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Em razão da fragilidade do tecido que reveste o ânus, facilitando a ocorrência de rupturas e sangramentos, homens homossexuais, profissionais do sexo e pessoas promíscuas (além dos usuários de drogas injetáveis) eram reconhecidos como o grupo de risco da AIDS. Atualmente, este quadro vem mudando, apresentando um aumento das taxas de heterossexuais contaminados, inclusive entre pessoas casadas; revelando proporções que variam entre 1 e 3 homens heterossexuais soropositivos para cada mulher soropositiva.
A AIDS é transmitida pelo contato desprevenido com o sangue, sêmen, leite materno, e fluidos vaginais infectados pelo vírus. Por tal motivo, o uso de instrumentos perfurocortantes sem terem sido previamente esterilizados, transfusão de sangue contaminado; sexo oral, anal e vaginal sem uso de camisinha; e gravidez, parto e aleitamento de bebê cuja mãe é portadora, são as principais formas de contágio.
Considerando esses aspectos, o uso da camisinha é essencial para evitar o contágio da AIDS por meio de relações sexuais; e mães soropositivas, assim como todas as gestantes, devem fazer o pré-natal. O uso do remédio AZT pela mãe portadora diminui consideravelmente os riscos de contaminar o bebê.
Por meio desses fluidos, o vírus penetra no corpo, infectando as células do sistema imune, primariamente linfócitos T que expressam moléculas CD4 em sua superfície. Lá, replica-se, bloqueando a síntese de proteínas importantes para o metabolismo e suprimindo genes responsáveis pelo reparo nas alterações do DNA. Assim, compromete o sistema imune ao longo do tempo, deixando o indivíduo vulnerável à ação de outras doenças, ditas oportunistas, como tuberculose e infecções fúngicas.
No ano de 2007, pesquisadores da Universidade de Ulm, Alemanha, descobriram que, apesar do sêmen de portadores do HIV conter concentrações muito pequenas do vírus, uma proteína presente neste fluido atua como um excelente transportador de partículas do vírus HIV para as células-alvo, aumentando em até 100 mil vezes as possibilidades de um indivíduo ser infectado, caso tenha contato com o sêmen contaminado em tecido mucoso. Esta, secretada pela próstata, é a fosfatase ácida prostática, nomeada pelos cientistas de "Potenciador de Infecção Viral Derivado de Sêmen" ("Semen-Derived Enhancer of Virus Infection", ou SEVI, em inglês). Tal descoberta poderá ser de grande valia para a indústria farmacêutica desenvolver medicamentos capazes de reduzir a disseminação desta doença; e, para isso, mais estudos devem ser feitos e considerados.
O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE:
A automedicação pode ter efeitos indesejados e imprevistos, pois o remédio errado não só não cura como pode piorar a saúde.
Por Mariana Araguaia
Graduada em Biologia