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O sensoriamento remoto é o conjunto de técnicas e procedimentos tecnológicos que visa à representação e coleta de dados da superfície terrestre sem a necessidade de um contato direto. Assim sendo, toda a informação é obtida por meio de sensores e instrumentos em geral. Tal processo vincula-se ao tratamento, armazenamento e análise de tais dados para que se conheça melhor os fenômenos que se apresentam na superfície.
A utilização desse tipo de técnica é de fundamental importância no contexto atual das sociedades, pois ela é capaz de revelar muitos dados geográficos e até históricos concernentes aos espaços naturais e também sociais, como a distribuição das áreas florestais, o avanço do desmatamento, o crescimento das áreas urbanas, etc.
Pode-se dizer que o sensoriamento remoto surgiu logo após a invenção da máquina fotográfica, quando se tornou possível o registro de imagens a partir do céu. Inicialmente, utilizavam-se pombos ou balões a fim de captar imagens da superfície vistas de cima, geralmente para o reconhecimento de lugares ou produção de mapas. Em tempos de guerra, essa foi também uma importante estratégia para o reconhecimento do território inimigo, o que auxiliava na elaboração de planos de ataque e contra-ataque.
E por falar em guerra, foi durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) que esse sistema começou a aperfeiçoar-se por meio da utilização de aviões então recentemente inventados. O conjunto de técnicas de registro da superfície por meio da fotografia foi chamado de aerofotogrametria, que, além do registro da imagem, consistia também no tratamento dessa e de suas adaptações para a produção de visualizações de áreas inteiras. Esse procedimento é até hoje amplamente realizado.
Além da aerofotogrametria, outro recurso de sensoriamento remoto bastante utilizado são os satélites. Com eles, tornou-se possível o registro de imagens em pequena escala, ou seja, de amplas áreas; ou, até mesmo, de mapas com escalas variadas e flexíveis, possibilitando o manejo para diferentes mapas de localização e temáticos.
Entre os satélites mais importantes e utilizados por nós para a observação e registro de informações da superfície estão o Landsat e o CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres). O primeiro foi pela primeira vez lançado pela Agência Espacial Norte-Americana (NASA) em 1972, tendo outras versões mais modernas construídas posteriormente, de modo que a mais recente é a Landsat 7. Já o CBERS é resultado de uma parceria entre o Brasil e a China, cujo primeiro lançamento ocorreu em 1999, enquanto o mais recente, o CBERS 3, foi lançado em 2011.
Os satélites estão entre os mais importantes elementos do sensoriamento remoto
Graças aos satélites, são possíveis as confecções de mapas temáticos com as mais variadas escalas de abrangência, conforme já mencionamos. Assim, é possível obter informações e registrar cartogramas sobre formas de relevo, topografia, ocupação humana, entre outros. Há também a funcionalidade meteorológica, em que a movimentação das massas de ar é captada de modo a auxiliar na previsão do tempo, que também conta com outros muitos instrumentos.
Podemos dizer, portanto, que o sensoriamento remoto é um dos maiores avanços já produzidos pela ciência e tecnologia no que se refere ao estudo da superfície terrestre e, por que não dizer, de todos os elementos que compõem a biosfera. Assim, conseguiu-se avanço no monitoramento de fenômenos naturais e também antrópicos, tais como o monitoramento do avanço do desmatamento e outros. Um bom exemplo também de sensoriamento remoto é o Google Earth, que integra uma combinação de imagens de satélite, aerofotogrametrias e até imagens registradas nas ruas a fim de nos auxiliar na localização e no deslocamento pelos diferentes lugares.
Por Me. Rodolfo Alves Pena