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Oswaldo Aranha foi um político e diplomata brasileiro que esteve envolvido em importantes acontecimentos da história brasileira. Nasceu em uma importante família do Rio Grande do Sul, formou-se em Direito, e se envolveu com a política de seu estado na sua juventude apoiando o político Borges de Medeiros.
Era próximo de Getúlio Vargas, apoiou a Revolução de 1930 e a ascensão de Vargas ao poder. Trabalhou em diferentes ministérios do governo Vargas e foi embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Presidiu a comissão brasileira e foi um dos responsáveis por conduzir a partilha da Palestina e a criação de Israel.
Confira no nosso podcast: A origem dos conflitos entre Israel e Palestina
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre Oswaldo Aranha
- 2 - Biografia de Oswaldo Aranha
- 3 - Oswaldo Aranha na política brasileira
- 4 - Oswaldo Aranha na ONU
- 5 - Homenagens a Oswaldo Aranha
- 6 - Legado de Oswaldo Aranha
Resumo sobre Oswaldo Aranha
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Oswaldo Aranha foi um político e diplomata brasileiro.
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Nasceu em Alegrete, no Rio Grande do Sul, pertencendo a uma tradicional família local.
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Na década de 1920, envolveu-se em um conflito armado em defesa de Borges de Medeiros.
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Apoiou a candidatura de Getúlio Vargas e participou da Revolução de 1930.
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Presidiu a Assembleia da ONU responsável pela criação de Israel.
Biografia de Oswaldo Aranha
Oswaldo Euclides de Sousa Aranha nasceu no dia 15 de fevereiro de 1894, originário de Alegrete, cidade bem próxima da fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai e a Argentina. Era filho do coronel e estancieiro Euclides Egídio de Sousa Aranha e de Luísa de Freitas Vale Aranha.
Ele foi o segundo filho do casal e fazia parte de uma família politicamente tradicional no Rio Grande do Sul. Em 1908, ingressou no Colégio Militar na cidade do Rio de Janeiro, concluindo seus estudos em 1911. No ano seguinte, ingressou na Faculdade de Direito, também no Rio de Janeiro.
Interrompeu brevemente seus estudos para uma viagem pela Europa que foi interrompida com o início da Primeira Guerra Mundial e acabou finalizando seu curso em 1916. Entre 1917 e 1923, atuou como advogado no Rio Grande do Sul, e, em 1923, participou de um conflito político em seu estado. Lutou na defesa de Borges de Medeiros, então presidente do estado, na luta contra os partidários de Assis Brasil.
Assumiu a subchefia da polícia de Alegrete e atuou na repressão de revoltas tenentistas no Rio Grande do Sul entre os anos de 1924 e 1926. Nesse período foi promovido à posição de intendente (prefeito) de Alegrete.
Oswaldo Aranha na política brasileira
Em 1927, foi eleito para a posição de deputado federal e, no ano seguinte, foi nomeado para a secretário do Interior e Justiça do Rio Grande do Sul. Por ser muito próximo de Getúlio Vargas, apoiou a criação da Aliança Liberal, a chapa que lançou a candidatura de Vargas à presidência do Brasil na eleição de 1930.
A derrota de Vargas para Júlio Prestes fez com que Oswaldo Aranha aderisse à ala mais radical da Aliança Liberal, passando a defender um levante armado para derrubar o presidente Washington Luís e impedir a posse de Prestes. Com a vitória do levante armado da Aliança Liberal, Oswaldo Aranha defendeu que a presidência fosse entregue a Vargas.
Assumiu provisoriamente o governo do Rio Grande do Sul sendo nomeado por Vargas. Posteriormente, foi nomeado para o Ministério da Justiça, permanecendo na função entre 1930 e 1931. Depois, assumiu o Ministério da Fazenda, permanecendo de 1931 a 1934. Após abandonar o ministério, foi embaixador brasileiro nos Estados Unidos entre 1934 e 1938.
Durante o Estado Novo, Oswaldo Aranha assumiu a posição de ministro das Relações Exteriores, cargo que ocupou entre 1938 e 1944. Nesse período, ele foi um dos grandes defensores da aproximação do Brasil com os Estados Unidos no contexto da Segunda Guerra Mundial. Em 1944, afastou-se da vida pública por discordâncias com Getúlio Vargas a respeito do autoritarismo com que este conduzia o Brasil durante o Estado Novo.
Entre 1944 e 1947, dedicou-se à advocacia e ao trabalho empresarial, e, com a queda de Vargas, apoiou a candidatura de Eduardo Gomes, candidato pela União Democrática Nacional (UDN), na eleição de 1945. Na década de 1950, atuou no segundo governo de Vargas. Faleceu em 1960, no Rio de Janeiro.
Oswaldo Aranha na ONU
Em fevereiro de 1947, foi nomeado pelo governo de Eurico Dutra para chefiar a delegação brasileira na Organização das Nações Unidas. Oswaldo Aranha presidiu a II Assembleia Geral da ONU e conduziu um dos debates mais importantes da época: a disputa da Palestina por judeus e árabes palestinos.
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Oswaldo Aranha e a criação de Israel
Em 1948, o mandato britânico na Palestina se encerraria, e a tensão entre árabes e judeus na região aumentava exponencialmente. A solução do conflito na Palestina era, então, essencial para a recém-criada ONU. Oswaldo Aranha presidiu a sessão que debateu a questão da divisão da Palestina, estabelecendo a solução de dois Estados.
A divisão do território para que palestinos e judeus pudessem formar os seus Estados nacionais foi levada para votação, sendo aprovada por meio da Resolução 181. Oswaldo Aranha cumpriu um importante papel diplomático negociando com diversas delegações a questão da divisão do território palestino.
Ele tinha boa relação com judeus, sobretudo nos Estados Unidos, e atuou diretamente para garantir a divisão do território. A aprovação da resolução da ONU permitiu que o Estado de Israel fosse criado no ano seguinte, em 1948. A aprovação da resolução contou, obviamente, com o apoio do Brasil.
Leia mais: Questão Palestina — movimento dos palestinos em busca da criação de um Estado
Homenagens a Oswaldo Aranha
O trabalho de Oswaldo Aranha na criação do Estado de Israel e seu papel à frente da Assembleia da ONU foram considerados muito importantes. A partir de então, estabeleceu-se uma tradição em homenagem ao diplomata brasileiro: o Brasil sempre inaugurará os discursos na Assembleia Geral da ONU.
Além disso, existem nomes de ruas em homenagem a Oswaldo Aranha em Tel-Aviv, capital de Israel, e em Bersebá. Existe também uma rua em homenagem a Oswaldo Aranha em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. Mais recentemente, ele teve seu nome adicionado ao Livro dos heróis e heroínas da pátria, um memorial para personalidades significantes na história brasileira.
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Filé à Oswaldo Aranha
Uma homenagem inusitada que existe a Oswaldo Aranha é o nome de um prato típico do Rio de Janeiro. Na década de 1930, o diplomata residia no Rio de Janeiro e frequentava a Lapa, principalmente um restaurante chamado Cosmopolita. Lá ele tinha o costume de comer um prato feito com filé-mignon. Seu hábito de pedir com frequência esse pedido fez com que o prato passasse a ser chamado de filé à Oswaldo Aranha.
Legado de Oswaldo Aranha
O trabalho de Oswaldo Aranha deixou alguns legados para o Brasil:
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Projetou o Brasil internacionalmente nas relações internacionais.
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Garantiu prestígio à diplomacia brasileira pela forma como conduziu as negociações que resultaram na Resolução 181.
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Aproximou as diplomacias do Brasil e dos EUA entre si.
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Atuou na pacificação da América do Sul no contexto da Guerra do Chaco etc.
Créditos da imagem
[1]FGV CPDOC
Fontes
ABDALA, Vitor. Saiba porque Oswaldo Aranha é homenageado em praças e ruas de Israel. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2023-10/saiba-quem-foi-oswaldo-aranha
CORREIA, Salatiel Soares. A história de Oswaldo Aranha, político que foi decisivo para a criação de Israel. Disponível em: https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/a-historia-de-oswaldo-aranha-politico-que-foi-decisivo-para-a-criacao-de-israel-540815/
MOREIRA, Regina da Luz. Oswaldo Aranha. Disponível em: https://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-republica/ARANHA,%20Oswaldo.pdf
VEIGA, Edison. Quem foi Oswaldo Aranha, o brasileiro que ajudou a criar o Estado de Israel. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/c0wxwr76er1o