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Tricomoníase é uma infecção sexualmente transmissível (IST) comum causada por um protozoário chamado Trichomonas vaginalis, que acomete tanto homens quanto mulheres, porém os sintomas costumam ser mais severos nas mulheres. Os homens costumam ser assintomáticos; já as mulheres, sintomáticas, sendo que a doença é uma das maiores causas de vaginite.
Os principais sintomas incluem um corrimento de coloração amarelo-esverdeada com odor fétido, coceira, vermelhidão, dor ao urinar e nas relações sexuais e inchaço. A prevalência é maior em pessoas em idade sexualmente ativa. Assim como em qualquer outra IST, o número de parceiros sexuais e a falta de utilização de preservativos influenciam na prevalência da tricomoníase, que é prevenível e tem cura. O diagnóstico é feito por cultura e pelo exame microscópico para identificação do protozoário. O tratamento é feito com medicações, sendo o metronidazol a mais utilizada.
Leia também: Sífilis — uma infecção sexualmente transmissível causada por uma bactéria
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre tricomoníase
- 2 - O que é a tricomoníase?
- 3 - Tricomoníase na mulher
- 4 - Tricomoníase no homem
- 5 - Causas e fatores de risco da tricomoníase
- 6 - Transmissão da tricomoníase
- 7 - Sintomas da tricomoníase
- 8 - Diagnóstico da tricomoníase
- 9 - Tratamento da tricomoníase
Resumo sobre tricomoníase
- Tricomoníase é uma infecção sexualmente transmissível.
- Afeta tanto homens quanto mulheres, porém os sintomas são mais presentes em mulheres.
- É uma das principais causas de vaginites.
- A principal forma de transmissão é pelo contato sexual desprotegido.
- Os principais sintomas incluem um corrimento amarelo-esverdeado e um odor forte.
- O diagnóstico é realizado por meio de culturas e microscopia, para identificação do parasita.
- O tratamento é realizado com medicamentos, sendo o metronidazol o mais comum.
O que é a tricomoníase?
A tricomoníase é uma infecção parasitária que foi descrita em 1836 pelo médico Alfred Donné. A principal característica da infecção é um corrimento de coloração amarelada ou esverdeada, que possui um odor fétido, muitas vezes comparado com o cheiro de peixe.
O responsável por essa infecção é um protozoário chamado Trichomonas vaginalis. Ela é transmitida por meio de relações sexuais, sendo considerada uma IST. O nome do parasita, apesar de este afetar tanto mulheres quanto homens, se deu pelo fato de ter sido identificado pela primeira vez relacionado com corrimentos vaginais.
Estima-se que ocorram 170 milhões de casos de tricomoníase por ano no mundo, e essa doença só acontece em humanos, não tem um vetor associado ao ciclo de transmissão.
→ Características do agente causador da tricomoníase
Morfologicamente, o protozoário parasita Trichomonas vaginalis tem uma estrutura simples, possuindo apenas a forma de trofozoíto, que significa que ele não possui a forma cística, sendo uma célula eucariótica, com quatro flagelos.
Ele é um espécime anaeróbio facultativo, que significa que ele consegue sobreviver tanto na presença quanto na ausência do oxigênio. O pH ideal para seu crescimento é entre 5 e 7,5, e o período de incubação pode variar de três a 20 dias. O Trichomonas vaginalis pode infectar tanto homens quanto mulheres, mas é mais comum em mulheres, que costumam ser sintomáticas, enquanto os homens não.
Tricomoníase na mulher
As mulheres são mais acometidas pela tricomoníase e, em geral, são sintomáticas, mas vale ressaltar que ainda assim muitas mulheres são assintomáticas para a infecção.
Quando presentes, os sintomas mais comuns são coceira e um corrimento de coloração amarelo-esverdeada que tem um odor forte. Esses sinais são os que levam a procurar ajuda médica.
A vagina possui um pH ácido, que protege a mulher contra infecções, porém quando ocorre uma mudança desse pH, que pode ser devido a diversos fatores, principalmente devido ao ciclo menstrual, que aumenta o pH do órgão, a região fica propícia a infecções. A tricomoníase é uma das principais causas da vaginite, que é inflamação da vagina. O parasita também pode acometer a uretra.
Tricomoníase no homem
A infecção nos homens na maioria das vezes é assintomática, porém quando os sintomas estão presentes, ocorre a presença de um corrimento espumoso no pênis, além de dor ou ardência ao urinar e após relações sexuais. Não são comuns complicações nos homens, mas quando ocorrem, a infecção pode acometer o epidídimo, causando uma epididimite e afetando a próstata.
Causas e fatores de risco da tricomoníase
As causas e os fatores de risco para a tricomoníase são parecidos com os de quaisquer outras ISTs, associados a relações sexuais desprotegidas e com vários parceiros. A infecção também pode ser um facilitador para outras doenças, como a gonorreia.
Transmissão da tricomoníase
A principal forma de transmissão ocorre por relações sexuais, por isso é classificada como uma IST. Porém, apesar de serem consideradas raras, existem também chances de se contaminar por intermédio de objetos íntimos, como toalhas. No caso, uma pessoa infectada contamina o objeto com secreções, e outra pessoa o utiliza e se infecta. Outra forma possível é a transmissão vertical, quando a mãe passa para o bebê durante o parto.
Veja também: Aids — uma síndrome causada pelo vírus HIV
Sintomas da tricomoníase
Os principais sintomas da tricomoníase incluem:
- presença de corrimento de coloração amarelo-esverdeada;
- odor fétido;
- coceira;
- ardência;
- sintomas urinários, como dor ao urinar;
- dor no ato sexual;
- vermelhidão;
- inchaço.
Diagnóstico da tricomoníase
Por se tratar de uma IST, apenas os sintomas clínicos não são suficientes para diagnosticar a infecção, que pode ser facilmente confundida com outra doença. Por isso, além do exame físico, são coletadas amostras, que podem ser de secreções, e esse material é analisado em laboratório, por meio de microscopia.
O padrão ouro para o diagnóstico é a cultura — um meio propício para a multiplicação do parasita é criado, facilitando sua observação.
Tratamento da tricomoníase
O tratamento da tricomoníase é baseado no uso de medicações, sendo o metronidazol a mais utilizada, com alta taxa de cura. Outras medicações indicadas são o tinidazol, ornidazol, nimorazol, carnidazol, secnidazol e flunidazol. Quando uma pessoa inicia o tratamento, o indicado é que o parceiro sexual também realize o tratamento, mesmo que não esteja com sintomas.
Por Aline Oliveira Silva
Professora de Biologia