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O Canal do Panamá é uma via artificial construída no istmo do Panamá e que se estende por 82 km. O canal é responsável pela conexão entre os oceanos Atlântico, na altura do Mar do Caribe, e Pacífico, representando por isso uma das mais importantes rotas marítimas para o comércio internacional. O canal foi inaugurado no ano de 1914 e possui, atualmente, um trânsito anual de mais de 14 mil embarcações oriundas de 170 países.
Leia também: Canal de Suez — via que permite a comunicação marítima entre a Europa e Ásia
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre o Canal do Panamá
- 2 - História do Canal do Panamá
- 3 - Características do Canal do Panamá
- 4 - Importância do Canal do Panamá
- 5 - Como funciona o Canal do Panamá?
- 6 - Exercícios resolvidos sobre o Canal do Panamá
Resumo sobre o Canal do Panamá
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O Canal do Panamá é uma via marítima artificial que interliga os oceanos Atlântico e Pacífico.
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Foi construído no istmo do Panamá, na América Central.
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Seu funcionamento se dá através do sistema de eclusas, que eleva o nível da água para a passagem das embarcações.
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O Canal do Panamá foi inaugurado em 1914 e esteve sob administração dos Estados Unidos até 1999, quando foi oficialmente transferido para o governo panamenho.
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Trata-se de uma via estratégica para o comércio internacional, uma vez que representa um caminho mais curto entre a Ásia e a porção leste do continente americano, facilitando também o acesso à Europa.
História do Canal do Panamá
Desde o período das Grandes Navegações, os espanhóis cogitaram a ideia de uma conexão entre os oceanos Pacífico e Atlântico a ser construída na altura do rio Chagres, no Panamá. As condições do local na época não permitiram que o plano fosse concretizado, e os trajetos continuaram a ser feitos pelo caminho mais longo, contornando o continente americano pela sua porção sul.
A primeira tentativa tangível de construção aconteceu no final do século XIX, em 1881, com a atuação do francês Ferdinand de Lesseps, que esteve também à frente da construção do Canal de Suez, no Egito.
A ideia inicial era construir uma via no nível do mar, contestada pelo engenheiro Adolphe Godin de Lépinay, que foi quem propôs o sistema de formação de lagos e elevadores para a passagem de embarcações (as eclusas), que constituem o atual mecanismo do canal. No entanto, essa proposta foi ignorada à época, e a empresa de Lesseps seguiu o plano original. Em função do clima chuvoso, do maquinário inapropriado e de problemas de ordem financeira, as obras não foram finalizadas e a empresa responsável foi à falência.
No ano de 1902, os Estados Unidos aprovaram a compra de ações dessa empresa, mas o país não conseguiu negociar satisfatoriamente com a Colômbia o andamento do projeto, já que nesse período o território panamense pertencia a este país. A independência do Panamá ocorreu no ano seguinte, obtendo apoio e reconhecimento dos Estados Unidos. Em fevereiro de 1904, foi criada a Zona do Canal do Panamá, onde as obras teriam continuidade.
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Construção do Canal do Panamá
A construção do Canal do Panamá empregou em média 60 mil trabalhadores braçais, a maioria deles oriundos das ilhas caribenhas. Muitos percalços envolveram sua construção, uma vez que as chuvas eram frequentes, o que tornava o solo bastante úmido e os deslizamentos constantes. Além disso, as doenças tropicais, o calor intenso e os acidentes de trabalho ocasionaram inúmeras mortes.
O projeto levou em consideração o sistema de eclusas e o represamento de rios para a formação dos principais lagos que compõem a via, além da integração com o modal ferroviário. As obras foram realizadas no curso de 10 anos, e o custo total da construção do Canal do Panamá foi de mais de 350 milhões de dólares. A abertura oficial da via para a passagem das embarcações aconteceu em 15 de agosto de 1914.
No ano de 1977, foi assinado o Tratado Carter-Torrijos, que garantiria ao Panamá o controle da via, que estava sob administração dos Estados Unidos. O país caribenho assumiu a sua soberania sobre o canal no ano de 1999, quando foi criada a agência governamental da Autoridade do Canal do Panamá.
Características do Canal do Panamá
O Canal do Panamá é uma hidrovia ou via aquática artificial que atravessa o Panamá, país da América Central, onde está situado o istmo do Panamá, uma estreita faixa de terra que conecta as parcelas leste e oeste do país. Esse canal é o responsável pela ligação entre os oceanos Atlântico e Pacífico, tornando mais dinâmico o transporte marítimo e desempenhando um papel importante para o comércio internacional.
O canal se estende por 82 km e atravessa o Panamá no sentido norte-sul, com pontos extremos nas cidades de Colón e Balboa, sendo a primeira banhada pelo Atlântico, na região norte, e a segunda situada no Pacífico, na porção meridional da via. A largura média do canal é de 200 metros, o que varia com a presença de grandes lagos em toda a sua extensão. O maior deles é o Lago Gatún, que tem 350 metros de comprimento e profundidade máxima de 26 metros. Já o trecho mais estreito possui 90 metros e recebe o nome de Estreito de Caluebra.
Para que as embarcações possam transitar sem qualquer tipo de transtorno pelo canal, elas devem ter no máximo 32,3 metros de largura, 12 metros de altura (profundidade) e 294 metros de comprimento.
Leia também: Hidrovias — vias de transporte que ocorrem sobre rios, lagos e mares
Importância do Canal do Panamá
O Canal do Panamá é uma das mais importantes rotas marítimas para o comércio mundial, dividindo esse status com o Canal de Suez. Isso se deve ao fato de essa via representar uma rota mais curta e, portanto, de mais rápido trânsito entre os oceanos Pacífico e Atlântico, conectando assim os continentes asiático e americano de maneira mais eficaz, além de facilitar o acesso à Europa. A travessia do Canal do Panamá pode ser realizada em aproximadamente 10 horas.
Essa via é, hoje, conectada a 1920 portos espalhados por 170 países, sendo passagem para mais de 180 rotas marítimas, capacidade essa garantida pela ampliação do canal que foi finalizada em 2016. Circulam pelo Canal do Panamá centenas de milhões de dólares em mercadorias, que são transportadas por 14 mil navios todos os anos. No ano de 2010, o canal completou a marca de um milhão de travessias.
Como funciona o Canal do Panamá?
O Canal do Panamá funciona por meio do sistema de eclusas. Essas estruturas possuem portões para o seu fechamento depois que o navio é cuidadosamente estacionado em seu interior. Após essa etapa, o nível da água é elevado para que a embarcação possa realizar a travessia, que se dá de uma eclusa para a outra.
Por essa razão, as eclusas são comumente comparadas a elevadores. Quando o navio adentra o canal, as manobras e a passagem são realizadas por um funcionário especializado da Autoridade do Canal do Panamá.
O deslocamento dos navios ocorre com o auxílio de locomotivas, que são conectadas às embarcações por cabos e se deslocam por trilhos construídos nas margens do canal central. Uma vez finalizado o processo, os portões se abrem e a água das comportas é escoada para o oceano. Três eclusas compõem o Canal do Panamá:
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Gatún, com saída para o Atlântico;
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Pedro Miguel;
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Miraflores.
Para a realização da travessia, é necessário pagar uma taxa (ou pedágio) que varia de acordo com o tamanho da embarcação, peso da carga transportada e nível da água disponível no canal.
Leia também: Estreito de Bering — porção que separa o extremo leste da Ásia e o extremo oeste da América do Norte
Exercícios resolvidos sobre o Canal do Panamá
Questão 1
(UERJ) O Canal do Panamá é uma obra de engenharia das mais grandiosas. Tem 77 quilômetros de extensão e liga o Oceano Atlântico ao Pacífico. Suas eclusas, que são uma espécie de elevador, levantam as embarcações até o Lago Gatún, de onde se pode ir para um ou outro lado do continente. A construção dessa passagem que encurtaria as viagens, evitando as rotas mortíferas que passavam pelo Cabo Horn ou pelo Estreito de Magalhães, começou em 1881, mas os trabalhadores morriam como moscas por conta das febres tropicais. Também houveram problemas de engenharia, e o projeto foi abandonado. Os Estados Unidos resolveram retomar o trabalho em 1904 e em dez anos terminaram as obras. O canal foi inaugurado em 15 de agosto de 1914.
(Adaptado de sindprevs-sc.org.br.)
Passados mais de cem anos, o Canal do Panamá ainda impressiona os que observam seu funcionamento. No contexto de sua inauguração, essa obra possuía o seguinte caráter estratégico:
a) desenvolvimento da indústria naval
b) globalização das economias nacionais
c) monopólio das vias mundiais de transportes
d) integração capitalista do comércio internacional
Resolução: Alternativa D. O Canal do Panamá possui caráter estratégico de integração do mercado internacional, uma vez que tornou mais rápido o trânsito entre importantes áreas escoadoras e compradoras de commodities, que são os continentes asiático, americano e europeu.
Questão 2
(PUC-RJ) O Canal do Panamá, uma obra de engenharia iniciada na década de 1880 e finalizada no início do século XX, ainda hoje é um trajeto fundamental para o comércio mercante internacional. Para o cruzamento do continente centro-americano através do canal (do Pacífico para o Atlântico e vice-versa), é importante o controle dos pontos 1, 2 e 3, que são:
a) rios encaixados em vales e desviados para os lagos artificiais.
b) lagos artificiais controlados por grandes barragens hidroelétricas.
c) eclusas que nivelam a água do trajeto por um sistema de comportas.
d) barragens de concreto para a água dos oceanos trazidas pelas marés.
e) comportas naturais alargadas pela engenharia por encachoeiramento.
Resolução: Alternativa C. Os pontos indicados na imagem são as eclusas, utilizadas para o nivelamento das águas e passagem das embarcações, principal mecanismo de funcionamento do Canal do Panamá.
Por Paloma Guitarrara
Professora de Geografia