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Batalha de Kursk

A Batalha de Kursk ocorreu entre os meses de abril e agosto de 1943 e teve como característica principal o uso maciço de tanques de guerra nos combates.

Acima, imagem de tanques soviéticos T-34 na Batalha de Kursk *
Acima, imagem de tanques soviéticos T-34 na Batalha de Kursk *
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Sabemos que a Segunda Guerra Mundial teve início em 1939, em especial, em setembro desse ano, quando o exército nazista invadiu a Polônia. Sabemos também que, para que fosse possível o ataque alemão à Polônia, os nazistas tiveram de se aliar, momentaneamente, com os soviéticos, o que ocorreu por meio do chamado Pacto Ribbentrop-Molotov ou Pacto Germano-Soviético (um acordo de não agressão entre as duas potências). Essa aliança, contudo, foi rompida em 1941 com a Operação Barbarrosa, que consistia na mobilização das forças armadas alemãs contra a União Soviética. A partir de então, as duas potências engalfinhariam-se em batalhas sangrentas até 1945. Uma dessas batalhas, travada em 1943, foi a de Kursk, que se caracterizou pelo uso intenso de tanques guerra, tanto do lado alemão quanto do soviético.

A Batalha de Kursk é, seguramente, a maior batalha de tanques da história. Ela ocorreu entre os meses de abril e agosto de 1943, mobilizando cerca de dois milhões de combatentes, seis mil tanques de guerra e cinco mil aviões. O principal modelo de tanque usado pelos nazistas era o “Tigre”, em alemão: Panzerkampfwagen IV Tiger. Já a União Soviética optou pelo emprego do modelo T-34 (ver imagem no início do texto).

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Como já haviam sido derrotados na primeira investida contra os soviéticos, em 1941, Hitler e seus generais mudaram de estratégia e concentraram seus esforços contra a região de Kursk, que abrigava grandes campos petrolíferos do Cáucaso. Dominar Kursk seria, então, um passo importante para a submissão da grande rival comandada por Stalin. Quando a operação foi elaborada, Hitler demonstrava plena confiança em sua estratégia, mesmo a Alemanha dispondo de menor efetivo e de menos armas que a URSS, como aponta o historiador Antony Beevor:

O Führer apostava praticamente todas as suas reservas naquele jogo gigantesco para encurtar a frente e retomar a iniciativa, e para tranquilizar os aliados indecisos após a derrota em Stalingrado e a retirada do Cáucaso. 'A vitória em Kursk será um farol para o mundo', proclamou Hitler em uma ordem de 15 de abril. [1] p. 527.

O que era para ser uma operação breve e rápida, ao estilo da “guerra-relâmpago” tipicamente nazista, converteu-se em uma sucessão de batalhas devastadoras ao longo de cinco meses. Os ataques não puderam ser plenamente coordenados (entre os tanques e os aviões bombardeiros), pois as condições de visibilidade não eram das melhores. As táticas alemãs tiveram que ser constantemente modificadas em razão das surpreendentes manobras de resistência das tropas soviéticas. Por fim, novamente a ofensiva nazista havia sido repelida pelo Exército Vermelho. O saldo de mortes e destruição da longa batalha em Kursk pode ser observado na citação abaixo do já mencionado Antony Beevor:

O exército alemão havia levado uma surra séria. Perdera quase 50 mil homens. Muitas divisões foram reduzidas ao equivalente a um regimento ou menos. Mas a vitória do Exército Vermelho também cobrou um preço alto. Em virtude da tática de ariéte de Jukov, só a ofensiva Belgorod-Kharkov custou mais de um quarto de milhão de baixas, cifra ainda maior que os 177 mil homens mortos no saliente de Kursk. A Operação Kutusov para retomar o saliente de Orel foi ainda pior, com cerca de 430 mil baixas. No total, o Exército Vermelho perdeu cinco viaturas blindadas para cada panzer destruído. No entanto, agora os alemães não tinham alternativa a não ser recuar para a linha do rio Dnieper e começar a retirar as forças restantes da cabeça de ponte deixada na Península de Taman. O sonho de Hitler de garantir os campos petrolíferos do Cáucaso estava destruído para sempre.” [2] p. 544

* Créditos da imagem: Byelikova Oksana / Shutterstock.com

NOTAS

[1] BEEVOR, Antony. A Segunda Guerra Mundial. (trad. Cristina Cavalcanti) Rio de Janeiro, Record. 2015. p. 527.

[2] Idem. p. 544.


Por Me. Cláudio Fernandes

Escritor do artigo
Escrito por: Cláudio Fernandes Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

FERNANDES, Cláudio. "Batalha de Kursk"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/guerras/batalha-kursk.htm. Acesso em 28 de março de 2024.

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