foi a primeira mulher nessa posição em todo o continente africano. Em 2011, foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz pela sua atuação na luta pelos direitos e pela segurança das mulheres durante o processo de construção da paz na Libéria.

Ellen Johnson Sirleaf em discurso na Assembleia Geral da ONU.[6]
Ellen Johnson Sirleaf em discurso na Assembleia Geral da ONU.[6]
  • Angela Davis: é uma escritora, filósofa e ativista, conhecida como uma das figuras mais relevantes no combate ao racismo nos séculos XX e XXI. Ela nasceu em 1944, nos Estados Unidos, aderindo ao movimento que lutava pelos direitos civis dos afro-americanos, os Panteras Negras, grupo que defendia a luta armada dos negros contra o racismo. Alinhada ideologicamente com o marxismo, Davis é um dos grandes nomes no combate ao racismo não só nos Estados Unidos, mas em todo o planeta. Para saber mais, clique aqui.

Angela Davis em 2019.[7]
Angela Davis em 2019.[7]
  • Michael Jackson: foi cantor, dançarino e compositor norte-americano que ficou marcado como um dos maiores artistas da história da música. Seu sucesso foi tão grande que ele é conhecido atualmente como o “rei do pop”, sendo o autor de canções e de danças que marcaram o século XX e ainda são extremamente famosas. Sofria de vitiligo e faleceu em 2009, vítima de uma overdose de sedativos. Para saber mais, clique aqui.

Michael Jackson de roupa vermelha e chapéu preto saindo de carro preto.
Michael Jackson foi um artista norte-americano reconhecido como um dos maiores cantores e dançarinos de todos os tempos.[8]

Outras importantes personalidades negras:

  • Kwame Nkrumah

  • Alexandre Dumas

  • Chimamanda Ngozi Adichie

  • Sueli Carneiro

  • Milton Santos

  • Pelé

  • Gilberto Gil

  • Muhammad Ali

Crédito das imagens:

[1] Antonio Scorza / Shutterstock

[2] Wikimedia Commons

[3] hamdi bendali / Shutterstock

[4] Joseph Sohm / Shutterstock

[5] Wikimedia Commons

[6] a katz / Shutterstock

[7] Wikimedia Commons

[8] Vicki L. Miller / Shutterstock

Fontes

GOMES, Flávio dos Santos; LAURIANO, Jaime e SCHWARCZ. Enciclopédia Negra. São Paulo: Companhia das Letras, 2021

FREIXA, Omer. Frantz Fanon: um clássico para entender o colonialismo. Disponível em: https://brasil.elpais.com/cultura/2021-12-03/frantz-fanon-um-classico-para-entender-o-colonialismo.html

WABA, Pinado Abdu. Yaa Nana Asantewaa: a rainha guerreira de Gana. Disponível em: https://www.dw.com/pt-002/yaa-nana-asantewaa-a-rainha-guerreira-da-na%C3%A7%C3%A3o-ashanti-do-gana/a-41770230

NEAB. UFRGS. Wangaru Muta Maathai (1940-2011). Disponível em: https://www.ufrgs.br/africanas/wangari-muta-maathai-1940-2011/

POMBO, Cristiano Cipriano e MARTINO, Rodolfo Stipp. Há 40 anos, morreu Jesse Owens, que desafiou nazismo e racismo. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/banco-de-dados/2020/03/ha-40-anos-morreu-jesse-owens-que-desafiou-nazismo-e-racismo.shtml

Escritor do artigo
Escrito por: Daniel Neves Silva Formado em História pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e especialista em História e Narrativas Audiovisuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Atua como professor de História desde 2010.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SILVA, Daniel Neves. "16 personalidades negras que mudaram a história do mundo"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/16-personalidades-negras-que-mudaram-a-historia-do-mundo.htm. Acesso em 27 de abril de 2024.

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