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Maria Antonieta

Maria Antonieta foi uma princesa austríaca que se tornou rainha da França e ficou marcada pela sua vida altamente luxuosa. Foi guilhotinada durante a Revolução Francesa.

Maria Antonieta, a rainha consorte da França quando a Revolução Francesa eclodiu.
Maria Antonieta, a rainha consorte da França quando a Revolução Francesa eclodiu.
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Maria Antonieta foi uma austríaca que foi rainha da França no período da Revolução Francesa. Casou-se com Luís XVI e manteve um estilo de vida extremamente luxuoso. Era uma rainha impopular, e acabou sendo aprisionada pelos revolucionários, levada a julgamento e condenada à morte por alta traição, sendo guilhotinada em 1793.

Acesse também: Maria Leopoldina — a monarca austríaca que veio para o Brasil

Tópicos deste artigo

Resumo sobre Maria Antonieta

  • Maria Antonieta nasceu em Viena, sendo filha de Maria Teresa e Francisco I, imperadores do Sacro Império Romano-Germânico.

  • Casou-se com Luís Augusto, herdeiro do trono francês, em 1770.

  • Tornou-se rainha da França em 1774 e manteve um estilo de vida demasiadamente luxuoso.

  • Teve quatro filhos com Luís XVI.

  • Foi guilhotinada em 1793, durante a Revolução Francesa.

Videoaula sobre Maria Antonieta

Nascimento de Maria Antonieta

Maria Antônia Josefa Joana de Habsburgo-Lorena (Maria Antonia Josepha Johanna von Habsburg-Lothringen, no alemão), mais conhecida como Maria Antonieta, nasceu em Viena, no dia 2 de novembro de 1755. Ela foi a 15ª filha do imperador Fernando I e da imperatriz Maria Teresa da Áustria.

Na ocasião, seus pais governavam o Sacro Império Romano-Germânico, que dominava uma série de nações da Europa desde o século X. Naquele contexto, o Sacro Império já estava decadente e era governado de fato por Maria Teresa, cujas obrigações fizeram com que ela se ausentasse bastante da criação de seus filhos.

Os historiadores comentam que a educação de Maria Antonieta durante sua infância foi desleixada, e isso fez com que ela tivesse dificuldades de alfabetizar-se e, depois, de falar e escrever corretamente alemão, francês e italiano. No entanto, ela possuía boas habilidades em música e dança. Quando começaram a ser costurados os acordos para o seu casamento, foi necessário que ela passasse por uma espécie de tutoria intensiva a fim de melhorar seus conhecimentos.

Acesse também: Joana d’Arc — uma das grandes personagens da história francesa

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Casamento de Maria Antonieta

 Pintura de Luís XVI
Maria Antonieta foi casada com Luís XVI, rei francês de 1774 a 1792.

No final da década de 1760, a mãe de Maria Antonieta decidiu usar sua filha para uma estratégia política, e, assim, os diplomatas austríacos se envolveram em negociações com a França para casar a jovem com Luís Augusto, delfim da França e filho de Luís Fernando, herdeiro do trono francês falecido em 1765.

O casamento era parte de uma estratégia de Maria Teresa de aproximar austríacos e franceses. Essa aproximação era algo importante porque a França e o Sacro Império eram inimigos históricos, mas viam naquele momento a ascensão de uma potencial ameaça em comum: a Prússia (que ainda fazia parte do território do Sacro Império).

O casamento de Maria Antonieta e Luís Augusto aconteceu em 19 de abril de 1770, em uma igreja em Viena. A cerimônia foi por procuração, e o representante de Luís Augusto nela foi um dos irmãos da noiva. Com o casamento, ela foi obrigada a renunciar aos seus direitos na dinastia Habsburgo.

Maria Antonieta então foi enviada para a França, e conheceu seu marido no dia 14 de maio de 1770, quando ela tinha apenas 14 anos de idade. Apesar de ter renunciado aos seus diretos na coroa austríaca, Maria Antonieta foi orientada por sua mãe a manter relatos frequentes sobre o que acontecia na corte francesa. Uma festa foi realizada em Versalhes pela ocasião do casamento.

A adaptação da princesa austríaca à realidade da corte francesa no Palácio de Versalhes foi complicada. A princípio, muitos membros da nobreza francesa foram contrários ao casamento do delfim com a austríaca, e isso fez com que eles nutrissem uma grande antipatia por ela. Além disso, Maria Antonieta também estranhou uma série de costumes da etiqueta francesa.

Em 1774, o rei da França Luís XV faleceu, e, com isso, Luís Augusto foi coroado como Luís XVI. Assim, Maria Antonieta se tornou rainha consorte da França e usou de toda a sua influência para ver os seus desejos realizados. Ela gastava grandes somas de dinheiro em diversões dos mais variados tipos.

Quarto de Maria Antonieta no Palácio de Versalhes.[1]
Quarto de Maria Antonieta no Palácio de Versalhes.[1]

Maria Antonieta realizava corridas de cavalos, participava de bailes de máscaras, jogava cartas e comprava roupas e joias caríssimas. Seus gastos incomodavam a muitos, incluindo a gente da nobreza que já desgostava dela pelo fato de ser austríaca. Alguns historiadores entendem que os gastos da rainha foram uma forma que ela encontrou de reforçar a sua autoridade sobre a nobreza.

Os excessos cometidos pela rainha pesavam sobre o orçamento francês, e ela passou a ser chamada de Madame Déficit. Outros críticos a chamavam de l-autrichienne, um jogo de palavras no francês que mistura os termos “austríaca” e “cadela”. O Terceiro Estado e os defensores da república também eram profundos críticos da rainha.

As críticas à monarca ficaram mais contundentes ainda por ela ter demorado a engravidar de um herdeiro para o trono francês. A primeira filha do casal nasceu apenas em 1778 e foi nomeada de Maria Teresa como homenagem à avó materna. A demora se deveu ao fato de que o rei Luís XVI levou anos para consumar o casamento com sua esposa.

Depois disso, Maria Antonieta engravidou outras vezes e deu à luz mais três filhos: Luís José, Luís Carlos e Maria Sófia.

Acesse também: Maria Stuart — monarca escocesa do século XVI

Revolução Francesa

As vidas de Maria Antonieta e toda a nobreza francesa foram radicalmente transformadas pela eclosão da Revolução Francesa, em julho de 1789. Essa revolução foi influenciada pelos ideais iluministas, que propagavam ideias de igualdade entre os homens, e foi motivada pela insatisfação da burguesia com os privilégios da nobreza e pela insatisfação do povo com a pobreza em que vivia.

A França vivia uma grave crise econômica motivada pelos altos gastos da corte em festas e luxo, mas também pelo envolvimento do país em uma série de conflitos desnecessários. Além disso, a situação da França se agravou com colheitas ruins na década de 1780, o que fez o preço dos alimentos disparar e provocou o aumento dos problemas da população com a falta de comida.

Luís XVI recusava-se a tomar medidas contra a nobreza e o clero para aliviar os cofres franceses, e a situação levou à convocação da Assembleia dos Estados Gerais, para que uma decisão fosse tomada. Os Estados Gerais, no entanto, contribuíram para inflamar a população parisiense, insatisfeita com a crise do país.

Os distúrbios em Paris resultaram na Queda da Bastilha pela população parisiense, em 14 de julho de 1789. Esse evento é considerado o que deu início à Revolução Francesa ao difundir o fervor revolucionário por todo o país. Com o início da revolução, Maria Antonieta ficou reclusa no Palácio de Versalhes.

  • Videoaula sobre Revolução Francesa (parte 1)

Últimos anos de Maria Antonieta

Ainda em 1789, o Palácio de Versalhes foi invadido, e Luís XVI e Maria Antonieta foram obrigados pela população parisiense a se mudarem para o Palácio de Tulherias, em Paris. O agravamento da situação fez com que ambos tentassem fugir para a Bélgica em 1791. Eles acabaram reconhecidos quando estavam próximo da fronteira e foram reconduzidos para Paris.

A tentativa de fuga destruiu o resto da reputação dos monarcas perante a população francesa, e o ódio da população fez com que o Palácio de Tulherias fosse atacado por populares em diferentes ocasiões. O risco à integridade dos membros da monarquia fez com que eles fossem colocados na Torre do Templo, uma fortaleza.

Nesse local, Maria Antonieta viveu aprisionada, e lá ficou sabendo que seu esposo, Luís XVI, havia sido guilhotinado no começo de 1793. Posteriormente ela foi transferida para a prisão do Palácio da Cidade e lá enfrentou um processo de alta traição. O julgamento foi entendido como de fachada e condenou Maria Antonieta à morte na guilhotina por alta traição à França, sendo guilhotinada no dia 16 de outubro de 1793, mais precisamente às 12h15min. Ela tinha 37 anos de idade.

Créditos da imagem

[1] walter_g e Shutterstock

 

Por Daniel Neves Silva
Professor de História

Escritor do artigo
Escrito por: Daniel Neves Silva Formado em História pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e especialista em História e Narrativas Audiovisuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Atua como professor de História desde 2010.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SILVA, Daniel Neves. "Maria Antonieta"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/maria-antonieta.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

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