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Bócio

Bócio é o termo usado para se referir ao aumento da glândula tireoide. O problema é desencadeado por diferentes causas, como a deficiência de iodo.

Pessoa com bócio.
O aumento do volume da tireoide caracteriza o bócio.
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Bócio é o nome dado ao aumento do volume da glândula tireoide. Essa condição é conhecida há bastante tempo, sendo representada, por exemplo, pelos egípcios em 2000 a.C. O bócio apresenta diferentes causas, sendo uma delas a baixa ingestão de iodo na alimentação. Ele pode estar relacionado também com distúrbios da tireoide, como hipertireoidismo e hipotireoidismo.

Leia mais: Sistema endócrino – complexo e constituído pelas glândulas endócrinas do nosso corpo

Tópicos deste artigo

O que é a tireoide?

A tireoide é uma glândula endócrina responsável pela produção de importantes hormônios, destacando-se a tiroxina (T4) e a tri-iodotironina (T3), os quais atuam na regulação do metabolismo. Ela é formada por dois lóbulos, os quais estão dispostos de cada lado da traqueia e são conectados na linha média por um istmo. A tireoide apresenta formato que lembra uma borboleta e, em um adulto, pesa de 20 g a 30 g. Para saber mais sobre essa glândula, leia o texto: Tireoide.

O que é bócio?

O termo bócio é usado para se referir a um grande aumento da tireoide, não importando a sua etiologia ou fisiopatologia. De acordo com o critério fisiológico, o bócio é classificado em simples ou tóxico. Ele é chamado de simples ou atóxico quando não se observa hiperfunção da tireoide. Já o bócio tóxico é aquele em que se observa a produção excessiva de hormônio.

De acordo com o critério epidemiológico, o bócio pode ser classificado em endêmico ou esporádico. Quando uma pessoa apresenta carência de iodo na alimentação, ele é denominado endêmico. A denominação esporádico é dada quando o bócio não se relaciona com deficiência de iodo. É importante salientar que, desde que foi instituída a obrigatoriedade de suplementação de iodo no sal de cozinha em nosso país, o bócio endêmico tem se tornado uma condição rara.

De acordo com o formato do bócio, ele pode ser classificado em difuso ou nodular, sendo que este último pode ser, ainda, classificado em uninodular ou multinodular. O bócio difuso é aquele que não apresenta nódulos, enquanto nos nodulares, como o nome sugere, observa-se a formação de nódulos.

Os bócios uninodulares possuem apenas um nódulo, e os multinodulares, mais de um nódulo. De acordo com o Departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), o bócio nodular é mais frequentemente diagnosticado após os 50 anos de idade.

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Quais os sintomas do bócio?

O bócio se caracteriza pelo aumento do volume da tireoide. Ele pode ser percebido por um aumento na região do pescoço, sendo esse aumento, muitas vezes, visualizado pelo próprio doente ou por amigos e familiares. Uma pessoa pode perceber o aumento na região ao colocar um colar, abotoar uma camisa ou fazer a barba, por exemplo.

O bócio pode provocar sintomas como tosse, pigarro e dificuldade para engolir e respirar, sendo essas dificuldades resultado da compressão provocada pelo aumento da tireoide em outros órgãos, como a traqueia.

O que causa o bócio?

O bócio pode apresentar diferentes causas, tais como:

  • Deficiência de iodo;

  • Falha genética de enzimas da hormoniogênese;

  • Uso de drogas que inibem a utilização do iodo;

  • Presença de substâncias bociogências na dieta. Elas provocam bócio por interferirem na produção dos hormônios tiroidianos;

  • Alterações hormonais durante a gestação ou puberdade.

Por que a deficiência de iodo pode causar bócio?

O iodo é um sal mineral muito importante para o organismo, pois participa da síntese dos hormônios tireoidianos (T3 e T4). Esses hormônios são fundamentais para o nosso metabolismo, atuando, por exemplo, na manutenção do fluxo normal de energia, no desenvolvimento neurológico e no crescimento físico.

A deficiência de iodo pode provocar o bócio, pois afeta a produção dos hormônios tireoidianos. Com a queda da produção hormonal, observa-se um estímulo excessivo da glândula por parte do Hormônio Estimulador da Tireoide (TSH), na tentativa de garantir uma maior síntese de hormônios, e, com isso, a tireoide aumenta de tamanho.

Hipotireoidismo e hipertireoidismo

O hipotireoidismo é uma condição em que se observa uma redução da produção dos hormônios T3 (tri-iodotironina) e T4 (tiroxina). Na maioria dos casos, essa condição é causada por um problema autoimune chamado de tireoidite de Hashimoto. São sintomas do hipotireoidismo o cansaço excessivo, sonolência, queda de cabelo, ganho de peso, intestino preso, menstruação irregular, dores, diminuição de memória e desaceleração dos batimentos cardíacos.

O hipertireoidismo é uma condição em que se observa um aumento na produção dos hormônios T3 e T4. Uma das causas do hipertireoidismo é a chamada doença de Graves (uma doença autoimune que afeta o funcionamento da tireoide). São sintomas do hipertireoidismo: taquicardia, irritação, ansiedade, mãos trêmulas, queda de cabelo, intestino solto, alterações no ciclo menstrual e perda de peso considerável.

Como o bócio pode ser diagnosticado?

Médico examinando paciente com bócio.
O aumento do volume da tireoide pode ser observado pela palpação da glândula.

O bócio pode ser diagnosticado por meio do exame clínico palpação da glândula. Além disso, exames complementares devem ser recomendados, como ultrassonografia e exames de sangue, incluindo a dosagem de hormônios, como o TSH e o T4 livre.

Como o bócio é tratado?

O tratamento do bócio varia de uma pessoa para outra, sendo importante analisar o tipo de bócio que se apresenta, quais os seus sintomas e se há ou não alterações no funcionamento da tireoide. Dentre os procedimentos que podem ser adotados para o tratamento, destacam-se uso de determinados medicamentos, cirurgias e terapia com iodo radioativo. Em caso de deficiência de iodo, o tratamento com a reposição de iodo na alimentação é recomendado.

Escritor do artigo
Escrito por: Vanessa Sardinha dos Santos Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Goiás (2008) e mestrado em Biodiversidade Vegetal pela Universidade Federal de Goiás (2013). Atua como professora de Ciências e Biologia da Educação Básica desde 2008.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Bócio"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/doencas/bocio.htm. Acesso em 28 de março de 2024.

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