Notificações
Você não tem notificações no momento.
Novo canal do Brasil Escola no
WhatsApp!
Siga agora!
Whatsapp icon Whatsapp
Copy icon

Funções da linguagem

As funções da linguagem são capazes de delimitar a intenção do enunciador. Os elementos da comunicação estão estritamente relacionados com essas funções.

Esquema das funções da linguagem.
Selo top 5 Enem
Esquema das funções da linguagem.
Imprimir
Texto:
A+
A-

PUBLICIDADE

As funções da linguagem são categorias relacionadas com os estudos da linguagem e da comunicação e são classificadas em seis tipos:

  • conativa;

  • metalinguística;

  • fática;

  • poética;

  • referencial;

  • emotiva.

As funções da linguagem foram apresentadas pelo linguista Roman Jakobson e estão relacionadas com os elementos da comunicação (emissor, receptor, mensagem, canal, código e contexto).

Leia também: Elementos da comunicação: quais são, exemplos e relação com as funções da linguagem

Tópicos deste artigo

Função referencial ou denotativa

A função referencial ou denotativa é a função da informação. Presente em textos como artigos científicos, textos didáticos, folhetos, manuais e textos enciclopédicos, enfatiza o referente, ou seja, o assunto ou contexto em que aquele determinado texto está inserido. Em sua estrutura, predominam o discurso na ordem direta e o foco na terceira pessoa com a utilização da objetividade.

Um gênero textual bastante representativo dessa função é a notícia, cuja intenção é a de informar os leitores sobre fatos relevantes e recentes, e que, na maioria das vezes, constrói-se desprovida de opiniões ou sequências linguísticas que pretendam levar ao convencimento. Se quiser saber mais sobre esse tema, acesse: Função referencial ou denotativa.

  • Exemplo

Com programação especial, Feira do Estudante começa nesta segunda em Praia Grande

Confira tudo que acontecerá no Pavilhão de Eventos Jair Rodrigues até a próxima quarta-feira (25).

Por Mariana Nadaleto, G1 Santos

Começa nesta segunda-feira (23) a 4ª edição da Feira do Estudante, organizada pela Prefeitura de Praia Grande, que oferecerá palestras, workshops, oficinas, atrações especiais, sorteios, parque de diversões e um show do Projota para o público jovem. O evento acontece até quarta-feira (25), no Pavilhão de Eventos Jair Rodrigues, e a entrada é gratuita (exceto para o show de encerramento).

Mais de 20 unidades de ensino, entre elas universidades, cursos de idiomas e cursos técnicos, já confirmaram presença na Feira, e oferecerão palestras e stands. Além disso, também foram organizadas atividades especiais, como o Espaço Urbano, Espaço Cultural e o Lounge Fals, com programação para os três dias de evento.

O objetivo da organização da Feira do Estudante, que faz parte do Festival da Juventude de Praia Grande, é dar oportunidade para que os jovens conheçam as universidades e os diversos cursos de idioma e técnicos oferecidos na região, e assim, possam escolher com mais clareza o que desejam seguir profissionalmente.

O Pavilhão de Eventos Jair Rodrigues fica localizado dentro do Espaço Alvorada, na Avenida Ministro Marcos Freire, altura do nº 6.420, Bairro Quietude, próximo ao Viaduto Paschoalino Borelli da Via Expressa Sul.


Função emotiva ou expressiva

Diferentemente da função referencial ou denotativa, que preza pela objetividade, a principal particularidade da função emotiva ou expressiva é o caráter subjetivo, ou seja, a linguagem cumprindo a função de emitir opiniões, emoções, desejos, sentimentos, expressões individuais.

Estruturada com sequências na primeira pessoa do discurso, tem como representantes os artigos de opinião, diários, cartas pessoais e poemas líricos, por exemplo. Assim, o ponto de vista de quem fala/escreve é essencial no trabalho com a linguagem. Se quiser saber mais sobre esse tema, acesse: Função emotiva ou expressiva.

  • Exemplos

Mãos Dadas

Não serei o poeta de um mundo caduco
Também não cantarei o mundo futuro
Estou preso à vida e olho meus companheiros
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças
Entre eles, considero a enorme realidade
O presente é tão grande, não nos afastemos
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história
Não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela
Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida
Não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes
A vida presente

Carlos Drummond de Andrade

Violência obstétrica, uma forma de desumanização das mulheres

A expressão 'violência obstétrica' ofende médicos. Dizem não existir o fenômeno, mas casos isolados de imperícia ou negligência médicas. O que aconteceu com a brasileira Adelir Gomes, grávida e forçada pela equipe de saúde a realizar uma cesárea contra sua vontade, dizem ser um caso extremo, escandalizado pelas feministas como de violência obstétrica. Não é verdade. A violência obstétrica manifesta-se de várias formas no ciclo de vida reprodutiva das mulheres. Em cada mulher insultada verbalmente porque sente dor no momento do parto ou quando não lhe oferecem analgesia. Na violência sexual sofrida em atendimento pré-natal ou em clínicas de reprodução assistida. No uso de fórceps, na proibição de doulas ou pessoas de confiança na sala de parto. Na cesárea como indicação médica para o parto seguro. A verdade é que a violência obstétrica é uma forma de desumanização das mulheres.

Jornal El País Brasil, 20 de março de 2019.


Leia também: Linguagem literária – conheça suas especificidades

Função poética

Embora tenha como nome função poética, essa função da linguagem não é exclusiva dos poemas. Quando a intenção discursiva é a de construir uma mensagem que valoriza o tipo em sua elaboração, vemos a manifestação desse tipo de função.

Assim, a presença de figuras de linguagem, seja em textos poéticos, seja em textos em prosa, bem como diferentes escolhas vocabulares, ou mesmo a própria estruturação textual em versos com a presença de rimas demonstram a intencionalidade do trabalho com a mensagem.

  • Exemplos

Millôr Fernandes

Função fática ou de contato

Centrada no canal ou veículo de comunicação, a função fática ou de contato é aquela em que a intencionalidade está na manutenção do ato comunicativo, ou seja, quando o emissor (locutor) busca estratégias para manter a interação com o receptor (interlocutor).

Quem nunca entrou em um elevador e “jogou conversa fora” sobre como está o clima? Mesmo nos mais despretensiosos momentos de fala, as funções da linguagem estão presentes. Ao desejar “Bom dia!”, ou mesmo quando o professor, em sala de aula, pergunta “Entendeu?”, percebemos o desejo de que a comunicação siga seu curso. Do “alô” ao “tchau”, do “bom dia” a “boa noite”, vemos que o ser humano é realmente o ser que fala e que nossos laços sociais fortalecem-se diante da necessidade de nos comunicarmos.

  • Exemplo

Comunicação

É importante saber o nome das coisas. Ou, pelo menos, saber comunicar o que você quer. Imagine-se entrando numa loja para comprar um... um... como é mesmo o nome?

"Posso ajudá-lo, cavalheiro?"

"Pode. Eu quero um daqueles, daqueles..."

"Pois não?"

"Um... como é mesmo o nome?"

"Sim?"

"Pomba! Um... um... Que cabeça a minha. A palavra me escapou por completo. É uma coisa simples, conhecidíssima."

"Sim senhor."

"O senhor vai dar risada quando souber."

"Sim senhor."

"Olha, é pontuda, certo?"

"O quê, cavalheiro?"

[...]

"Chame o gerente."

"Não será preciso, cavalheiro. Tenho certeza de que chegaremos a um acordo. Essa coisa que o senhor quer, é feito do quê?"

"É de, sei lá. De metal."

"Muito bem. De metal. Ela se move?"

"Bem... É mais ou menos assim. Presta atenção nas minhas mãos. É assim, assim, dobra aqui e encaixa na ponta, assim."

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

"Tem mais de uma peça? Já vem montado?"

"É inteiriço. Tenho quase certeza de que é inteiriço."

"Francamente..."

"Mas é simples! Uma coisa simples. Olha: assim, assim, uma volta aqui, vem vindo, vem vindo, outra volta e clique, encaixa."

"Ah, tem clique. É elétrico."

"Não! Clique, que eu digo, é o barulho de encaixar."

"Já sei!"

"Ótimo!"

"O senhor quer uma antena externa de televisão."

"Não! Escuta aqui. Vamos tentar de novo..."

"Tentemos por outro lado. Para o que serve?"

"Serve assim para prender. Entende? Uma coisa pontuda que prende. Você enfia a ponta pontuda por aqui, encaixa a ponta no sulco e prende as duas partes de uma coisa."

"Certo. Esses instrumentos que o senhor procura funciona mais ou menos como um gigantesco alfinete de segurança e..."

"Mas é isso! É isso! Um alfinete de segurança!"

"Mas do jeito que o senhor descrevia parecia uma coisa enorme, cavalheiro!"

"É que eu sou meio expansivo. Me vê aí um... um... Como é mesmo o nome?"

VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comunicação. In: PARA gostar de ler, v.7. 3.ed. São Paulo: Ática, 1982. p. 35-37.

Função conativa ou apelativa

A função conativa ou apelativa é aquela em que a ênfase está no receptor da mensagem. Com a intencionalidade de persuadir, convencer, vemos, estruturalmente, a presença de verbos no modo imperativo, os quais têm intenção de indicar a forma como o outro deve agir.

Podemos verificar a ocorrência desse tipo de função em textos de caráter publicitário, discursos políticos e religiosos, e também em cartas argumentativas. Assim, quando o emissor (locutor) tenta influenciar o receptor (interlocutor), certamente estamos diante da função conativa ou apelativa.

  • Exemplos

30º  Anuário. São Paulo: Clube de criação de São Paulo, 2005. p. 97.
30º  Anuário. São Paulo: Clube de criação de São Paulo, 2005. p. 97.

“Meu amigo, minha amiga, se você ainda não encontrou a raiz do mal que lhe tem trazido prejuízos por muitos anos, participe da campanha “Corte a Raiz”, que lhe ajudará a descobrir e arrancá-la de uma vez por todas.”

“Mas, que fique bem claro, ninguém é obrigado a nada [...] nem mesmo a fazer a Fogueira Santa. A Fogueira Santa é uma atitude exclusivamente pessoal. Não faça sacrifício por que estamos falando, mas faça pela sua fé! Se você não foi tocado, não ouviu a Voz da fé, do Espírito Santo, não participe! Porque se você manifesta qualquer dúvida, mesmo um fio de dúvida, não é para ti esse propósito de revolta”.


Função metalinguística

A função metalinguística é a função da explicação. Geralmente, ouvimos dizer que a função metalinguística é aquela em que o código explica o próprio código, ou seja, a linguagem explica a própria linguagem, e então teríamos o dicionário como o principal representante dessa função.

No entanto, podemos dizer que toda forma de explicação, com expressões como “ou seja”, “sendo assim”, “por exemplo”, introduzem a manifestação dessa função da linguagem. Música que fala ou explica como se fazer música, poemas que tratam do fazer poético, além de filmes que revelam como se fazer cinema marcam a metalinguagem.

  • Exemplos

Significado de Código

Substantivo masculino

Coleção de leis: Código Penal. Coleção de regras e preceitos. Sistema de símbolos que permite a representação de uma informação: código Morse. Conjunto de regras que permite a transposição de sistemas de símbolos sem alterar o significado da informação transmitida.

Linguística: Conjunto de todos os elementos linguísticos vigentes numa comunidade e postos à disposição dos indivíduos para servir-lhes de meios de comunicação; língua.

(Fonte: Dicio.com)

Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave? [...]

(Trecho do poema Procura da poesia, de Carlos Drummond de Andrade)

Exercícios resolvidos sobre funções da linguagem

1. Leia este trecho do romance Divã, de Martha Medeiros:

Sou eu que começo? Não sei bem o que dizer sobre mim. Não me sinto uma mulher como as outras. Por exemplo, odeio falar sobre crianças, empregadas e liquidações. Tenho vontade de cometer haraquiri quando me convidam para um chá de fraldas e me sinto esquisita à beça usando um lencinho amarrado no pescoço. Mas segui todos os mandamentos de uma boa menina: brinquei de boneca, tive medo do escuro e fiquei nervosa com o primeiro beijo. Quem me vê caminhando na rua, de salto alto e delineador, jura que sou tão feminina quanto as outras: ninguém desconfia do meu hermafroditismo cerebral. Adoro massas cinzentas, detesto cor-de-rosa. Penso como um homem, mas sinto como mulher. Não me considero vítima de nada. Sou autoritária, teimosa e um verdadeiro desastre na cozinha. Peça para eu arrumar uma cama e estrague meu dia. Vida doméstica é para os gatos. Nossa, pareço uma metralhadora disparando informações como se estivesse preenchendo um cadastro para arranjar marido. Ponha na conta da ansiedade. A propósito, tenho marido e tenho três filhos. [...] Tenho um cérebro masculino, como lhe disse, mas isso não interfere na minha sexualidade, que é bem ortodoxa. Já o coração sempre foi gelatinoso, me deixa com as pernas frouxas diante de qualquer um que me convide para um chope. [...] Sou tantas que mal consigo me distinguir. Sou estrategista, batalhadora, porém traída pela comoção. Num piscar de olhos fico terna, delicada. Acho que sou promíscua, doutor Lopes. São muitas mulheres numa só, e alguns homens também. Prepare-se para uma terapia de grupo.

Identifique a(s) função(ões) da linguagem predominante(s) no texto acima, considerando a intencionalidade do ato comunicativo:

  1. Função metalinguística e função conativa

  2. Função emotiva e função fática

  3. Função fática e função referencial

  4. Função emotiva e função metalinguística

Solução

No texto acima, podemos verificar a função emotiva ou expressiva da linguagem manifestando-se, uma vez que os verbos e pronomes estão flexionados na primeira pessoa do singular, indicando o caráter subjetivo do discurso. A narradora-personagem fala sobre si mesma, apresentando, também, suas opiniões sobre os universos feminino e masculino.

A função fática também se manifesta a partir do momento em que a narradora mantém o contato com seu interlocutor, chamando-o e utilizando-se de vocativos como marcadores desse diálogo.

Letra b.

2. Identifique, conforme a legenda, a definição de cada uma das funções da linguagem.

  1. Emotiva ou expressiva

  2. Apelativa ou conativa

  3. Referencial ou denotativa

  4. Fática ou de contato

  5. Metalinguística

  6. Poética

(  ) Centrada no emissor, tem como intencionalidade exprimir emoções, sentimentos e opiniões subjetivas.

(  ) Tem como intenção o trabalho com a mensagem, podendo, inclusive, contribuir com a construção estética do texto.

(  ) Ênfase no interlocutor com o objetivo de persuadi-lo.

(  ) Tem como característica a tentativa de se manter o ato comunicativo em curso.

(  ) É o código explicando o próprio código, ou seja, a língua explicando a própria língua.

(  ) Com objetividade, a intenção é informar. Predominam sequências discursivas em terceira pessoa.

Solução

1-6-2-4-5-3

Escritor do artigo
Escrito por: Sara de Castro Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

CASTRO, Sara de. "Funções da linguagem"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/funcoes-linguagem.htm. Acesso em 17 de novembro de 2024.

Videoaulas


Lista de exercícios


Exercício 1

Analise o poema em evidência, levando em consideração seus conhecimentos no que se refere às funções da linguagem.

Catar feijão  

Catar feijão se limita com escrever:

Jogam-se os grãos na água do alguidar

E as palavras na da folha de papel;

e depois, joga-se fora o que boiar.

Certo, toda palavra boiará no papel,

água congelada, por chumbo seu verbo;

 pois catar esse feijão, soprar nele,

e jogar fora o leve e oco, palha e eco.
[...]

João Cabral de Melo Neto 

Exercício 2

(Cesgranrio – RJ) Assinale a opção em que a inversão da ordem dos termos altera o sentido fundamental do enunciado:

a) Era uma poesia simples/ Era uma simples poesia.
b) Possuía um sentimento vago/ Possuía um vago sentimento.
c) Olhava uma parasita mimosa/Olhava uma mimosa parasita.
d) Havia um contraste eterno/Havia um eterno contraste.
e) Vivia um drama terrível/Vivia um terrível drama.