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Seleção natural

Seleção natural faz com que as características vantajosas sejam selecionadas e permaneçam em uma dada população, promovendo sua adaptação.

Estátua de Charles Darwin, autor da teoria da seleção natural.
Darwin propôs a ideia de seleção natural como um dos mecanismos que levam à modificação dos organismos.
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Seleção natural é um dos principais pontos da teoria proposta por Charles Darwin. De acordo com a seleção natural, o organismo mais apto sobrevive e passa suas características aos descendentes, garantindo, portanto, que características vantajosas fixem-se em uma população. Podemos dividir a seleção natural em três tipos: estabilizadora, direcional e disruptiva.

Leia mais: Charles Darwin – vida, casamento, formação, obra e morte

Tópicos deste artigo

O que é a seleção natural?

Seleção natural é o mecanismo evolutivo proposto por Charles Darwin, que afirmou que o meio ambiente atua como um selecionador de características, perpetuando os organismos mais aptos a sobreviver em determinado local.

Os organismos mais adaptados conseguem sobreviver e produzir descendentes, os quais herdam essas características. Os organismos menos adaptados apresentam menor chance de sobrevivência e, consequentemente, de reprodução. Com isso, ao longo do tempo, percebe-se que a característica mais vantajosa vai aumentando na população.

Vale salientar que não há uma tendência de melhora de acordo com a necessidade do indivíduo. A seleção natural atua apenas nas características existentes em uma população, não provocando o surgimento de características melhores.

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Exemplo de seleção natural

Para entendermos a seleção natural, imaginemos, por exemplo, a seguinte situação: em um local com neve são observados roedores de pelo branco e roedores de pelo marrom. Os brancos são capazes de esconder-se na neve facilmente por meio da camuflagem. Os marrons, por outro lado, não são capazes de esconder-se com tanta facilidade, sendo facilmente avistados pelos predadores.

Como os brancos são menos capturados, eles têm chance maior de sobreviver e também de  reproduzir-se. Com isso, a característica da pelagem branca vai sendo repassada para as próximas gerações e aumentando na população, enquanto a pelagem marrom vai diminuindo, uma vez que esses animais têm menor chance de sobrevivência e de reprodução.

Exemplo de seleção natural entre os pássaros.
Os tentilhões apresentam diferentes bicos, os quais têm formato adaptado a sua dieta.

A seleção natural pode ser verificada também quando analisamos os bicos dos tentilhões, aves observadas por Darwin nas Ilhas Galápagos durante sua famosa viagem a bordo do Beagle. Darwin observou que existiam tentilhões diferentes em cada uma dessas ilhas, sendo diferenciados, entre outras características, pelos seus bicos.

O cientista concluiu que os tentilhões que ocupam as ilhas, provavelmente, são derivados de uma mesma espécie original, entretanto são submetidos a diferentes pressões em cada ilha. Como as ilhas apresentam ambientes ecológicos distintos entre si, o meio acaba selecionando os organismos mais adaptados àqueles ambientes, os quais fornecem diferentes dietas.

Leia também: Variabilidade genética – fundamental para a ocorrência da seleção natural

Tipos de seleção natural

A seleção natural pode ser dividida em três tipos: estabilizadora, direcional e disruptiva. Vale destacar, no entanto, que, independentemente do tipo de seleção a que nos referimos, todos agem de modo a garantir que o mais apto sobreviva.

  • Seleção estabilizadora: atua contra duas características extremas, favorecendo características intermediárias. Um exemplo clássico é o do peso dos bebês humanos. A seleção natural atuou selecionando bebês de 3 kg a 4 kg. Bebês muito pequenos ou muito grandes apresentam maiores riscos de mortalidade, desse modo, sua frequência na população reduziu-se ao longo do tempo.

  • Seleção direcional: ocorre quando um dos extremos é favorecido. A seleção direcional atua, por exemplo, no caso dos roedores brancos e marrons citados. A característica da pelagem branca foi selecionada, enquanto os diferentes tons de marrom foram reduzidos por não serem vantajosos naquele ambiente.

  • Seleção disruptiva: ocorre o favorecimento de dois extremos. As características intermediárias, nesse caso, não são selecionadas. Um exemplo é o dos tentilhões africanos da República do Camarões. Nessa região observa-se indivíduos com tamanhos de bico muito distintos. Os animais com bicos pequenos alimentam-se de sementes macias, enquanto os de bicos grandes alimentam-se de sementes mais duras e que podem ser quebradas com seus bicos. O bico de tamanho intermediário, por não ser tão eficiente como os outros, não é selecionado.

Caso queira aprofundar-se no tema deste tópico, leia: Tipos de seleção natural.

Escritor do artigo
Escrito por: Vanessa Sardinha dos Santos Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Goiás (2008) e mestrado em Biodiversidade Vegetal pela Universidade Federal de Goiás (2013). Atua como professora de Ciências e Biologia da Educação Básica desde 2008.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Seleção natural"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/selecao-natural.htm. Acesso em 30 de dezembro de 2024.

De estudante para estudante


Videoaulas


Lista de exercícios


Exercício 1

(UFU-MG) O uso de um mesmo antibiótico para tratar repetidas infecções causadas por mesmos tipos de bactérias tem como consequência a ineficácia do tratamento. Tal resultado é devido ao fato de:

a) o antibiótico induzir modificações no metabolismo das bactérias.

b) as bactérias se adaptarem individualmente ao antibiótico.

c) o antibiótico selecionar, na população bacteriana, as bactérias que já eram resistentes a ele.

d) o antibiótico induzir diretamente nas bactérias uma resistência.

Exercício 2

(Unirio-RJ) Em fevereiro de 2003 a revista Ciência Hoje divulgou matéria demonstrando a eficiência da própolis produzida pelas abelhas em inibir o crescimento de diversos micro-organismos causadores de cáries, gengivites e candidíase (“sapinho”). No entanto, a própolis, encontrada frequentemente na forma de spray para a garganta, na composição de balas, cremes dentais, chocolates e até mesmo cosméticos, deve ser usada com moderação porque:

a) aumenta o pH da boca, facilitando o processo de desmineralização dos dentes.

b) pode selecionar micro-organismos resistentes.

c) desgasta o esmalte dos dentes, expondo-os aos ácidos causadores das cáries.

d) elimina micro-organismos bucais que mantêm uma relação mutualística com o homem.

e) induz a formação de micro-organismos imunes à própolis, quando usada em excesso.