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Existe um conjunto complexo de fatores climáticos, isto é, fenômenos naturais que interferem e modificam o clima. Por questões didáticas, costumamos analisá-los separadamente com o objetivo de conhecer melhor a influência de cada um desses fatores sobre a dinâmica climática, muito embora não exista nenhum tipo climático no mundo que se molde exclusivamente por uma única causa.
Nesse sentido, um dos fenômenos mais analisados é a relação entre a latitude e o clima. Para entender essa relação, é necessária a compreensão de como se manifesta a incidência dos raios solares sobre as diferentes áreas da superfície terrestre, bem como a existência da inclinação do eixo de rotação do nosso planeta, que é de 23,27º. Observe a figura a seguir:
Incidência dos raios solares durante os solstícios de verão no Hemisfério Norte
Na imagem acima, temos um esquema ilustrativo do solstício de verão no Hemisfério Norte, quando os dias são maiores do que as noites nesse hemisfério. Percebemos que, mesmo nessa época, quando a zona de iluminação dos raios solares sobre a Terra é desigual, as áreas de baixas latitudes, que se encontram próximas à Linha do Equador, recebem uma iluminação mais intensa dos raios solares, que incidem de maneira vertical. Já nas regiões de elevadas latitudes, mais próximas das zonas polares, os raios solares incidem obliquamente, com maior intensidade no verão e menor intensidade no inverno.
Portanto, independentemente da estação do ano, as zonas equatoriais recebem mais calor do sol do que as faixas polares. Com isso, estabelece-se a seguinte relação entre o clima e as latitudes: quanto menor a latitude, maiores são as temperaturas e vice-versa. Em outras palavras, quanto mais próximo se está da Linha do Equador, mais quente costuma ser o ambiente climático. Forma-se, por isso, as faixas climáticas do planeta.
Imagem divulgada pela NASA. As áreas vermelhas apresentam maiores temperaturas
Nessa outra imagem, temos a representação das temperaturas da Terra ao longo do ano, indicando como as regiões com menores latitudes tendem a ser mais quentes do que as áreas polares, embora outros fatores regionais possam modificar a variação das temperaturas e da umidade em diferentes locais, tais como a altitude, a vegetação e outros. Um exemplo de que a latitude não atua sozinha é algumas áreas da Cordilheira dos Andes que, mesmo se encontrando próximas ao Equador, mantêm-se em baixas temperaturas em razão das elevadas altitudes.
A latitude e os demais fatores climáticos são de fundamental importância para a compreensão da diversidade de climas que recobrem a superfície terrestre, o que interfere não só no modo de vida das diferentes sociedades, mas na dinâmica da fauna, da flora e demais elementos da natureza.
Por Me. Rodolfo Alves Pena