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O Dia D foi uma operação militar que aconteceu em 6 de junho de 1944 durante a Segunda Guerra Mundial, em que os Aliados organizaram um grande esforço militar e desembarcaram suas tropas na Normandia, região do norte da França dominada pelos nazistas. O Dia D fez parte da Operação Overlord e foi responsável por aumentar o desgaste dos alemães durante o conflito.
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre o Dia D
- 2 - O que foi o Dia D?
- 3 - Antecedentes do Dia D
- 4 - Preparativos para o Dia D
- 5 - Como foi o Dia D?
- 6 - Mapa dos desembarques do Dia D
- 7 - Consequências do Dia D
- 8 - Filmes sobre o Dia D
Resumo sobre o Dia D
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O Dia D foi uma gigantesca operação anfíbia realizada pelos Aliados durante a Segunda Guerra Mundial. Fez parte da Operação Overlord e teve como objetivo principal realizar o desembarque de tropas na Normandia para, então, iniciar a retomada da França, território ocupado pelos alemães desde 1940.
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O Dia D foi realizado em um clima de grande desconfiança tanto de americanos quanto de britânicos, principalmente pelo temor de ambos os lados em relação à quantidade de soldados que morreriam. Foram estabelecidas cinco praias para o desembarque de tropas, além de terem sido designadas tropas de paraquedistas para saltarem em posições estratégicas da Normandia.
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O Dia D resultou no desembarque de aproximadamente 150 mil soldados na Normandia e foi um sucesso, pois as tropas aliadas conseguiram conquistar as cinco praias designadas para os desembarques.
O que foi o Dia D?
O Dia D, como todos os combates da Segunda Guerra Mundial, foi uma batalha militar em que as tropas dos Aliados lutaram contra as tropas do Eixo. Nesse contexto, temos:
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Aliados: as tropas aliadas que lutaram no Dia D eram compostas, em geral, por americanos e britânicos. Houve também a participação de soldados de outras nacionalidades, como canadenses e australianos.
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Eixo: as tropas do Eixo que lutaram no Dia D eram compostas apenas por tropas da Alemanha.
Antecedentes do Dia D
O Dia D foi parte dos esforços realizados pelos Aliados para aumentar o desgaste dos alemães no curso da Segunda Guerra Mundial. Em 1944, a Alemanha estava em uma situação delicada, pois tinha acumulado uma série de derrotas cruciais desde Stalingrado, ponto da virada que deu início ao período de recuos das tropas alemãs.
Depois de perderem em Stalingrado, os alemães recuaram centenas de quilômetros no território soviético e amargaram uma dura derrota em Kursk – o que pôs fim às ambições dos alemães em território soviético. Essa derrota em Kursk era, em parte, resultado direto das ações dos Aliados, que tinham desembarcado tropas na Itália em 1943, forçando Hitler a deslocar forças do front oriental para o norte do território italiano.
Em 1944, o comando alemão tinha duas certezas: de que uma ofensiva soviética no front oriental aconteceria em breve e de que americanos e britânicos organizariam uma invasão em território francês. Na visão de Hitler, era essencial que os alemães contivessem o ataque na França, pois poderia, assim, deslocar forças para conter a ofensiva soviética.
Hitler mantinha vivas suas esperanças de que era possível suportar o ataque aliado na França, mas essa esperança não era compartilhada por muitos dos generais que formavam o comando de guerra alemão, por conta da evidente redução da capacidade bélica do país. No contexto da França, esses generais afirmavam que a falta de apoio aéreo para as forças alemãs poderia ser crucial para a vitória aliada.
Preparativos para o Dia D
Para os Aliados, reconquistar a Normandia era algo essencial, pois aumentaria o desgaste dos alemães, que, naquele momento, lutavam em outros dois fronts (front oriental na Polônia e União Soviética e outro na Itália). O desembarque de tropas e a criação de um novo front na França também atendiam aos pedidos da União Soviética, que exigia uma maior participação de britânicos e americanos na luta contra os alemães.
O desembarque de tropas na França era algo defendido pelos americanos desde 1943. No começo desse ano, as autoridades americanas e britânicas adiaram, por questões logísticas, a invasão da França para 1944 e priorizaram o desembarque de tropas na Sicília, na Itália. Os britânicos, particularmente, viam o desembarque de tropas na Normandia com muitas ressalvas.
A desconfiança dos britânicos partia do próprio Winston Churchill, primeiro-ministro britânico, que tinha espantado-se com a quantidade de mortos e feridos durante o desembarque de tropas aliadas em Anzio, localizada na Itália. A participação dos britânicos na Operação Overlord foi resultado direto da insistência dos americanos em realizá-la. Um fator que abalava a confiança dos dois lados eram as ressalvas que americanos e britânicos tinham acerca do real compromisso de Charles De Gaulle, líder da resistência francesa.
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Um fato não muito conhecido a respeito do Dia D é que, durante sua preparação, parte das tropas americanas e britânicas esteve próxima de se amotinar, porque muitos dos que tinham sido designados para os desembarques na Normandia já haviam lutado em outros fronts da guerra. A insatisfação aumentava porque existiam tropas que estavam há meses treinando e ainda não possuíam experiência em batalha.
O historiador Antony Beevor ressalta que, durante os preparativos, os trabalhos da contrainteligência britânica foram responsáveis por confundir os alemães|1|. Em decorrência disso, a inteligência alemã tinha informações que sugeriam ataques aliados na Noruega e em Calais, na França. Em meio a tanta desinformação, os alemães esperavam um ataque ao sul de Boulogne, a muitos quilômetros de distância de onde o ataque realmente aconteceu.
Outro ponto muito importante que foi pensando durante os preparativos do Dia D foi a questão do isolamento da Normandia. O comando aliado temia que as tropas americanas e britânicas fossem expulsas nos dias posteriores ao Dia D, à medida que os reforços alemães chegassem. Assim, foi criado todo um planejamento que incluía a destruição dos meios de comunicação e de transportes, como ferrovias e pontes.
Como foi o Dia D?
A Operação Overlord foi a maior operação anfíbia da história e, segundo informações do historiador Max Hastings, foram mobilizados 5300 navios e 12 mil aeronaves, que foram responsáveis por transportar 150 mil homens e 1500 tanques|1|. As aeronaves também foram utilizadas para que paraquedistas pousassem em áreas estratégicas da Normandia.
Esses paraquedistas saltaram na noite de 5 de junho, e o pouso deles foi considerado caótico, uma vez que muitos pousaram longe dos locais estabelecidos. Apesar de tudo, conseguiram conquistar uma série de locais importantes e foram responsáveis por confundir as defesas alemãs.
Os desembarques nas praias aconteceram no dia 6 de junho, nas praias próximas à cidade de Caen, a cerca de 220 km de distância, em linha reta, de Boulogne, local onde os alemães esperavam que o ataque aconteceria. Um agravante para a situação é que os alemães não esperavam um ataque aliado por conta do clima nublado.
De toda forma, os desembarques das tropas aliadas aconteceu em cinco praias, e cada uma teve seu codinome específico: Omaha, Utah, Juno, Gold e Sword. A resistência encontrada variou bastante de uma praia para a outra, em algumas a resistência foi feroz, mas, em outras, relatos apontam a facilidade encontrada pelas tropas aliadas.
Ao final de um dia de lutas contra os alemães, as tropas americanas e britânicas já tinham conquistado as cinco praias da Normandia e iniciavam o processo de reconquista da França. O processo de avanço dos Aliados na França, no entanto, não foi fácil. A cidade de Caen, por exemplo, que ficava bem próxima de Gold, Juno e Sword, só foi conquistada em 21 de julho, mais de um mês depois do desembarque.
Mapa dos desembarques do Dia D
Para facilitar a compreensão sobre o Dia D, separamos um mapa que mostra os locais nos quais as tropas Aliadas desembarcaram no dia 6 de junho de 1944:
Consequências do Dia D
O Dia D é um dos acontecimentos mais marcantes da Segunda Guerra Mundial, uma vez que, como mencionamos, antecipou a derrota dos alemães ao aumentar o desgaste deles na guerra, impedindo-os de canalizar suas forças exclusivamente contra os soviéticos. Além disso, essa operação foi fundamental para dar início à expulsão dos nazistas da França.
É incorreto, no entanto, considerar o Dia D como o ponto da virada da Segunda Guerra Mundial, uma vez que os indícios, sejam em relação às vidas humanas ou à capacidade de recursos mobilizados, evidenciaram um esforço muito maior realizado pelos soviéticos, considerados os reais responsáveis pela virada da guerra, tendo como grande símbolo de resistência e marco da virada a batalha travada em Stalingrado, onde quase 2 milhões de pessoas morreram.
Filmes sobre o Dia D
O Dia D, por ter sido um evento relacionado com a Segunda Guerra Mundial, foi diversas vezes explorado, seja em jogos, cinema, televisão e, até mesmo, na música. No caso do cinema e da televisão, especificamente, podem ser apontadas as seguintes produções:
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O resgate do soldado Ryan, filme de 1998, dirigido por Steven Spielberg.
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O mais longo dos dias, filme de 1962, dirigido por Ken Annakin, Andrew Marton, Bernhard Wicki e Gerd Oswald.
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Agonia e Glória, filme de 1980, dirigido por Samuel Fuller.
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Band of Brothers, minissérie de 2001, produzida por Tom Hanks e Steven Spielberg.
Notas
|1| BEEVOR, Antony. A Segunda Guerra Mundial. Rio de Janeiro: Record, 2015, p. 637.
|2| HASTINGS, Max. Inferno: o mundo em guerra 1939-1945. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2012, p. 553.