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Josef Stalin foi um dos grandes personagens que marcaram a história da humanidade. Nascido na Geórgia, tornou-se marxista ainda durante a juventude e dedicou anos da sua vida para derrubar a monarquia czarista. Filiou-se aos bolcheviques que tomaram o poder na Rússia em 1917 e tornou-se líder da União Soviética em 1927, posto que manteve até 1953.
Stalin gravou seu nome como um dos ditadores mais sanguinários que existiram e esteve à frente de um regime totalitário que matou milhões de pessoas. Outro feito dele foi ter liderado a resistência que derrotou os nazistas na Segunda Guerra Mundial. Seus crimes foram denunciados depois que faleceu.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Nascimento e juventude de Stalin
- 2 - Stalin como revolucionário
- 3 - Revolução Russa
- 4 - Ascensão ao poder
- 5 - Stalinismo
- 6 - Stalin na Segunda Guerra Mundial
- 7 - Morte de Stalin
- 8 - Casamentos e filhos
Nascimento e juventude de Stalin
Iosif Vissarionovich Dzhugashvili (nome de nascimento de Stalin) nasceu no dia 18 de dezembro de 1878, na cidade de Gori, localizada na atual Geórgia, país da região do Cáucaso e uma das 15 nações que formaram a União Soviética. Seus pais chamavam-se Vissarion Dzhugashvili (pai) e Ekaterina Georgievna Geadze (mãe).
Stalin foi o único filho de Vissarion e Ekaterina a sobreviver a infância e cresceu em um ambiente familiar problemático. Vissarion era um sapateiro e frequentemente batia em sua esposa e no filho. Seu pai e sua mãe nunca se entenderam a respeito do ofício de Stalin, com seu pai desejando que ele se tornasse sapateiro, e sua mãe, que seguisse a carreira religiosa.
A violência do marido e o desentendimento quanto ao futuro do filho fizeram com que os pais de Stalin separassem-se. Aos 17 anos, ele ingressou em um seminário teológico em Tiflis (atual Tbilisi, capital da Geórgia). Na infância era chamado de “Soso”, e na juventude, “Koba”, por influência de um escritor georgiano.
Os biógrafos de Stalin contam que ele era um jovem de personalidade forte e rebelde. Desde então se declarava ateu, apesar de ter estudado em uma escola religiosa. Teve contato com os ideais marxistas quando aderiu a uma organização secreta, que defendia a independência da Geórgia, chamada Mesame Dasi (“terceiro grupo”).
Stalin como revolucionário
O contato de Stalin com outros socialistas converteu-lhe ao marxismo e transformou-lhe em um revolucionário. Ainda morando em Tiflis, ele conseguiu emprego no observatório de meteorologia da cidade e envolveu-se com o Partido Operário Social-Democrata Russo, que desejava derrubar a monarquia czarista na Rússia.
Seu trabalho no interior desse partido fez com que a polícia secreta do império russo (Okhrana) passasse a persegui-lo. Tempos depois ele foi eleito para o comitê do partido social-democrata do qual fazia parte, mas, como era procurado pela polícia, foi preso e enviado para o exílio na Sibéria, em 1902, fugindo dele pouco tempo depois (atitude que repetiu ao longo de sua vida).
Enquanto estava no exílio, o partido de Stalin rachou-se em dois grupos: bolcheviques e mencheviques. Stalin ficou ao lado dos bolcheviques, grupo que tinha ideais mais radicais acerca do futuro da Rússia. Durante a Revolução de 1905, ele esteve envolvido com uma organização dos camponeses e, depois disso, com uma série de atividades ilegais, como assaltos a bancos.
Os roubos eram realizados para financiar o movimento revolucionário dos bolcheviques. Nesse período, Stalin foi preso e enviado para o exílio na Sibéria diversas vezes, e, em todas elas, ele fugia e retornava para a atividade revolucionária. Um ponto importante em sua trajetória revolucionária foi ter conhecido Vladimir Lenin, em dezembro de 1905, durante uma conferência de bolcheviques organizada na Finlândia.
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Revolução Russa
Entre 1905 e 1917, as ações revolucionárias de Stalin fizeram com que ele ganhasse importância no interior do partido. Em 1912, enquanto estava no exílio, foi convidado a participar do comitê central dos bolcheviques e assumiu o posto de editor de um jornal revolucionário chamado Pravda.
Foi como editor do Pravda que ele passou a utilizar “Stalin” como pseudônimo. O termo em russo significa “feito de aço”, e essa passou a ser a sua designação para o resto de sua vida. Entre 1913 e 1917, manteve-se no exílio, e, em 1914, quando a Primeira Guerra estourou, foi dispensado do serviço militar.
Em fevereiro de 1917, a monarquia russa foi destituída do poder pelos mencheviques e então formou-se o governo provisório. Em março Stalin mudou-se para Petrogrado, e lá voltou a tomar parte de ações revolucionárias dos bolcheviques. Continuou à frente do Pravda e ajudou nas ações revolucionárias que fizeram com que os bolcheviques tomassem o poder da Rússia em outubro de 1917.
A Revolução de Outubro aconteceu quando forças bolcheviques realizaram uma revolta armada em Petrogrado, até então capital da Rússia, tomaram os principais pontos da cidade e colocaram fim ao governo de Alexander Kerensky. Há historiadores que afirmam que Stalin, durante o acontecimento da Revolução de Outubro, esteve envolvido apenas com funções burocráticas; outros, porém, falam que ele teve atuação importante na revolução.
Depois da revolução, Stalin tornou-se uma das pessoas mais importantes do partido e, com Trotsky, era uma das pessoas mais próximas a Lenin, o governante do país entre 1917 e 1924. Atuou como comissário das nacionalidades de 1918 a 1922 e combateu diretamente atividades contrarrevolucionárias durante a Guerra Civil Russa.
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Ascensão ao poder
A partir de 1922, Stalin foi nomeado secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética (PCUS). Em exercício desse cargo, ele conquistou grande prestígio, sobretudo no interior do partido. Em 1923, a saúde de Lenin começou a declinar e a disputa pela sucessão no poder da União Soviética cresceu.
Stalin disputou a sucessão no poder russo com figuras como Trotsky, Zinoviev e Kamenev, mas, como tinha muito mais prestígio no interior do partido que os três citados, impôs-se e consolidou-se no governo quando os três foram expulsos do PCUS, em 1927. O prestígio de Stalin deu-se, sobretudo, pela atuação como burocrata que lhe garantiu apoio suficiente dentro do partido. Ele percebeu que esse apoio era muito mais importante que o popular para sua ascensão política.
Stalinismo
Como governante, Stalin impôs um regime de terror na União Soviética. Por meio do totalitarismo, promoveu reformas radiciais e perseguiu opositores e minorias étnicas, o que causou a morte de milhões de pessoas (de 10 a 20 milhões).
No governo soviético, ele perseguiu minorias étnicas, como os poloneses e ucranianos, e promoveu uma guerra de classes, perseguindo as classes ricas do país. Além disso, promoveu uma industrialização em larga escala da União Soviética e realizou reformas na agricultura que custaram a morte de milhões de pessoas.
A coletivização da agricultura levou à criação de fazendas coletivas, surgidas da apropriação da propriedade privada. As mudanças na agricultura soviética causaram a morte de milhões de pessoas de fome. Também houve os expurgos ao longo das quase três décadas do regime, principalmente entre 1937 e 1938.
Os expurgos demonstravam a pouca afeição de Stalin pela discordância. Todos os grupos entendidos como opositores ou como uma ameaça ao seu poder ditatorial foram perseguidos e eliminados. Aqueles que eram perseguidos poderiam ser enviados para campos de trabalho forçado ou então ser sumariamente fuzilados.
Os expurgos de Stalin voltaram-se até mesmo contra pessoas importantes que o ajudaram ou apoiaram-no em tempos passados. Um exemplo é Jan Sten, filósofo contratado para ser seu tutor particular e ensiná-lo lições básicas da dialética hegeliana entre 1925 e 1928. Quase 10 anos depois, Sten foi acusado por Stalin de espalhar ideais menchevistas e foi executado em 1937.
Stalin procurou promover uma revolução cultural na União Soviética e acabar com a tradição religiosa do país. Não aceitava críticas e criou um forte culto à sua personalidade. Por isso, retratos e estátuas dele foram espalhados em todo o país.
Stalin na Segunda Guerra Mundial
Na medida em que o nazismo fortaleceu-se na Alemanha, ficou evidente que esse país e a União Soviética entrariam em conflito em um futuro próximo. Em 1939, Stalin tinha outros planos para seu país, além de acreditar que os soviéticos só estariam prontos para uma guerra contra os alemães a partir de 1942.
Em maio de 1939, as autoridades soviéticas e alemãs começaram uma negociação sobre um acordo de não-agressão. Assim nasceu o Pacto Molotov-Ribbentrop, que determinava que soviéticos e alemães manteriam a paz caso a guerra fosse iniciada na Europa. Esse acordo deu a Stalin tempo para focar-se no desejo de invadir a Finlândia e a Polônia.
Ignorando as advertências de seus espiões, Stalin não se preparou para o ataque alemão, que se iniciou em junho de 1941. Ao longo da guerra contra os alemães, ele autorizou a transferência das indústrias soviéticas para o leste do país e ordenou a convocação de milhões de soldados que foram enviados para a guerra sem muito preparo, mas com a ordem de não recuarem.
Stalin liderou uma resistência contra os alemães e acreditava que a vitória deveria ser obtida independentemente do quanto custasse. Em abril de 1945, os soviéticos invadiram Berlim e derrotaram os nazistas definitivamente. O custo da guerra foi alto, mas Stalin saiu como herói. Cerca de 25 milhões de soviéticos morreram durante o conflito.
Morte de Stalin
Em 1º março de 1953, Stalin sofreu um derrame e, após alguns dias de agonia, faleceu em 5 de março, aos 74 anos de idade. Nos últimos anos de vida, sua saúde problemática fê-lo ausentar-se cada vez mais dos assuntos governamentais. Desse modo, retirou-se em longas férias, fez poucos discursos públicos e publicou poucos escritos.
Sua morte não colocou fim no culto à sua personalidade e seu corpo foi embalsamado e exposto durante alguns dias. Seu sucessor foi Nikita Kruschev, que, durante seu governo, extinguiu o culto a Stalin denunciando os crimes cometidos pelo georgiano durante o tempo em que governou a União Soviética — isso ficou conhecido como desestalinização.
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Casamentos e filhos
Ao longo de sua vida, Stalin casou-se duas vezes e teve três filhos reconhecidos. Sua primeira esposa foi Ekaterina Svanidze, jovem georgiana e irmã de uma colega de classe dele no período em que frequentou a escola religiosa. O casamento de Stalin com Ekaterina estendeu-se de 1904 e 1907, e durante esses anos tiveram um filho: Yakov Dzhugashvili.
A primeira esposa de Stalin faleceu em 1907, vítima de tifo. O filho de Stalin foi criado pela família de Ekaterina e nunca foi próximo de seu pai. Tornou-se prisioneiro dos alemães e morreu em um campo de concentração, em 1943.
Em 1919, Stalin casou-se pela segunda vez, agora com Nadezhda Alliluyeva, uma jovem nascida no Azerbaijão. Na época, Nadezhda era sua secretária e o casamento deles rendeu dois filhos: Vasily Dzhugashvili e Svetlana Alliluyeva. O casamento de Nadezhda foi infeliz e, em 9 de novembro de 1932, ela cometeu suicídio.
Os biógrafos de Stalin também comentam relações pouco conhecidas que ele construiu ao longo de sua vida. Em 1914, enquanto estava exilado na Sibéria, então com 35 anos, envolveu-se com uma garota de 13 anos e engravidou-lhe duas vezes. A garota chamava-se Lidia Pereprygina e conheceu Stalin em Kureika.
O primeiro filho de Lidia faleceu pouco tempo depois de nascer, mas o segundo nasceu saudável e sobreviveu a infância. Stalin abandonou ambos, e os relatos contam que ele nunca prestou auxílio a seu filho. Tempos depois, Lidia casou-se com um homem local que assumiu Alexander como seu próprio filho.
Créditos da imagem
[1] bissig e Shutterstock