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O luteranismo é uma doutrina religiosa que surgiu no início do século XVI por meio das pregações de Martinho Lutero, um monge alemão que lecionava na Universidade de Wittenberg, na Alemanha. Estabeleceu-se por meio das críticas de Lutero à corrupção da Igreja Católica e das discordâncias de doutrina entre os dois lados.
O luteranismo se estabeleceu como uma doutrina que defende que a salvação é garantida mediante a justificação pela fé — a ideia de que apenas a fé é necessária para salvar uma pessoa. Lutero também traduziu a Bíblia para o alemão, defendendo o direito de todos lerem os escritos sagrados. Foi excomungado pela Igreja Católica em 1521.
Leia também: Reforma Protestante — detalhes sobre o movimento reformista iniciado por Martinho Lutero
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre o luteranismo
- 2 - O que é o luteranismo?
- 3 - Contexto histórico do luteranismo
- 4 - Quem era Lutero?
- 5 - Princípios básicos do luteranismo
Resumo sobre o luteranismo
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O luteranismo é a doutrina religiosa que se estabeleceu na Europa por meio de Martinho Lutero.
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Lutero não concordava com a corrupção presente no interior da Igreja, passando a questioná-la publicamente.
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Sua doutrina surgiu a partir do momento que Lutero, supostamente, pregou o documento chamado 95 Teses na porta da Igreja de Wittenberg, na Alemanha.
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O luteranismo também ganhou força porque recebeu apoio de príncipes alemães, desejosos de livrarem-se do domínio da Igreja Católica.
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Lutero acreditava na justificação pela fé e no sacerdócio universal.
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As Cinco Solas são um ponto-chave da doutrina luterana. São elas:
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Sola fide (somente a fé);
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Sola scriptura (somente a Escritura);
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Solus Christus (somente Cristo);
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Sola gratia (somente a graça);
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Soli Deo gloria (glória somente a Deus).
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O que é o luteranismo?
O luteranismo é uma doutrina religiosa que surgiu, no século XVI, do que conhecemos como Reforma Protestante. Estabeleceu-se enquanto doutrina religiosa por meio das pregações de Martinho Lutero, monge alemão que estava insatisfeito com algumas práticas cometidas pelos membros da Igreja Católica.
O luteranismo tem como base a crença de que os fiéis são justificados pela fé, ou seja, a salvação é garantida àqueles que creem na palavra de Deus. Considera-se que o luteranismo surgiu no momento que Lutero, supostamente, pregou documento chamado 95 Teses na porta da Igreja de Wittenberg, na Alemanha.
Contexto histórico do luteranismo
O surgimento do luteranismo e o início da Reforma Protestante, por consequência, foram resultados de uma crescente insatisfação que havia na Europa em relação ao controle político e religioso exercido pela Igreja Católica. Críticas e contestações à doutrina e às práticas do clero eram comuns na Europa desde a Idade Média.
No começo do século XVI, a Igreja tinha o direito de cobrar impostos da população europeia, mas, além disso, procurava aumentar a sua arrecadação por meio da venda de relíquias sagradas e da cobrança de indulgências. A riqueza e a ostentação, muitas vezes, eram vistas de maneira paradoxal por uma instituição que era contra a usura.
A cobrança de indulgências era uma das práticas mais condenadas da Igreja naquele período. Consistia em exigir uma oferta especial dos fiéis (além do que era pago tradicionalmente), tendo em vista cumprir algum objetivo, e, em troca, oferecia-se o perdão dos pecados ou a garantia da salvação.
No começo do século XVI, havia um pedido de indulgência especial em andamento: o papa Leão X queria aumentar a arrecadação de dinheiro para construir a Basílica de São Pedro, em Roma (atualmente ela se localiza no Vaticano). No caso de Wittenberg, onde atuava Lutero, o enviado da Igreja para o pedido de indulgência foi o arcebispo de Mainz.
Além disso, a simonia era uma prática muito comum no interior da Igreja e causava indignação de muitos fiéis. Lutero não concordava com essas práticas, mas, além disso, tinha diferenças doutrinárias com a Igreja Católica. De toda forma, não foram apenas as questões religiosas que importaram no surgimento do luteranismo, mas as políticas também.
A Igreja Católica detinha um grande poder político, interferindo diretamente nos reinos europeus e, muitas vezes, sujeitando os monarcas europeus às suas vontades. Pois bem, o início da Reforma Protestante foi entendido como algo importante e interessante para muitos monarcas, que viram no acontecimento um caminho para livrarem-se das interferências da Igreja Católica.
A Reforma Protestante foi enxergada por muitos príncipes alemães como um meio de enfraquecer o poderio de Carlos V, imperador do Sacro Império Romano-Germânico e, consequentemente, aumentar o poder político deles. Além disso, o enfraquecimento da Igreja Católica foi enxergado sob uma ótica de unificação dos reinos germânicos contra a influência externa da Península Itálica.
Por fim, o enfraquecimento da Igreja Católica foi visto como o caminho para aumentar a autonomia econômica dos reinos germânicos, podendo explorar melhor os próprios recursos, sem ter que ficar pagando impostos para a Santa Sé.
Acesse também: Calvinismo — doutrina religiosa que surgiu após a Reforma Protestante
Quem era Lutero?
O luteranismo surgiu por meio das pregações de Martinho Lutero, monge alemão que lecionava em Wittenberg, na Alemanha. Lutero nasceu em Eisleben, em 1483, pertencendo a uma família da pequena burguesia. Abandonou o curso de Direito, em 1505, para seguir a carreira eclesiástica, sendo ordenado sacerdote em 1507.
Em 1512, tornou-se doutor em Teologia pela Universidade de Wittenberg, dando início à carreira como professor na mesma universidade. Lutero nutria um enorme incômodo com a falta de espiritualidade dos sacerdotes e com a corrupção presente no meio da Igreja Católica. Incomodou-se profundamente com o pedido de indulgência feito pelo papa Leão X.
Por conta disso, escreveu um documento chamado 95 Teses, no qual teceu críticas às indulgências e a outras práticas da Igreja Católica. Esse documento foi escrito como uma carta para o arcebispo de Mainz, mas a tradição protestante afirma que Lutero afixou o documento na porta da Igreja de Wittenberg, feito nunca comprovado pela historiografia.
Lutero não desejava romper com a Igreja Católica, mas apenas livrar a instituição das más práticas. Além disso, ele tinha problemas doutrinários ao entender que as indulgências não tinham o poder de salvar ninguém, e que apenas a fé era o caminho para a salvação. Suas críticas levaram-no a intensos debates no interior da Igreja Católica, resultando na sua excomunhão. A partir daí, Lutero rompeu definitivamente com a instituição. Para saber mais sobre Martinho Lutero, clique aqui.
Princípios básicos do luteranismo
O luteranismo surgiu da insatisfação de Lutero com a corrupção no interior da Igreja Católica e também com base em diferenças doutrinárias. Primeiramente, Lutero acreditava, baseado na leitura do texto bíblico, que a salvação era garantida por meio da fé, sendo necessário apenas isso para receber a graça de Deus. Essa ideia é conhecida como justificação pela fé.
O luteranismo também acredita na ideia do sacerdócio universal, isto é, não é necessário a mediação de um sacerdote para o contato entre o fiel e Deus. Isso porque Lutero acreditava que o próprio fiel poderia fazer essa comunicação por meio de suas orações ou da leitura da Bíblia.
Por isso a leitura da Bíblia era algo tão importante para Lutero, pois era entendida por ele como um ato devocional de uma pessoa em sua vocação de fé. Para garantir que as pessoas tivessem contato com a Bíblia, Lutero a traduziu para o alemão. Além disso, o luteranismo nega a iconoclastia e se coloca contra as imagens de santos.
→ Cinco Solas do luteranismo
Um ponto fundamental da doutrina luterana são as Cinco Solas, isto é, cinco crenças fundamentais do luteranismo enquanto doutrina religiosa. São elas:
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Sola fide (somente a fé): só a fé salva uma pessoa.
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Sola Scriptura (somente a Escritura): a Bíblia é o único escrito de inspiração divina em que o cristão deve se apoiar.
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Solus Christus (somente Cristo): foi apenas pelo sacrifício de Cristo que a salvação se tornou possível.
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Sola gratia (somente a graça): só a graça de Deus garante a salvação da humanidade.
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Soli Deo gloria (glória somente a Deus): os cristãos devem glorificar unicamente a Deus.
Fontes
FIGUEIREDO, Felipe. 500 anos da Reforma Protestante. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=QkheKbaDZGs&t=458s&ab_channel=Nerdologia.
IHU ONLINE. Lutero e a Reforma – 500 anos depois, um debate. Revisto do Instituto Humanitas Unisinos. Disponível em: http://www.ihuonline.unisinos.br/media/pdf/IHUOnlineEdicao514.pdf.
KRÄMER, Klaus. Martinho Lutero, o monge que revolucionou o mundo. Disponível em: https://www.dw.com/pt-br/martinho-lutero-o-monge-que-revolucionou-o-mundo/a-36213487.
MICELI, Paulo. História Moderna. São Paulo: Contexto, 2020.
MARK, Joshua J. Diet f Worms. Disponível em: https://www.worldhistory.org/Diet_of_Worms/.
MARK, Joshua J. Martin Luther. Disponível em: https://www.worldhistory.org/Martin_Luther/.
MARK, Joshua J. Martin Luther’s 95 Thesis. Disponível em: https://www.worldhistory.org/article/1891/martin-luthers-95-theses/.
MATOS, Alderi Souza de. A Reforma Protestante do século XVI. Disponível em: http://www.faifa.edu.br/revista/index.php/voxfaifae/article/view/24.