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A capsaicina, ou 8-metil-N-vanilil-1,6-nonamida, é uma substância orgânica produzida na placenta, semente e pericarpo dos frutos das plantas do gênero Capsicum, que possuem como exemplos de frutos as pimentas e os pimentões. A presença dessa substância dá ao fruto uma pungência, isto é, uma sensação de ardência.
A capsaicina é uma substância orgânica, pois apresenta na sua estrutura molecular diversos átomos de carbono. Veja sua fórmula estrutural:
Fórmula estrutural da capsaicina
Além de 18 átomos de carbono, sua molécula apresenta ainda 27 átomos de Hidrogênio, 1 átomo de Nitrogênio e 3 átomos de Oxigênio. Por isso, sua fórmula molecular é representada por:
C18H27NO3
As funções orgânicas presentes na molécula de capsaicina são:
Funções orgânicas em destaque na estrutura da capsaicina
Diversos estudos científicos verificaram que a capsaicina apresenta a capacidade de atuar como substância analgésica, energética, expectorante, digestiva, antioxidante (utilizada para conservar alimentos) e vasodilatadora. Em razão dessas características, ela tem sido utilizada na produção de diversos medicamentos para:
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Dor muscular
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Alopécia
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Inflamações
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Dores neurogênicas
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Artrites
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Promover a expectoração
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Descongestionar o nariz
Alguns estudos relatam ainda que a capsaicina apresenta bons resultados quando utilizada na prevenção do câncer e na redução da obesidade.
a) As propriedades físicas apresentadas pela capsaicina são:
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Ponto de fusão: 65oC
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Ponto de ebulição: entre 210oC e 220 oC
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Solubilidade: é mais solúvel em solventes orgânicos como o etanol, éter ou clorofórmio. Na água, é pouco solúvel apenas se ela estiver quente.
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Sólido incolor
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Inodora
b) Extração e síntese
O processo de extração da capsaicina a partir de plantas do gênero Capsicum apresenta desvantagens importantes, já que a quantidade de capsaicina presente no fruto depende muito de:
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Condições climáticas
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Condição do solo onde a planta germinou
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Frescor do fruto
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Forma como foi colhido (se houve lesão ou não no fruto)
Para utilizar a capsaicina na produção de medicamentos, por exemplo, é necessária uma quantidade muito grande da substância, o que quase nunca é possível a partir da sua extração diretamente do fruto. Assim, a alternativa é produzi-la em laboratório. Uma das formas de fazer isso é por meio da chamada síntese de Alcides.
A Síntese de Alcides segue, resumidamente, as seguintes etapas:
1ª Etapa: Formação do ácido 8-metil-non-6-inoico
Nessa etapa temos a formação do ácido 8-metil-non-6-inoico a partir da reação entre o 3-metil-but-1-ino e o ácido valérico na presença de catalisadores.
Equação de formação do ácido 8-metil-non-6-inoico
2ª Etapa: Formação do ácido 8-metil-non-6-enoico
Nessa etapa, o ácido 8-metil-non-6-inoico sofre uma redução, ou seja, acréscimo de dois átomos de hidrogênio (antes presentes na amônia - NH3) nos carbonos da ligação tripla, formando uma ligação dupla.
Equação de formação do ácido 8-metil-non-6-enoico
3ª Etapa: formação do cloreto de 8-metil-non-6-enoíla
Nessa etapa o ácido 8-metil-6-nonenoico reage com a substância SOCl2 e forma um cloreto ácido denominado de cloreto de 8-metil-non-6-enoíla.
Equação de formação do cloreto de 8-metil-non-6-enoíla
4ª Etapa: Formação da capsaicina
Por fim, o cloreto de 8-metil-non-6-enoíla reage com a vaniliamina, na presença de catalizadores, formando a molécula de capsaicina.
Equação de formação da capsaicina
Por Me. Diogo Lopes Dias