21 de março é o Dia Internacional de combate a discriminação racial. Esta data foi escolhida por conta do Massacre de Sharpeville que aconteceu na África do Sul, em 1960.
Nesta ocasião, 69 pessoas foram assassinadas, 180 foram feridas, durante uma manifestação pacífica feita para protestar contra o Apartheid, regime de segregação racial instaurado no país. O Apartheid dividia a sociedade entre negros e brancos, desde banheiros, lugares nos ônibus, bairros e até mesmo bebedouros.
Entretanto, a discriminação racial e os regimes de segregação não são exclusividades da África do Sul. O Brasil, por exemplo, foi o último país das Américas a abolir a escravidão.
Mesmo após a abolição, os senhores escravocratas pediram compensações ao estado brasileiro. Ao passo que os negros libertos foram colocados à margem da sociedade.
A abolição do regime escravocrata foi uma conquista que passou por muitas mãos e foi conquistada ao longo de vários anos. Um dos protagonistas desta história é André Rebouças, um homem negro que nasceu livre e dedicou parte de sua vida à luta contra a escravidão.
Além disso, ele foi um engenheiro com contribuições importantes para a infraestrutura e indústria bélica do país. Ele nasceu em 1838 e dentre as suas criações estão:
- resolução do problema do abastecimento de água no Rio de Janeiro
- desenvolvimento de um modelo de torpedo usado na Guerra do Paraguai
- construção de uma ferrovia que ligava o estado do Paraná ao Mato Grosso do Sul
No Dia Internacional de combate a discriminação racial, veja mais sobre a história de André Rebouças!
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Importância do André Rebouças
André Rebouças possui importância em diversas áreas. Ele participou da fundação da Sociedade Brasileira contra a Escravidão, organização montada ainda na época do Império que lutava para que a escravidão fosse considerada, no Brasil, crime contra a humanidade.
As atividades realizadas por André Rebouças eram variadas e intensas, ele participava de comícios, passeatas, manifestações na imprensa, arrecadava fundos para causa, entre tantas outras atividades. Seu esforço era tanto que o próprio imperador disse a ele uma vez:
Admiro sua coragem e sua capacidade de sacrifício
Apesar da estrutura racista da sociedade escravocrata em que ele viveu, André Rebouças ocupou espaços proeminentes de poder e evidência, como, por exemplo, ele foi secretário do Instituto Politécnico e redator-geral da revista deste órgão. Também foi membro do Clube de Engenharia e responsável pela seção de Máquinas e Aparelhos na Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional, entre outros cargos.
Obras de André Rebouças
Para além da sua luta pela abolição, André Rebouças foi um engenheiro de extrema relevância na história nacional. Ele foi o responsável pelo projeto que resolveu o desabastecimento de água do Rio de Janeiro, trazendo-a de mananciais externos até o município.
Dom Pedro II nomeou André para fiscalizar todas as fortalezas do país e, por conta disso, ele viajou por todo o Brasil. Posteriormente, ele e seu irmão projetaram uma ferrovia que ligou Curitiba ao Porto de Paranaguá, no Paraná, obra até hoje considerada ousada. André foi um engenheiro militar e participou da Guerra do Paraguai nos campos de batalha e no desenvolvimento de um torpedo utilizado na guerra.
André Rebouças, além de um importante abolicionista, teve um papel crucial no trabalho de modernização do Brasil.
Por Tiago Vechi
Jornalista