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Enxaqueca

A enxaqueca é um distúrbio que pode afetar significativamente a qualidade de vida das pessoas que sofrem dela. Causa dores de cabeça intensas e sensibilidade à luz e ao som.

A enxaqueca é caracterizada por uma dor de cabeça unilateral intensa.
Mulher com crise de enxaqueca põe as mãos na cabeça por causa da dor.
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A enxaqueca é um tipo de dor de cabeça distinguida pela presença de uma dor unilateral e pulsátil intensa que pode persistir por horas ou até mesmo dias. Essa condição afeta milhões de pessoas em todo o mundo, principalmente jovens e mulheres. Além da dor de cabeça em si, outros sintomas frequentemente associados incluem náuseas, vômitos e sensibilidade à luz e ao som. A enxaqueca pode ser debilitante, impactando negativamente a qualidade de vida, a produtividade e o bem-estar emocional.

As causas da enxaqueca não são completamente compreendidas, mas sabe-se que fatores genéticos, hormonais e ambientais influenciam a ocorrência de crises. Estresse, privação de sono, determinados alimentos e alterações hormonais são considerados gatilhos que podem desencadear episódios de enxaqueca. Embora não exista uma cura para a condição, é possível administrar seus sintomas com medicamentos para alívio da dor e mudanças de estilo de vida. Em casos graves, médicos podem prescrever tratamentos preventivos.

Leia também: Como o remédio sabe onde está a dor?

Tópicos deste artigo

Resumo sobre enxaqueca

  • A enxaqueca é um tipo de dor de cabeça crônica e intensa caracterizado como uma dor pulsante e unilateral.
  • Além da dor de cabeça, seus sintomas típicos incluem náuseas, vômitos, perda de apetite e sensibilidade aumentada à luz e ao som.
  • Algumas pessoas apresentam aura premonitória, um conjunto de sintomas que funcionam como um alerta de que uma enxaqueca se instalará.
  • Uma crise de enxaqueca pode apresentar quatro fases: premonitória (pródromo), aura, dor de cabeça e resolução (pósdromo).
  • Vários fatores podem desencadear episódios de enxaqueca, incluindo estresse, falta de sono, certos alimentos e alterações hormonais.
  • A enxaqueca pode ser debilitante e impactar negativamente a qualidade de vida.
  • Embora não haja uma cura definitiva, o quadro pode ser gerenciado com medicamentos para alívio da dor e adoção de determinadas medidas de estilo de vida.

O que é enxaqueca?

A enxaqueca, também conhecida como migrânea, é uma doença neurológica caracterizada principalmente por uma dor pulsátil e unilateral que persiste por horas ou até mesmo dias. Ela se enquadra entre os mais de 150 tipos de dores de cabeça existentes e é classificada como uma dor de cabeça primária, o que significa que não é um sintoma de outra condição de saúde.

A enxaqueca é reconhecida como a sexta doença mais incapacitante no mundo. Embora possa se manifestar em qualquer faixa etária, é mais comum em adolescentes e jovens adultos. Essa condição afeta aproximadamente três vezes mais mulheres do que homens e possui uma base genética, uma vez que mais de 80% das pessoas que sofrem com enxaqueca têm familiares com o mesmo distúrbio.

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Causas da enxaqueca

As causas da enxaqueca não são totalmente compreendidas. Sabe-se que a dor de cabeça ocorre devido ao envio de sinais de dor ao cérebro por meio de nervos específicos nos vasos sanguíneos, resultando na liberação de substâncias inflamatórias nos nervos e vasos sanguíneos da cabeça. No entanto, é sabido que uma crise de enxaqueca pode ser desencadeada por diversos fatores, tais como:

  • estresse (um dos gatilhos mais comuns);
  • jejum prolongado;
  • sensibilidade a produtos químicos e conservantes de alimentos;
  • tabagismo;
  • alterações hormonais;
  • insônia;
  • consumo excessivo de açúcar, cafeína e álcool;
  • exposição a fumaça, perfumes ou outros odores;
  • dilatação dos vasos sanguíneos por certos medicamentos;
  • exposição excessiva à luz.

O que é aura?

A aura é um conjunto de sintomas sensoriais, motores e de fala que atuam como um sinal de alerta, indicando a iminência de uma enxaqueca. Geralmente, ela precede o surgimento da dor de cabeça (às vezes, levando as pessoas a confundi-la com sintomas de convulsões ou acidente vascular cerebral), mas também pode ocorrer durante ou após a enxaqueca. Aproximadamente 15% das pessoas que sofrem de enxaqueca experimentam a aura, que pode durar de 10 a 60 minutos. Os principais sintomas da aura incluem:

  • visão embaçada;
  • presença de pontos luminosos, padrões em zigue-zague ou manchas escuras;
  • perda temporária da visão;
  • alterações no olfato ou paladar;
  • mudanças na fala;
  • sensação de formigamento na pele;
  • zumbido nos ouvidos.

Leia também: Quais são os sintomas de um aneurisma cerebral?

Sintomas da enxaqueca

Os sintomas gerais da enxaqueca são:

  • dor latejante e pulsátil (geralmente unilateral, mas que pode mudar de um lado para o outro da cabeça, ou pode afetar a frente, a parte de trás da cabeça, ou parecer que está afetando toda a cabeça. Varia de intensidade moderada a forte);
  • náuseas e/ou vômitos;
  • perda de apetite;
  • tonturas e visão turva;
  • palidez;
  • irritabilidade;
  • sensibilidade à luz (fotofobia), ruído (fonofobia) e odores (osmofobia);
  • agitação;
  • sensação de muito calor (sudorese) ou frio (calafrios);
  • dor ao redor dos olhos ou têmporas e, às vezes, no rosto, nos seios da face, na mandíbula ou no pescoço.

Algumas pessoas apresentam quatro fases características da enxaqueca, nas quais é possível organizar os sintomas típicos dessa condição em cada uma. As fases são:

  • Premonitória (pródromo): pode durar algumas horas ou dias. Não são todas as pessoas que sofrem de enxaqueca que experimentam essa fase.
  • Aura: pode durar até 60 minutos. A maioria das pessoas não sente aura e algumas têm aura e dor de cabeça ao mesmo tempo.
  • Dor de cabeça: dura de quatro a 72 horas. Normalmente começa em um lado da cabeça e depois se espalha para o outro lado, podendo ser intensa e latejante.
  • Resolução (pósdromo): dura um ou dois dias. Muitas vezes é chamada de “ressaca” de enxaqueca.
Esquema ilustrativo com as fases e sintomas da enxaqueca.
A enxaqueca é dividida em quatro fases, cada uma com seus sintomas típicos.

Tipos de enxaqueca

Existem vários tipos de enxaquecas, classificados principalmente de acordo com sua duração, recorrência e a presença de aura:

  • Enxaqueca com aura: crises de enxaqueca que incluem sintomas de aura.
  • Enxaqueca sem aura ou comum: crises de enxaqueca que ocorrem sem os sinais de aura.
  • Enxaqueca crônica: quando há crises recorrentes, aproximadamente 15 dias do mês. Ao longo dessas crises, os sintomas podem variar, assim como a intensidade da dor.
  • Status enxaquecoso: é um tipo raro e grave de enxaqueca que pode durar mais de 72 horas, com dor de cabeça e náusea extremamente intensas.
  • Enxaqueca hemiplégica: é um tipo raro em que o paciente apresenta intensa fraqueza muscular unilateral, podendo chegar à paralisia total do braço e da perna de um lado do corpo.
  • Enxaqueca retiniana ou ocular: envolve perda temporária, parcial ou completa da visão em um dos olhos, acompanhada por uma dor surda atrás do olho que pode se irradiar para o restante da cabeça. Essa perda de visão pode durar de um minuto a vários meses.

Diagnóstico da enxaqueca

O diagnóstico é principalmente baseado na coleta do histórico familiar e nos sintomas relatados pelo paciente. Portanto, é importante que a pessoa afetada por enxaquecas preste atenção à recorrência, localização e intensidade das dores, bem como a quais situações podem desencadear a dor. Além da avaliação clínica, o médico pode solicitar exames de sangue e de imagem para descartar outras possíveis causas para a dor de cabeça.

O especialista mais indicado para identificar e tratar esse distúrbio é o neurologista, especialmente aqueles com experiência em cefaleias.

Tratamento da enxaqueca

O tratamento da enxaqueca é estabelecido com base nas características da dor e na frequência das crises. A enxaqueca é uma doença crônica, o que significa que não possui cura, mas pode ser controlada. Portanto, o tratamento tem como objetivo reduzir os sintomas e evitar a ocorrência de novas crises.

Existem dois tipos de abordagens com medicamentos: a abordagem abortiva e a abordagem preventiva. A abordagem abortiva envolve o uso de medicamentos no primeiro sinal de enxaqueca, com o objetivo de interrompê-la ou aliviar os sintomas. É importante ressaltar que o uso frequente de alguns medicamentos para alívio da dor pode resultar em um efeito rebote, agravando os sintomas.

A abordagem preventiva consiste em medicamentos que são tomados regularmente para ajudar a prevenir o início das crises. Geralmente, esses medicamentos são prescritos quando as dores são intensas, recorrentes e interferem significativamente nas atividades normais do paciente.

Leia também: Fibromialgia —  síndrome que provoca dores em todo o corpo

O que ajuda aliviar a enxaqueca?

  • Algumas medidas podem ser utilizadas para aliviar os sintomas, como:
  • Descansar em um quarto escuro e silencioso.
  • Mergulhar os pés em uma tigela com água morna por aproximadamente 20 minutos, ajudando a baixar a pressão arterial.
  • Pressionar e massagear as têmporas com as mãos, ou colocar uma compressa fria no local (contribuindo para vasoconstrição, o que pode ajudar a reduzir a dor).
  • Manter-se alimentado e hidratado.
  • Utilizar remédios apenas com prescrição médica.

O que ajuda a evitar crises de enxaqueca?

Algumas medidas que podem ajudar a diminuir a recorrência de crises de enxaqueca são:

  • Reservar tempo para lazer e buscar ajuda psicológica em momentos estressantes.
  • Praticar exercícios físicos regularmente.
  • Evitar alimentos, bebidas e remédios que possam atuar como um gatilho para crises de enxaqueca.
  • Manter uma dieta equilibrada, evitando pular refeições.
  • Manter uma rotina de sono.

Efeitos da enxaqueca no cérebro

As enxaquecas não causam danos cerebrais. Há um pequeno risco de acidente vascular cerebral (AVC) em pessoas que sofrem de enxaqueca com aura, principalmente se fumantes e usuárias de pílulas anticoncepcionais.

Fontes

CLEVELAND CLINIC. Migraine Headaches. Disponível em: https://my.clevelandclinic.org/health/diseases/5005-migraine-headaches

NINDS. Migraine | National Institute of Neurological Disorders and Stroke. Disponível em: https://www.ninds.nih.gov/health-information/disorders/migraine.

PESCADOR RUSCHEL, M.A. & De JESUS, O. Migraine Headache. In: StatPearls. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing. 2023. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK560787/.

‌VARELLA BRUNA, M.H. Enxaqueca. 2012. In: Portal Drauzio Varella. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/drauzio/demencia-artigo/. Acesso em: 19 set. 2023. 

Escritor do artigo
Escrito por: Heloísa Fernandes Flores Bacharela, licenciada e mestre em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo. Atualmente, é doutoranda em Entomologia e cursa uma especialização em Gestão Escolar na mesma instituição. Desenvolve pesquisas com análise de conteúdo de livro didático e evolução de insetos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

FLORES, Heloísa Fernandes. "Enxaqueca"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/saude-na-escola/enxaqueca.htm. Acesso em 29 de março de 2024.

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