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A filosofia medieval é a produção filosófica que ocorreu na Idade Média, na Europa. Ela é principalmente caracterizada pela predominância de valores religiosos, haja vista a grande influência da Igreja Católica no período, mas havendo a tentativa de conciliá-los com a razão. Duas escolas filosóficas destacaram-se: a Patrística e a Escolástica, consagrando nomes como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, respectivamente.
Cronologicamente, esse período começou ainda na Antiguidade, mas é comumente definido como a produção filosófica do período medieval.
Leia também: Filosofia moderna — o período que surgiu com o Renascimento
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre a filosofia medieval
- 2 - Videoaula sobre a filosofia medieval
- 3 - Contexto histórico da filosofia medieval e relação entre fé e razão
- 4 - Principais características da filosofia medieval
- 5 - Períodos da filosofia medieval
- 6 - Principais pensadores da filosofia medieval
Resumo sobre a filosofia medieval
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Filosofia medieval é aquela que se desenvolveu durante a Idade Média, apesar de ter começado ainda na Antiguidade.
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São características marcantes desse período a predominância dos valores cristãos, mas também a tentativa de uni-los à razão.
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A Patrística e a Escolástica são dois importantes períodos da produção filosófica medieval.
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Santo Agostinho, vinculado à Patrística, e São Tomás de Aquino, vinculado à Escolástica, são dois nomes importantes da filosofia medieval.
Videoaula sobre a filosofia medieval
Contexto histórico da filosofia medieval e relação entre fé e razão
O desenvolvimento do conhecimento durante a Idade Média conta com particularidades diversas que se afastam daquela errônea perspectiva que a define como a “Idade das Trevas”. Contudo, a predominância dos valores religiosos e as demais condições específicas fazem do período medieval apenas singular em relação aos demais períodos históricos.
Nesse sentido, o expressivo monopólio intelectual exercido pela Igreja estabeleceu uma cultura de traço fortemente teocêntrico. Não por acaso, os mais proeminentes filósofos que surgiram nessa época tiveram grande preocupação em discutir assuntos ligados à compreensão das doutrinas cristãs.
Durante o século III, Tertuliano apontava que o conhecimento não poderia ser válido se não estivesse atrelado aos valores cristãos. Logo em seguida, outros clérigos defenderam que as verdades do pensamento dogmático cristão não poderiam estar subordinadas à razão. Em contrapartida, existiam outros pensadores medievais que não advogavam a favor dessa completa oposição entre a fé e a razão.
Um dos mais expressivos representantes dessa conciliação foi Santo Agostinho, que entre os séculos IV e V defendeu a busca de explicações racionais que justificassem as crenças. Em suas obras “Confissões” e “Cidade de Deus”, inspiradas em Platão, ele aponta para o valor onipresente da ação divina. Para ele, o homem não teria autonomia para alcançar a própria salvação espiritual.
A ideia de subordinação do homem em relação a Deus e da razão à fé acabou tendo grande predominância durante vários séculos no pensamento filosófico medieval. Mais do que refletir interesses que legitimavam o poder religioso da época, o negativismo impregnado no ideário de Santo Agostinho deve ser visto como uma consequência próxima às conturbações, guerras e invasões que viriam a marcar a formação do mundo medieval.
Contudo, as transformações experimentadas com a Baixa Idade Média promoveram uma interessante revisão da teologia agostiniana. A chamada filosofia escolástica apareceu com o intuito de promover a harmonização entre os campos da fé e da razão. Entre seus principais representantes estava São Tomas de Aquino, que durante o século XIII lecionou na Universidade de Paris e publicou “Suma Teológica”, obra em que dialoga com diversos pontos do pensamento aristotélico.
São Tomás, talvez influenciado pelos rigores que organizavam a Igreja, preocupou-se em criar formas de conhecimento que não se apequenassem em relação a nenhum tipo de questionamento. Paralelamente, sua obra teve uma composição mais otimista em relação à figura do homem. Isso porque acreditava que nem todas as coisas a serem desvendadas no mundo dependiam única e exclusivamente da ação divina. Dessa maneira, o homem teria papel ativo na produção de conhecimento.
Apesar dessa nova concepção, a filosofia escolástica não foi promotora de um distanciamento das questões religiosas e muito menos afastou-se das mesmas. Mesmo reconhecendo o valor positivo do livre-arbítrio do homem, a escolástica defende o papel central que a Igreja teria na definição dos caminhos e atitudes que poderiam levar o homem à salvação. Com isso, os escolásticos promoveram o combate às heresias e preservaram as funções primordiais da Igreja.
Leia também: O que favoreceu o surgimento das universidades na Idade Média?
Principais características da filosofia medieval
De modo geral, podemos citar como principais características do pensamento filosófico medieval:
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grande inspiração na filosofia greco-romana;
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predominância de valores religiosos;
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discussões sobre o papel da fé sobre a razão;
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reconhecimento do papel do homem na produção do conhecimento;
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combate a heresias.
Períodos da filosofia medieval
De modo geral, duas escolas filosóficas destacaram-se no que chamados de filosofia medieval: a Patrística e Escolástica.
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Patrística: desenvolvida no período de transição da Antiguidade para a Idade Média, essa escola produziu grande parte do pensamento que originou o sistema teológico cristão. Recebeu esse nome por abrigar os primeiros padres, "pais", da Igreja Católica. Para saber mais sobre essa escola, clique aqui.
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Escolástica: desenvolvida em um período de pleno domínio católico sobre a Europa, esse movimento ficou marcado pela grande disseminação do pensamento cristão e também pela valorização da filosofia aristotélica. Para saber mais, clique aqui.
Principais pensadores da filosofia medieval
Entre os principais pensadores da filosofia medieval, destacam-se:
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Santo Agostinho: filósofo da Patrística, foi considerado um dos pais da Igreja Católica. Foi um dos primeiros a fundamentar os principais dogmas da teologia cristã.
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São Tomás de Aquino: filósofo da Escolástica e discípulo de Alberto Magno, auxiliou na reintrodução da filosofia aristotélica no pensamento europeu.
Por Rainer Gonçalves Sousa
Professor de História