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Resumo Histórico-Econômico do Brasil: o fim do colonialismo e o capitalismo tardio

No Brasil, foi só em 1930 que houve desenvolvimento da indústria, que caracterizou um processo de capitalismo tardio

Foto com uma mão segurando grãos de café em alusão ao ciclo do café no Brasil.
A primeira vez que ocorreu no Brasil algum tipo de acumulação primitiva de capitais foi no Ciclo do Café.
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Os objetivos da colonização portuguesa no Brasil inseriram o caráter agroexportador da nossa economia, o que pode ser verificado no transcorrer dos seus ciclos econômicos principais que ocorreram no período colonial: a cana-de-açúcar e a mineração.

O Brasil não atravessou o processo conhecido como Revolução Industrial e esteve limitado aos interesses da metrópole. Apenas quando a família real portuguesa se deslocou para o Brasil em 1808, em direção à cidade do Rio de Janeiro, algumas melhorias estruturais ocorreram, estradas e fábricas foram criadas, assim como uma melhor organização institucional e administrativa.

Leia também: Ciclo do cacau — um dos ciclos que também contribuiu para a economia brasileira.

Tópicos deste artigo

Mudanças e evolução da economia brasileira 

A abertura dos portos brasileiros para o comércio internacional realizada após uma grande pressão do império britânico colaborou para as importações de máquinas e produtos ingleses. Após a independência em relação a Portugal em 1822, o Brasil entrou diretamente na esfera de influência da Inglaterra. A partir desse curto período do Brasil Império, que perdurou até a proclamação da República em 1889, o ciclo do café manteve o formato primário da economia brasileira, mas em outro contexto: ao contrário do que ocorreu nos ciclos anteriores, pela primeira vez ocorreu no país um tipo de acumulação primitiva de capitais.

Os Barões do Café - nome dado aos grandes produtores de café de meados do século XIX - foram os precursores da iniciativa privada brasileira, principalmente no Sudeste. Muitas ferrovias paulistas foram expandidas através dos investimentos particulares dos latifundiários ligados à atividade cafeeira.

Outra mudança determinante foi o arrefecimento da utilização do trabalho escravo. Fatores externos, como as leis que restringiam o comércio de escravos, assim como fatores internos, em destaque o endividamento de muitos produtores rurais com os atravessadores de escravos, tornaram a escravatura cada vez mais restrita. O Brasil criou leis que, lentamente, culminaram com o término da escravidão com a declaração da Lei Áurea, em 1888. Para estabelecer uma nova relação entre o fator terra e a mão-de-obra foram utilizados os imigrantes europeus, predominantemente italianos.

A imigração italiana e a expansão das ferrovias interiorizaram a ocupação no estado de São Paulo. As divisas do café conduziram à formação de grupos bancários e à atração de capitais para o surgimento de fábricas, modernização dos portos e diversificação do comércio. Ao final do século XIX, na região amazônica, o ciclo da borracha também provocou um acúmulo de capitais para região, permitindo a formação de alguns centros importantes em meio a grandes vazios demográficos, principalmente Belém e Manaus.

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Após o período imperial, teve início a 1ª República ou República Velha, considerada na visão de muitos cientistas sociais brasileiros como a consolidação da elite agrária como detentora do poder político e da estruturação da sociedade, com poucas transformações na economia predominantemente agrária.

Getúlio Vargas e a industrialização brasileira 

A crise econômica de 1929 influenciou diretamente a economia cafeeira, que acabou declinando gradualmente devido à queda do preço internacional do café. Entre 1930 e 1945, o país alcançou uma nova etapa, conhecida como o Estado Getulista, que modificou bastante a estrutura produtiva do Brasil. Getúlio Vargas lançou as bases para uma indústria nacional, com o Estado atuando como empresário e regulador dos setores econômicos. Empresas como a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) e a mineradora Vale do Rio Doce, atualmente privatizadas, foram concebidas nesse período. Também foi criado o Conselho Nacional do Petróleo, política nacionalista que visava ao controle estatal da exploração e produção do petróleo. Posteriormente, em 1952, quando Vargas retornou à presidência pela via democrática, foi criada a Petrobrás.

Embasado em uma plataforma populista, Vargas introduziu leis trabalhistas, organizou a estrutura dos sindicatos e aumentou a participação da indústria na composição do PIB brasileiro, assim como incentivou a criação de setores como o mecânico, material elétrico, material de transportes, química e farmacêutico. Juntamente com outras nações subdesenvolvidas como o México, a Argentina e a África do Sul, o país começou a sua industrialização tardia.


Júlio César Lázaro da Silva
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista - UNESP
Mestre em Geografia Humana pela Universidade Estadual Paulista - UNESP

Escritor do artigo
Escrito por: Júlio César Lázaro da Silva Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SILVA, Júlio César Lázaro da. "Resumo Histórico-Econômico do Brasil: o fim do colonialismo e o capitalismo tardio"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/resumo-historico-economico-brasil-fim-colonialismo-capitalismo.htm. Acesso em 26 de julho de 2024.

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