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Perigos da automedicação em crianças

Perigos da automedicação em crianças são vários, destacando-se as intoxicações, interações medicamentosas e o atraso no tratamento de certas doenças.

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Os perigos da automedicação em crianças são muitos, entretanto, apesar dos riscos, muitas pessoas insistem em administrar medicamentos sem a devida recomendação médica. Dentre os riscos da automedicação, podemos citar as intoxicações e a dificuldade de diagnosticar certas doenças devido ao fato de que alguns medicamentos podem mascarar sintomas importantes.

Leia também: O que é natural não faz mal?

Tópicos deste artigo

O que é a automedicação?

A automedicação pode ser definida como o ato de utilizar-se medicamentos sem que esses tenham sido recomendados por um médico. Muitas vezes a automedicação é feita a fim de livrar-se de sintomas que estão causando desconforto, como uma dor de cabeça. A prática, apesar de parecer inofensiva, pode ser perigosa a depender do medicamento utilizado e da doença que a pessoa apresenta. Uma simples dor de cabeça, por exemplo, pode indicar um problema mais grave que pode estar sendo mascarado devido ao uso de medicamentos por conta própria.

 O uso de medicamentos sem a prescrição médica pode agravar o quadro clínico de uma criança.
O uso de medicamentos sem a prescrição médica pode agravar o quadro clínico de uma criança.

Quando falamos em automedicação em crianças, estamos falando da administração de medicamentos em crianças pelos seus responsáveis ou cuidadores sem a recomendação médica. Em crianças, os responsáveis, geralmente, estão procurando alívio para situações como resfriado, gripe, dores e febres. De acordo com algumas pesquisas, entre os medicamentos mais ofertados a elas estão os analgésicos, anti-inflamatórios e antibióticos.

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Quais os perigos da automedicação em crianças?

O uso de medicamentos sem prescrição médica apresenta uma série de perigos, independentemente da idade de quem está fazendo seu uso. Em crianças essa situação pode ser ainda mais perigosa, devido, entre outros fatores, à dificuldade da criança em expressar o que realmente está sentindo. Veja, a seguir, alguns perigos desse tipo de automedicação:

  • Interações medicamentosas: um medicamento pode interferir em outro que a criança esteja fazendo uso. Certas substâncias contidas em determinados medicamentos podem, por exemplo, potencializar a ação de outras ou mesmo fazer com que o outro medicamento perca seu efeito.

  • Intoxicações: se não utilizados em doses adequadas, muitos medicamentos podem provocar intoxicações. Além disso, se a dose for muito baixa, pode não ser suficiente para tratar um problema. Outro ponto importante que merece destaque é a intoxicação acidental devido à presença de medicamentos nas residências.

    Muitos medicamentos são coloridos e adocicados, o que pode atrair a atenção da criança, que pode fazer seu uso quando um responsável não estiver presente. Além disso, muitos responsáveis oferecem medicamento para crianças dizendo que se trata de balas, o que pode fazê-las pensar que se trata de algo inofensivo e que pode ser consumido sem nenhum problema.

  • Associação incorreta entre sintoma e sua causa: algumas vezes os sintomas apresentados por uma criança são interpretados por um leigo como sendo um problema de saúde quando na realidade trata-se de outro. Isso pode levar a um tratamento incorreto e, consequentemente, agravar o quadro clínico do paciente. É comum, por exemplo, que infecções virais sejam tratadas com uso de antibióticos, medicamentos que atuam contra bactérias e não apresentam eficácia contra vírus.

 Em caso de surgimentos de sintomas desagradáveis, a criança deve ser levada imediatamente ao médico a fim de realizar-se o diagnóstico precocemente.
Em caso de surgimentos de sintomas desagradáveis, a criança deve ser levada imediatamente ao médico a fim de realizar-se o diagnóstico precocemente.
  • Mascaramento de doenças mais sérias: muitas pessoas utilizam medicamentos sem prescrição para tratar problemas que consideram “simples”, como uma dor de cabeça ou de garganta. É comum o relato de pais que oferecem, por exemplo, anti-inflamatórios para crianças quando elas apresentam dor de garganta, porém é importante deixar claro que o medicamento não trata a causa e sim o sintoma.

    Sendo assim, a infecção pode piorar muito antes que o médico seja consultado, retardando o início do tratamento correto. Ainda considerando esse exemplo, é importante destacar que anti-inflamatórios não são medicamentos isentos de riscos, podendo causar agressões no fígado, rins e alergias.

  • Resistência bacteriana: o uso inadequado de antibióticos contribui para o aumento da resistência bacteriana, um problema grave de saúde pública. O desenvolvimento de resistência bacteriana aos antibióticos é considerado um problema natural, resultante do uso desse tipo de medicamento e da seleção de cepas resistentes.

    Entretanto, com a utilização inadequada do medicamento, o que se percebe é o agravamento desse problema, com o surgimento de cepas resistentes a diferentes tipos de antibióticos, o que acaba dificultando o tratamento, aumentando o tempo de permanência de pacientes em hospitais e o índices de mortalidade.

Escritor do artigo
Escrito por: Vanessa Sardinha dos Santos Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Goiás (2008) e mestrado em Biodiversidade Vegetal pela Universidade Federal de Goiás (2013). Atua como professora de Ciências e Biologia da Educação Básica desde 2008.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Perigos da automedicação em crianças"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/saude-na-escola/perigos-da-automedicacao-em-criancas.htm. Acesso em 30 de dezembro de 2024.

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