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A matéria viva é constituída por moléculas inorgânicas, por moléculas orgânicas e por íons.
A classificação entre substâncias inorgânicas e orgânicas ocorreu na metade do século XVIII e dizia-se que o primeiro grupo era constituído de compostos de origem mineral, sem vida. Já o grupo dos compostos orgânicos se originava dos organismos vivos vegetais e animais. Porém, esse conceito se tornou incorreto ao longo do tempo, pois algumas substâncias orgânicas passaram a ser também sintetizadas em laboratório.
Assim, as moléculas inorgânicas passaram a ser aquelas que não contêm o elemento carbono (salvo algumas exceções, como o dióxido de carbono (CO2)).
Já as moléculas orgânicas são aquelas em que o principal constituinte é o elemento carbono, que está associado principalmente aos átomos de hidrogênio (H) e também ao enxofre (S), fósforo (P), nitrogênio (N) e oxigênio (O).
A água (H2O) é uma molécula inorgânica muito importante e é a mais abundante, pois corresponde à quase metade de toda a constituição da matéria viva na natureza. Ela compõe mais de 70% de nosso organismo e está presente em inúmeras reações de origem e manutenção da vida. Por exemplo, o processo de fecundação é facilitado pela hidrólise, que é a reação química em que ocorre a quebra de uma ligação por meio da adição da molécula de água. Sem a água também não haveria o transporte de oxigênio do sangue e os nutrientes até as células.
A água está presente também na manutenção das plantas, pois sem ela não haveria o processo da fotossíntese que realiza a nutrição vegetal.
Na água estão presentes vários íons, que são átomos ou grupos de átomos que possuem carga eletrônica positiva (cátions) ou negativa (ânions). Esses íons estão presentes em menor quantidade nos seres vivos, correspondem a cerca de 1% aproximadamente, mas também são imprescindíveis para a manutenção da vida.
Por exemplo, o cátion sódio (Na+), que pode ser ingerido por meio do sal (NaCl), peixes e carnes, é responsável por regular os fluidos corpóreos. A falta desse íon pode causar ansiedade, diarreia e problemas circulatórios. É claro que seu excesso também faz mal, podendo levar à retenção urinária, sede e edema.
O cálcio (Ca2+) compõe 90% dos nossos ossos e dentes e é o responsável por fortalecer a estrutura óssea, bem como por agir como relaxante muscular. Sua carência leva ao tétano, cãibra muscular e osteoporose, seu excesso leva ao relaxamento dos músculos, a ter dor nos ossos e pedras nos rins.
Esses são apenas dois dos vários exemplos de íons que fazem parte da constituição química da matéria viva.
Mas, as moléculas que estão presentes em maior quantidade nos organismos vivos são as moléculas orgânicas. Por exemplo, o nosso organismo é composto de mais de 60% de compostos orgânicos em massa. As membranas dos glóbulos vermelhos e dos brancos de nosso sangue são formadas por lipídios e proteínas, que são moléculas orgânicas. O próprio DNA, que transmite as características hereditárias de cada espécie, é constituído basicamente de proteínas.
A glicose produzida na fotossíntese é formada apenas por carbonos, hidrogênios e oxigênios (C6H12O6), isto é, é uma molécula orgânica.
O leite materno é rico em água e em vários compostos químicos orgânicos, como carboidratos, proteínas, gorduras e vitaminas.
As frutas e os vegetais, sementes e grãos, laticínios e carnes são alimentos constituídos por um ou mais nutrientes, tais como as vitaminas, carboidratos, lipídeos (gorduras), proteínas, sais minerais e água, que temos que ingerir para que nosso corpo continue funcionando regularmente.
A importância das moléculas orgânicas para a matéria viva é mostrada por meio do ciclo do carbono, em que o fluxo de energia e de matéria orgânica mantém o equilíbrio biológico e recicla o elemento carbono.
Por Jennifer Fogaça
Graduada em Química