O pronome é uma classe gramatical variável, ou seja, flexiona-se em gênero e número. Ele tem a função de relacionar o substantivo a uma das três pessoas do discurso (quem fala, com quem se fala e de quem se fala), podendo ainda indicar a posse de um objeto ou sua localização. Quando substituem o substantivo, denominam-se pronome substantivo; quando o acompanham, pronome adjetivo.
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Classificação do pronome
Os pronomes classificam-se em: pessoais, possessivos, demonstrativos, interrogativos, indefinidos e relativos. Acompanhe a seguir as características de cada pronome:
1. Pronomes pessoais
Os pronomes pessoais indicam as pessoas gramaticais, também chamadas de pessoas do discurso (Eu, tu, ele, nós, vós, eles). Eles podem pertencer ao caso reto e ao caso oblíquo. Para cada pronome reto, há um correspondente no caso oblíquo. Veja a explicação!
Eu →Me, mim, comigo.
Tu → Te, ti, contigo.
Ele → Se, o, a, lhe, si, consigo.
Nós→ Nos, conosco.
Vós →Vos, convosco.
Eles →Se, os, as, lhes, si, consigo.
Os pronomes do caso reto exercem a função sintática de sujeito, enquanto os do caso oblíquo, de complemento. Por isso, construções como: “Você trouxe para mim comer?” ou “Isso é para mim fazer” são equivocadas, pois, nos dois exemplos, o pronome oblíquo está exercendo uma função que não lhe pertence, a de sujeito. Portanto, para os enunciados ficarem gramaticalmente corretos, devem ser construídos assim: “Você trouxe para eu comer?” e “Isso é para eu fazer”. Veja a seguir os pronomes retos e oblíquos exercendo suas funções gramaticais:
I. Lorenzo saiu de férias. Ele vai viajar. (pronome reto – função sujeito)
II. Alguém me chamou? (pronome oblíquo – função de complemento)
2. Pronomes de tratamento
Os pronomes de tratamento indicam uma forma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores (parceiros na comunicação). Esses pronomes são divididos por grau de formalidade, portanto, para cada contexto, há um pronome de tratamento a ser utilizado. Embora indiquem interlocução (conversa), o que indicaria o uso da segunda pessoa do discurso (tu), com os pronomes de tratamento, os verbos devem ser usados na terceira pessoa. Veja os exemplos:
I. Vossa Excelência está atrasada para a sessão. (Ministra)
II. Vossa Alteza está muito elegante. (Princesa)
III. O senhor já sabe quando chegará o ofício? (Pessoas mais velhas ou a quem se deve respeito)
IV. Você não aprende mesmo! (Indica tratamento informal).
3. Pronome possessivo
Os pronomes possessivos estabelecem a ideia de posse entre o objeto e as três pessoas do discurso. Portanto:
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1ª pessoa do discurso (eu) → meu, minha, meus, minhas.
2ª pessoa do discurso (tu) → teu, tua, teus, tuas.
3ª pessoa do discurso (ele) → seu, sua, seus, suas.
1ª pessoa do discurso – plural (nós) → nosso, nossa, nossos, nossas.
2ª pessoa do discurso – plural (vós)→ vosso, vossa, vossos, vossas.
3ª pessoa do discurso – plural (eles) → seu, sua, seus, suas.
Veja os exemplos:
I. O carro é meu. (Objeto pertence à 1ª pessoa do discurso – eu)
II. Nossa casa é linda. (Objeto pertence à 1ª pessoa do discurso – nós)
III. Sua roupa está suja. (Objeto pertence à 3ª pessoa do discurso – ele ? ela)
*O gênero e o número dos possessivos concordam com o objeto possuído.
Ex. João, sua camisa é linda.
*Os pronomes de tratamento utilizam os pronomes possessivos na 3ª pessoa.
Ex. Você deve encaminhar sua solicitação o mais rápido possível.
4. Pronome demonstrativo
Indica a localização dos seres em relação ao espaço e ao tempo. Também se relaciona às três pessoas do discurso, determinando a proximidade entre elas e o objeto. Flexiona-se em gênero e número.
1ª pessoa → este, esta, estes, estas, isto (Os seres ou objetos estão próximos da pessoa que fala).
2ª pessoa → esse, essa, esses, essas, isso (Os seres ou objetos estão próximos da pessoa com quem se fala).
3ª pessoa → aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo (Os seres estão longe tanto do emissor (quem fala) quanto do receptor (com quem se fala)).
Ex.:
Minha bolsa é aquela.
Esta é minha caneta.
Essa camisa está suja.
5. Pronome Indefinido
Os pronomes indefinidos são usados para demonstrar imprecisão ou indeterminação, por esse motivo, referem-se sempre à 3ª pessoa do discurso. Podem ser variáveis (sofrem modificações quanto ao gênero e ao número) ou invariáveis (não se flexionam). Quando acompanharem o substantivo, serão pronomes adjetivos, portanto, exercerão a função sintática própria do adjetivo. Quando substituírem o nome, serão, portanto, pronome substantivo, logo, exercerão as mesmas funções sintáticas do substantivo. Veja os exemplos:
Alguém me chamou? (pronome substantivo)
Muitas pessoas precisam de assistência. (pronome adjetivo)
Acompanhe a lista dos pronomes indefinidos:
Variáveis: algum, bastante, certo, muito, nenhum, outro, pouco, qualquer, tanto, todo, um, vários, quanto.
Invariáveis: cada, nada, ninguém, alguém, algo, outrem, tudo, quem, demais.
6. Pronomes relativos
Os pronomes relativos recebem esse nome porque se relacionam ao termo anterior e têm a função de substituí-lo. Eles são necessários para evitar a repetição desnecessária dos termos. Veja os exemplos:
Essa é a empresa que lhe falei.
A casa onde moro é linda.
Não conheço a pessoa a quem você entregou a carta.
Os pronomes relativos podem ser variáveis ou invariáveis. Veja:
Variáveis: o qual, cujo, quanto.
Invariáveis: que, quem, onde.