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Peixe-leão

Peixe-leão é o nome dado às diferentes espécies do gênero Pterois. Trata-se de animais naturais do Índico e do Pacífico, mas que já foram observados no Brasil.

Peixe-leão
O peixe-leão apresenta uma coloração vistosa, sendo uma espécie muito comercializada como peixe ornamental
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Peixe-leão é um nome popular designado para espécies originárias do Indo-Pacífico do gênero Pterois. A espécie destaca-se pela presença de listras verticais brancas e vermelhas alaranjadas e raios prolongados nas suas nadadeiras laterais e ventrais.

É uma espécie mais ativa ao amanhecer e ao anoitecer, observada, geralmente, em recifes. Durante o dia, fica em repouso ou se move lentamente sobre o substrato. A espécie possui 18 espinhos venenosos, sendo esse veneno capaz de provocar náusea, dor e convulsões nos seres humanos. No Brasil, ela é considerada uma espécie invasora e preocupa os ambientalistas devido ao fato, por exemplo, de não possuir predadores naturais, predar espécies nativas e proporcionar risco à saúde humana.

Confira no nosso podcast: Desafios da conservação da biodiversidade brasileira

Tópicos deste artigo

Resumo sobre o peixe-leão

  • Peixe-leão é o nome popular dado a diferentes espécies de peixes marinhos venenosos do gênero Pterois.

  • Tem o corpo repleto de listras e raios prolongados em suas nadadeiras laterais e ventrais.

  • Apresenta 18 espinhos venenosos.

  • Trata-se de uma espécie carnívora.

  • É uma espécie invasora em nosso país, e sua multiplicação pode ocasionar predação de espécies nativas, comprometimento da produção pesqueira e até mesmo proporcionar risco à saúde humana.

  • Acidentes com essa espécie podem provocar dor, náusea e até mesmo convulsões.

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Características do peixe-leão

Peixe-leão é o nome popular dado a diferentes espécies de peixes marinhos venenosos do gênero Pterois, sendo a espécie Pterois volitans a mais conhecida. Essa espécie de peixe caracteriza-se por apresentar uma coloração marcante, destacando-se pela presença de listras verticais brancas e vermelhas alaranjadas. Os peixes-leão possuem ainda raios prolongados em suas nadadeiras laterais e ventrais. Eles podem crescer até 47 centímetros.

Sendo animais venenosos, os peixes-leão possuem 13 espinhos em sua nadadeira dorsal, um em cada nadadeira pélvica e três na nadadeira anal, totalizando 18 espinhos que são capazes de inocular a toxina que produzem. Em seres humanos, o veneno pode provocar dores, náusea e convulsões.

Durante o dia, o peixe costuma se locomover lentamente próximo ao substrato ou permanecer em repouso. A espécie é mais ativa ao amanhecer e ao anoitecer. O pôr do sol representa o melhor momento para o peixe-leão se alimentar, uma vez que é um período de grande movimentação no recife, quando várias espécies estão retornando para repouso e proteção no local.

Leia também: O veneno dos bagres marinhos — outro peixe venenoso que pode causar acidentes

Alimentação do peixe-leão

O peixe-leão alimenta-se, principalmente, de animais invertebrados, como camarões e pequenos peixes. Para conseguir seu alimento, o animal fica imóvel em recifes de corais até que a presa passe por ele. Ele então ataca a vítima e a engole por meio de sucção. Segundo o ICMBio, um peixe-leão é capaz de comer 20 peixes em meia hora e de se alimentar de animais quase do seu tamanho.

Reprodução do peixe-leão

De hábito solitário, o peixe-leão somente se junta a outros indivíduos no momento da reprodução. Esse peixe se reproduz em taxas elevadas, o que caracteriza mais um problema ao ser observado em nosso litoral. De acordo com o ICMBio, a espécie pode colocar cerca de 30.000 ovos.

Habitat do peixe-leão

Peixe-leão no recife
O peixe-leão é uma espécie venenosa e carnívora.

O peixe-leão é nativo dos oceanos Índico e Pacífico, onde é observado, geralmente, associado a recifes. Foi avistado pela primeira vez no Atlântico, na região da Flórida, no ano de 1985, sendo atribuída sua aparição na região devido, provavelmente, à soltura de indivíduos que estavam em aquários. Alguns pesquisadores relacionam a invasão do peixe nos Estados Unidos ao furacão Andrew, em 1992, o qual foi responsável por quebrar um aquário localizado à beira-mar.

No Brasil, o peixe foi avistado pela primeira vez em 2014, em Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro. A hipótese mais provável é que o peixe-leão tenha chegado ao Brasil por meio por correntes marítimas do Caribe, onde é também conhecido como uma espécie invasora. A troca de espécies de peixes entre o Brasil e o Caribe já é um evento conhecido. A possibilidade de que a invasão tenha ocorrido devido à soltura desses animais que estavam em aquários também não é descartada.

Leia também: Relações ecológicas — as interações dos seres vivos entre si e com o ambiente ao redor

Os perigos das espécies invasoras

Muitas pessoas não entendem os riscos que uma espécie invasora pode causar ao meio ambiente. Entretanto, é importante ter em mente que uma espécie, ao ser inserida em um ambiente novo, pode encontrar condições para que se desenvolva de maneira descontrolada, como acesso fácil a alimento e ausência de predadores. Ao se multiplicar excessivamente, as espécies invasoras podem competir por recursos com espécies nativas, por exemplo, e comprometer a biodiversidade local.

No caso dos peixes-leão, tem se observado um processo de invasão rápido. Além de afetar a biodiversidade, acredita-se que essa espécie pode prejudicar a pesca, o turismo e até mesmo comprometer a saúde dos seres humanos, uma vez que se trata de uma espécie venenosa. O peixe-leão consome grande quantidade de peixes, o que representa um perigo para nossas espécies nativas e endêmicas.

Acidentes com peixe-leão no Brasil

O peixe-leão é uma espécie invasora, e sua ocorrência vem sendo registrada em nosso país desde 2014. A partir do final de 2021, o peixe passou a ser avistado com mais frequência. O primeiro acidente envolvendo esse animal, no entanto, só ocorreu no ano de 2022.

O pescador Francisco Mauro da Costa Albuquerque, de 24 anos, foi o primeiro brasileiro a sofrer um acidente com esse peixe em território nacional. Em abril de 2022, o indivíduo teve o pé perfurado pelos espinhos do animal, e o veneno provocou dores, febre e convulsão. O pescador precisou ser hospitalizado.

Apesar de relatos de acidentes serem raros, é importante estar atento. Caso tenha haja algum acidente com esse animal, recomenda-se que seja feita a imersão do local onde os espinhos penetraram em água quente por cerca de meia hora a 40 minutos. É importante que o indivíduo seja levado a um hospital para que a lesão possa ser avaliada e medicamentos possam ser prescritos.

 

Por Vanessa Sardinha dos Santos
Professora de Biologia

Escritor do artigo
Escrito por: Vanessa Sardinha dos Santos Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Goiás (2008) e mestrado em Biodiversidade Vegetal pela Universidade Federal de Goiás (2013). Atua como professora de Ciências e Biologia da Educação Básica desde 2008.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Peixe-leão"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/animais/peixe-leao.htm. Acesso em 27 de abril de 2024.

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