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Ano-Novo ou Réveillon

Ano-Novo ou Réveillon é uma celebração que é realizada entre o dia 31 de dezembro e o dia 1º de janeiro. Essa festa comemora a mudança de ano e é marcada por diversas tradições.

Show de fogos de artifício em Copacabana, no Rio de Janeiro, uma das tradições mais comuns de Ano-Novo ou Réveillon.
O show de fogos de artifício é uma das tradições mais comuns das festas de Ano-Novo ou Réveillon.
Crédito da Imagem: Shutterstock.com
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Ano-Novo ou Réveillon é a comemoração da passagem de ano do dia 31 de dezembro para o dia 1º de janeiro do ano seguinte. Réveillon veio do francês e significa “despertar” ou “acordar”, em referência à nova etapa de vida que se inicia. O 1º de janeiro consolidou-se como Ano-Novo somente no século XVI, com o surgimento do calendário gregoriano.

Essa festividade é vista em diversas culturas como um momento de renovação, de busca por melhores energias e oportunidades e para renovação e para demarcação de novos planos. Diversas tradições se consolidaram no Brasil e em outras nações durante essa festividade.

Leia também: 1º de janeiro — Dia Mundial da Paz

Tópicos deste artigo

Resumo sobre Ano-Novo ou Réveillon

  • Ano-Novo é a passagem de ano que acontece em nosso calendário, sendo marcada pela transição de 31 de dezembro para 1º de janeiro.
  • O Ano-Novo também é conhecido no Brasil como Réveillon, palavra do idioma francês que significa “despertar”.
  • A prática de celebrar a passagem de ano remonta à Idade Antiga, mas a celebração do 1º de janeiro se consolidou no século XVI.
  • O Ano-Novo é visto por muitas pessoas como um momento de renovação e de buscar conquistar e traçar novos planos.
  • A passagem de ano é diferente em outras culturas, sendo celebrada de formas distintas por judeus, chineses e muçulmanos.

Qual o significado do Ano-Novo?

Em nossa cultura, o Ano-Novo ou Réveillon é o momento de passagem de um ano para o outro, sendo a celebração que ocorre na virada do dia 31 de dezembro de um ano para o dia 1º de janeiro de outro ano. Muitas pessoas entendem que essa passagem simbólica é um momento de transição e de recomeço para conquista de novas e melhores coisas.

As celebrações do Ano-Novo ou Réveillon se espalham por todo o planeta, embora cada cultura celebre essa festividade de maneiras distintas. Muitas pessoas usam esse momento para traçar novos planos e metas para serem cumpridas no ano que se inicia; já outras pessoas encaram a passagem de ano como momento de refletir e de agradecer pelas conquistas do ano seguinte.

É um momento marcado pela celebração do ano que se inicia, com festividades se estendendo do dia 31 de dezembro até o dia 1º de janeiro. A principal celebração acontece na noite de 31 de dezembro, quando as pessoas esperam e comemoram o momento da passagem. Por fim, muitas pessoas veem o Ano-Novo ou Réveillon como um momento para se buscar sorte e prosperidade.

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Origem do Ano-Novo

A festa de Ano-Novo ou Réveillon já é uma tradição no Brasil e em boa parte do mundo, assumindo, em muitos casos, um caráter religioso cristão. No entanto, a origem do Réveillon é muito anterior ao cristianismo, sendo geralmente atribuída à Mesopotâmia, em 2000 a.C., remetendo a algo como o “Festival de Ano-Novo”. Persas, fenícios, assírios e gregos, desde tempos remotos, também realizavam suas celebrações de passagem de ano.

→ Por que o Ano-Novo é celebrado em 1º de janeiro no Brasil?

No Brasil, assim como na maior parte dos países de tradição ocidental, o Réveillon é comemorado no 1º de janeiro. O mês de janeiro foi criado pelos romanos, no século VIII a.C., e seu nome era uma homenagem a Jano, deus romano das mudanças e das transições. No entanto, os romanos ainda celebravam a passagem de ano no início da primavera, que se dava em março.

Acredita-se que os romanos teriam passado a comemorar a passagem de ano a partir do século II a.C. Atribuiu-se essa mudança ao conflito dos romanos com os celtiberos, povos celtas que residiam na Península Ibérica. Essa antecipação tinha relação com questões burocráticas e logísticas que envolviam o exército romano e foi aprovada pelo Senado, em 153 a.C.

Apesar dessa mudança oficializada, o povo romano seguiu com a tradição de comemorar-se a passagem do ano no mês de março. Em 46 a.C., o antigo calendário romano foi substituído pelo calendário juliano, nomeado assim em homenagem a Júlio César. O início do ano, na tradição popular romana, ainda recaía sobre março.

A partir da cristianização da Europa, estabeleceu-se certa resistência, em alguns lugares, a comemorar-se a passagem do ano em janeiro porque o nome do mês era uma homenagem a um deus pagão. Ainda assim, houve povos, como os francos (sob a dinastia merovíngia), que celebravam a passagem do ano em 1º de janeiro. A data foi cristianizada e tornou-se o Dia da Circuncisão.

A cristianização da data fez com que ela fosse adotada por alguns dos reinos que existiam na Península Ibérica durante a Idade Média, embora muitas mudanças tenham acontecido na questão de qual data seria adotada como o início do ano. A verdade é que, nesse período, havia uma intensa disputa, uma vez que muitos reinos cristãos queriam que o Dia da Anunciação, 25 de março, fosse considerado como o dia do Ano-Novo.

O dia 1º de janeiro foi oficializado como Dia de Ano-Novo devido à mudança do calendário no século XVI. Essa mudança foi realizada pelo papa Gregório XIII e determinou uma reforma no calendário, que passou a ser conhecido como calendário gregoriano. O antigo calendário, o juliano, deixou de ser utilizado porque tinha uma pequena imprecisão de três dias a cada 400 anos.

Com a reforma do calendário gregoriano, o dia 1º de janeiro tornou-se de fato o primeiro dia do ano. Com o tempo, outros países foram adotando esse novo calendário, e a celebração do Ano-Novo passou a ser em 1º de janeiro. Os ingleses, por exemplo, aderiram ao 1º de janeiro como primeiro dia do ano somente no século XVIII.

O Brasil adotou essa prática devido à influência portuguesa aqui. No século XVI, Portugal era um país muito católico e, por isso, obedeceu à reforma no calendário feita pelo papa, e, assim, o calendário gregoriano foi adotado e o 1º de janeiro foi consolidado como o primeiro dia do ano para os portugueses. Essa tradição foi, então, trazida para o Brasil.

Veja também: Afinal, por que comemoramos o Natal no dia 25 de dezembro?

Tradições de Ano-Novo

Ilustração com o escrito “feliz Ano-Novo”, felicitação característica do Ano-Novo ou Réveillon.
Durante a virada do ano, as pessoas geralmente desejam “feliz Ano-Novo” aos familiares e aos amigos.

A celebração do Ano-Novo é marcada por diversas tradições, tanto no Brasil quanto em outras partes do planeta. Uma das tradições mais populares não só no Brasil, mas em vários países é a celebração do Ano-Novo com fogos de artifício. Nesse sentido, muitas cidades, como o Rio de Janeiro, Sydney e Nova York fazem a celebração com um grande foguetório.

Sopa de lentilhas, alimento que é uma das tradições de Ano-Novo ou Réveillon.
Consumir alimentos com lentilha é uma das tradições de Ano-Novo ou Réveillon.

É comum que muitas pessoas optem por consumir alimentos que são tidos como alimentos que trarão sorte, como as lentilhas e a romã, por exemplo.

Algumas pessoas optam por usar roupas de determinada cor, principalmente o branco, acreditando que isso trará sorte para o ano que se inicia. Pessoas que estão querendo mais dinheiro usam amarelo e pessoas que estão atrás de um amor usam vermelho.

Outras pessoas procuram fazer a limpeza da casa para “limpar as energias” para o novo ano, e algumas pessoas lançam itens como sal grosso para trazer sorte. Há também o costume em alguns países de beijar à meia-noite para garantir amor e boa sorte no relacionamento. As tradições de Ano-Novo são diversas e demonstram a intenção das pessoas de obter boas coisas no ano que se inicia.

Ano-Novo no Brasil

Mulheres pulando ondas durante o show de fogos de artifício do Ano-Novo ou do Réveillon.
Show de fogos de artifício e pular sete ondas durante o Ano-Novo são duas entre muitas tradições dessa festa no Brasil.

Atualmente, o mais comum durante a comemoração do Ano-Novo é o show de fogos de artifício, além das inúmeras tradições que variam de um país para outro. No Brasil, por exemplo, existem várias tradições herdadas das religiões de matriz africana e afro-brasileira, tais como o candomblé e, principalmente, a umbanda.

O culto a Iemanjá com oferendas ao mar é praticado até mesmo por pessoas que não fazem parte dessas religiões, tendo uma grande receptividade com o público católico. Outro hábito herdado dessas religiões é o ato de vestir-se de branco, uma superstição pela promoção da paz e, na origem, um hábito para reverenciar as cores do orixá Oxalá.

Para muitos, o Réveillon é um momento de renovação, de planejar ou de colocar em prática planos antigos. Assim, são várias as simpatias e as superstições para que tudo ocorra bem, como comer lentilhas, pular sete ondas (o número sete também se relaciona a religiões e crenças), comer sete sementes de romãs, entre outros inúmeros hábitos.

É claro que isso tudo é simbólico, sendo, portanto, práticas de manifestação cultural que revelam as relações de identidade das pessoas com a sociedade e o espaço. A adoção de práticas originárias de religiões de matriz africana demonstra bem o sincretismo religioso na sociedade brasileira, uma vez que tais práticas se disseminaram pelo país e são realizadas por pessoas de diferentes religiões.

Aqui no Brasil é muito comum que as pessoas chamem o Ano-Novo pelo termo francês, Réveillon. Esse termo, originalmente, era utilizado para referir-se a festas que viravam a noite, mas passou a referir-se às festas de Ano-Novo da nobreza francesa durante o século XVII.

O termo tem um significado relacionado com “acordar”, “despertar”, sendo, portanto, o acordar ou despertar de um ano novo. Essa tradição francesa ganhou outros lugares do mundo a partir do século XIX e chegou a locais como o Brasil. O termo popularizou-se no país por meio das festas das elites daqui.

Acesse também: Carnaval — a principal festividade do Brasil

Ano-Novo em outras culturas

Comemorar o Ano-Novo no dia 1º de janeiro é uma tradição, principalmente, ocidental e cristã. Embora o mundo, oficialmente, siga o calendário gregoriano, muitos povos diferentes possuem celebrações de Ano-Novo acontecendo em outras datas que não o 1º de janeiro. Vejamos alguns exemplos.

 → Ano-Novo chinês

O Ano-Novo chinês ocorre quando se realiza a passagem de ano no calendário tradicional chinês. Esse calendário chinês é lunar, possuindo cerca de 354 dias de duração e a passagem de ano na cultura chinesa ocorre entre janeiro e fevereiro do calendário gregoriano. É uma data de grande importância para a cultura chinesa, sendo uma celebração que pode se estender por até 15 dias.

→ Ano-Novo judaico

Conhecido como Rosh Hashaná, o Ano-Novo judaico celebra a passagem de ano no calendário judaico, um calendário lunar e distinto do que o calendário que utilizamos (o gregoriano). Essa celebração é algo mais privado na cultura judaica, sendo celebrada em reuniões familiares. É comum a realização de orações, que o shofar seja tocado e que algumas comidas típicas, como frutas mergulhadas no mel sejam consumidas. A passagem de ano no calendário judaico ocorre entre setembro e outubro em nosso calendário. Para saber detalhes sobre o Ano-Novo judaico, clique aqui.

→ Ano-Novo muçulmano

O Ano-Novo no calendário muçulmano é chamado de Hijri, sendo que um ano nesse calendário tem 354 ou 355 dias de duração. O calendário islâmico teve início em um marco importante: a Hégira, quando o profeta saiu de Meca para Medina. É um momento marcado por orações e por refeições para celebrar a passagem.

Curiosidades sobre o Ano-Novo

  • O Enkutatash é o nome da celebração do Ano-Novo no calendário etíope, acontecendo em setembro.
  • No Japão, os templos budistas tocam os sinos 108 vezes durante o Ano-Novo.
  • O Ano-Novo dos ortodoxos é celebrado em 14 de janeiro.

Fontes

CHIU, Lisa. The History of Chinese New Year. Disponível em: https://www.thoughtco.com/history-of-chinese-new-year-687496.

MODELLI, Laís. Como surgiram os rituais de Ano Novo mais populares do Brasil? Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-42375112.

NGUYEN, Tuan C. The History of Popular New Year's Traditions. Disponível em: https://www.thoughtco.com/history-of-popular-new-year-traditions-4154957.

REDAÇÃO. Por que Ano Novo é celebrado em 1º de janeiro? Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/c802427xd52o.

SU, Qiu Gui. The Fundamentals of Chinese New Year. Disponível em: https://www.thoughtco.com/chinese-new-year-p2-2278435.

Texto escrito por Daniel Neves Silva e Rodolfo F. Alves Pena.

Escritor do artigo
Escrito por: Daniel Neves Silva Formado em História pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e especialista em História e Narrativas Audiovisuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Atua como professor de História desde 2010.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SILVA, Daniel Neves. "Ano-Novo ou Réveillon"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/datas-comemorativas/reveillon.htm. Acesso em 18 de dezembro de 2024.

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