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Filme Oppenheimer e a invenção da bomba atômica: veja o que estudar sobre o tema

Professores destacam o que é importante nos estudos sobre a bomba atômica

Em 19/07/2023 15h33 , atualizado em 20/07/2023 14h08
Filme Oppenheimer aborda criação da bomba atômica
Ouça o texto abaixo!

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O filme "Oppenheimer" estreia amanhã, 20 de julho, nos cinemas. A produção conta a história do físico que inventou a bomba atômica em 1945, Julius Robert Oppenheimer.

O longa-metragem foca na vida pessoal do físico em paralelo à sua vida profissional. Mas, o filme retrata especialmente a atuação de Oppenheimer dirigindo o Projeto Manhattan, no qual ele trabalhou junto com outros cientistas para desenvolver a bomba atômica, durante a Segunda Guerra Mundial.

A primeira bomba atômica foi lançada em 1945 na cidade japonesa de Hiroshima e matou mais de 70 mil pessoas. Três dias depois, a segunda bomba foi lançada na cidade de Nagasaki, também no Japão, e matou mais de 40 mil pessoas.

O físico é interpretado pelo ator Cillian Murphy, da série Peaky Blinders. Críticos de cinema apostam que ele deve levar o Oscar de melhor ator. O diretor do longa, Christopher Nolan, também está cotado para levar uma estatueta.

Quem foi Oppenheimer?

Julius Robert Oppenheimer foi um físico que nasceu em 1904, na cidade de Nova York, nos Estados Unidos. Ele é conhecido na história como "o pai da bomba atômica".

Anos depois, conforme a biografia do cientista Oppenheimer, ele chegou a mostrar arrependimento por ter participado da invenção da bomba atômica, defendendo o controle de armas nucleares no mundo.

Estudos apontam que o físico dedicou seus últimos anos de vida para fazer reflexões sobre a ligação entre a ciência e a socidade. O criador da bomba atômica teve episódios de depressão, chegando a dizer:

"Agora eu me tornei a morte, a destruidora de mundos", afirmou Oppenheimer, o criador da bomba atômica.

Oppenheimer morreu em 1967, aos 62 anos, na cidade norte-americana de Princeton, em decorrência de um câncer de garganta.

O que foi o projeto Manhattan?

O Projeto Manhattan retratado no filme "Oppenheimer" foi um projeto desenvolvido pelos Estados Unidos, que teve como objetivo construir as primeiras bombas atômicas da história, no período da Segunda Guerra Mundial. 

Cientistas, engenheiros, militares e diversos outros profissionais estiveram mobilizados no Projeto Manhattan de 13 de agosto de 1942 a 15 de agosto de 1947.

Saiba mais sobre o projeto Manhattan

O que é a bomba atômica?

A bomba atômica, ou bomba nuclear, é uma arma de explosão com um grande poder de destruição, em virtude da grande quantidade de energia que ela libera. Essa bomba funciona por meio do processo de reação nuclear de fissão dos átomos, que possibilita uma grande liberação de energia a partir de uma pequena quantidade de matéria.

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Qual é a história da bomba atômica?

A história da bomba atômica está ligada à Segunda Guerra Mundial. Com o avanço do conflito mundial, os norte-americanos deram início a uma corrida contra a Alemanha nazista para criar a primeira arma nuclear.

O projeto de os norte-americanos de desenvolver armas mais potentes para causar maiores impactos nos adversários chamou-se “Projeto Manhattan”, que durou de 1942 até 1945, quando foi realizado o primeiro teste de um dispositivo de fissão nuclear.

Onde foram lançadas as primeiras bombas atômicas?

As primeiras bombas atômicas foram lançadas em 1945, no Japão. Veja abaixo os dias e os locais:

-1ª bomba atômica: 6 de agosto de 1945, na cidade de Hiroshima

-2ª bomba atômica: 9 de agosto de 1945, na cidade de Nagasaki

Essas bombas ficaram conhecidas como Little boy e Fat man, por causa dos seus formatos e da capacidade de explosão de cada uma.

Leia mais sobre as bombas de Hiroshima e Nagasaki

Como funciona uma bomba atômica?

O funcionamento das bombas nucleares é semelhante, diferenciando-se apenas pelo elemento utilizado na composição. Os principais elementos que compõem as bombas são urânio-235 e plutônio-239. A bomba nuclear funciona pelo princípio da fissão nuclear, que é a divisão de um átomo instável pelo bombardeamento de partículas, como um nêutron. Isso gera uma reação em cadeia que vai provocando a fissão nuclear dos outros átomos presentes.

Confira também: quais são os tipos de bombas atômicas?

O que estudar sobre a bomba atômica?

Os estudos sobre a bomba atômica envolvem várias disciplinas, entre as quais física, química e história. Professores explicam o que é importante estudar sobre a bomba atômica e que podem cair em processos seletivos, como vestibulares e o Enem 2023.

Bomba atômica na física

Marcelo Fonseca é coordenador e professor de física

O professor de Física e coordenador-geral do Curso Etapa, Marcelo Fonseca, explica que a reação da bomba atômica é a fissão nuclear. 

"A fissão nuclear envolve uma quebra nuclear de átomos. As forças do núcleo são extremamente poderosas e quando essas forças são alteradas e rompidas, elas liberam muita energia", ressalta.

A reação nuclear de fissão foi usada para as bombas atômicas, mas também é usada nas usinas nucleares. A única diferença, de acordo com o professor, é que cada processo envolve é a concentração de combustível.

"Enquanto que na usina nuclear é necessária a concentração de urânio 235 na ordem de 3% a 5%, na bomba atômica é necessária uma concentração muito maior, em torno de 90%", detalha.

O professor completa a explicação sobre a composição da bomba atômica: "Os dois principais elementos usados na bomba atômica são o urânio e plutônio, elementos com átomos grandes. A bomba atômica quebra esses átomos, transforma-os em átomos menores e parte da massa deles vira energia. No entanto, a energia gerada pela fissão nuclear é muito mais intensa do que a energia liberada em reações comuns, como a combustão ou a explosão", afirma.

Radiação

O professor de física destaca que outro ponto que merece atenção é que a fissão nuclear, além de liberar muita energia, também emite radiação, que contamina o meio ambiente por muito tempo e demora milhares de anos para desaparecer de forma completa.

"Nos estudos sobre a bomba atômica, os alunos que estão se preparando para os vestibulares devem prestar atenção na importância desse tipo de reação nuclear, sua capacidade de produção de energia e o princípio básico de seu funcionamento, que é a transformação de massa em energia, o que pode ser calculado através da famosa equação de Albert Einstein, E = m . c²", ressalta o coordenador

Bomba atômica na história

Thomas Wisiak é coordenador e professor de história

Thomas Wisiak, professor e coordenador de História do Curso Etapa, comenta que, com as bombas atômicas utilizadas contra o Japão, os Estados Unidos exibiram um poder de destruição sem comparação na história, aumentando seu poder de negociação com os aliados ao final da guerra.

O professor lembra ainda que, quatro anos depois, a União Soviética realizou seu primeiro teste completo de explosão nuclear, acabando com o monopólio dos Estados Unidos e colaborando para uma corrida armamentista nuclear no plano internacional.

"Durante a Guerra Fria, milhares de armas nucleares foram construídas, a maioria delas sob controle estadunidense e soviético. Uma vez que a destruição mútua dessas potências era certa no caso de um confronto nuclear, a rivalidade precisava ser administrada para evitar o conflito direto, o que está na origem do conceito de Guerra Fria" reforça o profissional.

Lembre o que é a Guerra Fria

Dessa forma, conforme salienta o professor, as armas nucleares serviram de instrumentos de dissuasão (fazer o adversário desistir de um ataque) e persuasão (influenciar as decisões do adversário) e nunca foram utilizadas depois de 1945.

"É importante que o estudante que vai prestar os vestibulares e Enem 2023 tenha em mente uma cronologia e uma periodização da Era Nuclear, prestando atenção nas mudanças de contexto. Na Guerra Fria, inicialmente apenas os países com assento permanente no Conselho de Segurança da ONU haviam desenvolvido armas nucleares e houve um movimento para impedir que essa tecnologia se espalhasse, resultando no Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, de 1968, e que continua em vigor", reforça o professor.

Outro aspecto importante relacionado ao filme "Oppenheimer", que trata sobre a criação da bomba atômica, levantado pelo professor, é que na atualidade aumentou a produção de armas nucleares táticas que, diferentemente das estratégicas, não têm um poder tão grande de destruição, podendo levar o governo de um desses países a decidir pelo seu uso, como no caso da Rússia em meio à guerra na Ucrânia.

Por Silvia Tancredi
Jornalista