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Um dos conceitos mais importantes da fisiologia é o de feedback, termo em inglês que normalmente é traduzido como retroalimentação. Esse termo foi proposto para nomear o conjunto de respostas promovidas pelos sistemas do nosso corpo diante de um desequilíbrio.
É por intermédio do mecanismo de feedback que ocorre, por exemplo, a regulação da secreção dos hormônios (veja exemplo da figura acima) e o controle da temperatura e da pressão arterial. Graças a esse controle, é possível garantir a harmonia dos sistemas e, consequentemente, a homeostase (equilíbrio do meio interno).
→ Feedback negativo
O sistema de feedback negativo é o que mais ocorre no organismo, sendo considerado por muitos autores o mecanismo primário para a manutenção da homeostase. Ele provoca uma mudança negativa em relação à alteração inicial, ou seja, um estímulo contrário àquele que levou ao desequilíbrio.
O mecanismo de feedback negativo pode ser explicado analisando-se, por exemplo, o controle da pressão sanguínea. Quando ela cai abaixo do normal, nosso corpo percebe que houve um desequilíbrio e iniciam-se processos que voltam a pressão sanguínea aos valores adequados. O mesmo ocorre quando a pressão sanguínea aumenta e o corpo imediatamente realiza ajustes para que ela retorne ao normal.
A respiração também é um bom exemplo de feedback negativo. Quando as concentrações de dióxido de carbono aumentam no sangue, o centro respiratório aumenta sua atividade, provocando aumento da frequência de respiração. Com o aumento da atividade respiratória, ocorre um aumento da remoção de dióxido de carbono no corpo. Percebe-se, portanto, que o aumento da concentração causa um aumento na remoção.
→ Feedback positivo
O feedback positivo, diferentemente do negativo, aumenta o estímulo que gera desequilíbrio, fazendo com que os valores estejam cada vez mais diferentes do padrão. Eles ocorrem em menor quantidade no nosso corpo e nem sempre são benéficos.
O feedback positivo pode causar danos ao corpo, uma vez que não programa o organismo para voltar ao estado de estabilidade. Um exemplo de ação nociva desse mecanismo ocorre quando uma pessoa perde uma grande quantidade de sangue. A perda do sangue faz com que o coração pare de bombeá-lo de forma eficiente e, consequentemente, ocasiona a queda de pressão e diminuição do fluxo sangue para o músculo do coração. Isso faz com que o coração diminua ainda mais o bombeamento, o que ocasiona uma maior diminuição do fluxo sanguíneo, enfraquecendo ainda mais o órgão. Esse processo persiste até levar o organismo ao óbito.
As contrações uterinas no momento do parto são um exemplo de feedback positivo útil. Quando chega o momento da criança nascer, ocorre um aumento contínuo da contração da musculatura uterina em razão da produção do hormônio ocitocina. Quanto mais contrações, mais ocitocina é produzida e mais contrações são realizadas, o que garante, assim, a expulsão do bebê.
Por Ma. Vanessa dos Santos