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A bomba de hidrogênio ou bomba H se baseia na reação nuclear de fusão não controlada. Uma fusão nuclear ocorre quando dois núcleos menores se unem e originam um núcleo maior e mais pesado, liberando uma quantidade colossal de energia.
Por exemplo, esse tipo de reação é o que ocorre no Sol, onde 4 prótons (núcleos de hidrogênios) se unem para formar um núcleo de hélio, liberar um pósitron e uma grande quantidade de energia:
Entretanto, para que esse tipo de reação ocorra, são necessárias temperaturas elevadíssimas, como as que existem no Sol, na ordem de 10 milhões de graus Celsius, para vencer as forças de repulsão entre as cargas positivas no núcleo.
Assim, para conseguir que uma reação de fusão nuclear se inicie, colocando a bomba H em funcionamento, explodem-se bombas atômicas, que fornecem a energia necessária para a ativação.
A fusão que se realiza na bomba H não é entre hidrogênios como a do Sol, mas sim entre seus isótopos, o deutério (12H ou 12D) e o trítio (13H ou 13T). Essa reação libera mais energia e ocorre numa velocidade ainda maior:
A seguir é mostrado um esquema da bomba de hidrogênio:
No reservatório A é colocado uma quantidade de hidreto de lítio, que age como fonte de deutério e de trítio, e aumenta ainda mais a velocidade da energia liberada, porque quando o lítio (36Li) é atingido pelos nêutrons liberados na fusão, ele sofre uma transmutação nuclear e origina mais trítio para a reação. Esse reservatório também fica cercado por várias bombas atômicas pequenas (em roxo e laranja) que, conforme já explicado, irão detonar e fornecer a energia necessária para iniciar a fusão. No invólucro C, há urânio 238 que ajuda a aumentar a força explosiva da bomba de hidrogênio.
A fusão nuclear libera muito mais energia que a fissão nuclear (reação base da bomba atômica). Assim, estima-se que tenha poder de destruição cerca de 700 vezes maior que a bomba que foi lançada em Hiroshima.
No ano de 1953, foi lançada a primeira bomba de hidrogênio pelos norte-americanos, como um teste apenas. No mesmo ano, os russos também realizaram explosões desse tipo de bomba. Entre 1956 e 1957, foram registradas 18 explosões em nível experimental dos norte-americanos, ingleses e russos.
Esses testes pararam quando o cientista Linus Pauling conseguiu fazer com que os países citados assinassem, em 1964, um acordo se comprometendo a não realizar mais testes com bombas nucleares a céu aberto.
Por Jennifer Fogaça
Graduada em Química