A nação é um grupo de pessoas que compartilham uma identidade comum, baseada em aspectos culturais, históricos e linguísticos, gerando um senso de pertencimento coletivo.
A nação é um grupo de pessoas que compartilham uma identidade comum, baseada em aspectos culturais, históricos e linguísticos, gerando um senso de pertencimento coletivo, independentemente de um território ou governo unificado.
Diferente do povo, que pode existir sem essa identidade política consolidada, a nação envolve uma unidade mais forte. Nem sempre a nação está vinculada a um território definido, como mostram os curdos, que compartilham uma identidade, mas estão dispersos em vários países.
Já os termos “Estado”, “país” e “nação” se diferenciam entre si: o Estado é uma organização política com governo e território, o país se refere ao espaço físico ou ao conjunto populacional, enquanto a nação se relaciona ao sentimento de identidade comum.
A nação é um grupo de pessoas que compartilham uma identidade comum baseada em fatores culturais, históricos, linguísticos ou religiosos, criando um senso de pertencimento e de destino coletivo, mesmo sem a necessidade de um território próprio ou de um governo unificado.
A diferença entre nação e povo está no fato de que o povo é um grupo que pode compartilhar cultura ou etnia sem uma identidade política unificada, enquanto a nação envolve um senso de pertencimento coletivo e uma identidade comum.
Embora a nação esteja ligada à identidade cultural de um grupo, nem sempre ela tem um território definido.
Os termos “Estado”, “país” e “nação” têm significados distintos: o Estado é uma entidade política com governo e território; o país refere-se ao espaço geográfico ou ao conjunto populacional; e a nação está associada ao senso de pertencimento cultural.
Afinal, o que é nação?
O conceito de nação está profundamente ligado a um grupo de pessoas que compartilham uma identidade comum, baseada em fatores culturais, históricos, linguísticos, religiosos, e, em muitos casos, étnicos.
A nação pode ser entendida como uma comunidade imaginada, conforme o estudioso Benedict Anderson descreveu. Isso significa que, mesmo sem que todos os seus membros se conheçam, há um senso de pertencimento que os une sob uma ideia de coletividade e destino comum. Em geral, uma nação é marcada pela ideia de uma identidade compartilhada, forjada por meio de tradições, símbolos e valores transmitidos ao longo do tempo.
Um aspecto fundamental do conceito de nação é o sentimento de identidade coletiva e de lealdade que seus membros sentem em relação ao grupo. Esse sentimento pode ser construído de várias maneiras: com base num passado histórico comum; em lutas pela independência; numa língua ou religião predominante; ou até mesmo numa cultura compartilhada, que distingue um grupo de outros. Dessa forma, uma nação não necessariamente precisa corresponder a um Estado ou a um território delimitado.
Por exemplo, a nação curda, que compreende pessoas que compartilham um forte senso de identidade, não tem um Estado próprio, espalhando-se por diferentes países, como Turquia, Iraque, Irã e Síria.
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Diferenças entre nação e povo
Embora os termos “nação” e “povo” possam parecer sinônimos, eles têm nuances diferentes. Povo refere-se a um grupo de indivíduos que habitam um mesmo espaço geográfico ou compartilham determinada cultura ou etnia, mas sem necessariamente o sentimento de pertencimento político ou de unidade identitária que caracteriza uma nação.
O povo pode existir sem a organização formal de uma nação, e o contrário também é verdadeiro: uma nação pode existir sem que todos os seus membros façam parte de um mesmo Estado ou território. O termo “povo” costuma ser mais amplo e pode se referir a qualquer grupo de pessoas, seja no contexto de uma nação, seja no de um país.
Por exemplo, o povo indígena brasileiro é composto por diversos grupos étnicos que mantém tradições e culturas próprias. No entanto, esses povos não se organizam como uma nação no sentido de uma identidade política unificada, e seus membros estão espalhados por diversas regiões do Brasil, sem reivindicação de soberania sobre o Estado brasileiro.
Em contrapartida, a nação catalã, na Espanha, é composta por um grupo que se identifica culturalmente como distinto do resto do país, com uma forte reivindicação de autonomia política, o que sugere uma organização mais próxima ao conceito de nação, mesmo sem ser um Estado independente.
Outro exemplo é o povo suíço. A Suíça é composta por diferentes povos que falam línguas distintas (alemão, francês, italiano e romanche) e têm diferentes tradições culturais. Apesar dessas diferenças, essas populações se consideram parte da nação suíça, unidas por valores comuns, como a neutralidade e o federalismo. Assim, a Suíça exemplifica como diferentes povos podem compor uma única nação, embora suas identidades culturais possam ser diversas.
O conceito de nação nem sempre está vinculado a um território definido, embora muitas nações tenham uma relação íntima com o espaço geográfico que habitam. O território é uma dimensão física, um espaço delimitado, enquanto a nação está relacionada à identidade cultural e política de um grupo de pessoas.
Uma nação pode existir sem um território próprio ou ser composta por pessoas dispersas por várias regiões, sem controle soberano de um território específico. Isso pode ser visto em casos de diásporas, em que um grupo étnico ou cultural está espalhado por diversos países, mas ainda mantém uma forte identidade nacional.
Um exemplo claro é o povo judeu, que, por muitos séculos, foi considerado uma nação sem território, especialmente após a diáspora, quando foi forçado a se dispersar por diferentes partes do mundo. A identidade nacional judaica persistiu por milênios, até que o Estado de Israel foi fundado em 1948, unindo muitos judeus em um território geograficamente definido.
Outro exemplo contemporâneo é a nação curda. Os curdos compartilham uma identidade comum e reivindicam o direito de formar um Estado próprio, mas seu território é fragmentado entre vários países, sem que haja uma delimitação clara de um território exclusivo para a nação curda.
Por outro lado, há casos em que o território tem um papel fundamental na formação de uma nação. A França, por exemplo, construiu sua identidade nacional em torno de um território geograficamente contínuo, onde as fronteiras territoriais e políticas coincidem com as da nação francesa. Nesse sentido, nações podem tanto existir independentemente de um território, como no caso dos curdos e judeus antes da criação de Israel, quanto ter seu desenvolvimento intimamente ligado ao controle de um espaço físico específico, como no caso da França e de outras nações europeias. Para saber mais sobre o conceito de território, clique aqui.
Estado, país e nação
Os termos “Estado”, “país” e “nação” são frequentemente usados de forma intercambiável, mas têm significados distintos.
Estado: refere-se a uma entidade política e jurídica, composta por um governo, um território definido e uma população sob a administração de um sistema de leis e instituições. Para saber mais, clique aqui.
País: é mais amplo, podendo designar tanto o território controlado por um Estado quanto o espaço onde um povo ou uma nação vive.
Nação: está relacionada à identidade coletiva e ao senso de pertencimento de um grupo.
Um exemplo de distinção entre esses conceitos pode ser visto no Reino Unido. O Reino Unido é um Estado composto por quatro países: Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. Cada um desses países tem uma identidade nacional distinta, e, em alguns casos, há movimentos que buscam maior autonomia ou até a independência.
A Escócia, por exemplo, tem um movimento independentista que defende a separação do Reino Unido para que a nação escocesa possa formar seu próprio Estado. Esse caso ilustra como uma nação pode existir dentro de um Estado maior, sem que os conceitos de nação e Estado coincidam totalmente.
Outro exemplo relevante é o caso da Coreia. A península coreana abriga duas entidades estatais distintas: a Coreia do Norte e a Coreia do Sul. Ambas compartilham uma identidade nacional comum, baseada na língua, cultura e história, mas estão divididas por fronteiras políticas que criaram dois Estados diferentes. Assim, há uma nação coreana que transcende as fronteiras estatais e políticas atuais, ilustrando como nação e Estado podem divergir em sua definição.
Esses exemplos mostram que, enquanto a nação está ligada a um sentimento de pertencimento e identidade, o Estado é uma construção política e jurídica com governo, leis e soberania sobre um território. O país, por sua vez, pode se referir ao espaço físico controlado por um Estado ou à região onde uma nação vive, como nos casos da Alemanha e da Itália, que são Estados-nação, ou seja, Estados que coincidem com uma nação em particular.
Fontes
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado®. 28. ed. São Paulo: Saraiva Jur, 2024. 1592 p.
BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de Política. 2 v. Tradução de Carmen C. Varriale et al. 12. ed. Brasília: Editora UnB, 2008. 1330 p.
Escrito por: Tiago Soares Campos Bacharel, licenciado e doutorando em História pela USP. Bacharel em Direito e pós-graduado em Direito pela PUC. É professor de História e autor de materiais didáticos há mais de 15 anos.
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CAMPOS, Tiago Soares.
"O que é nação?"; Brasil Escola.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/geografia/o-que-e-nacao.htm. Acesso em 19 de novembro
de 2024.