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Tsar Bomb – A bomba mais potente da história

A Tsar Bomb, ou bomba RDS-220, de fabricação soviética, foi a bomba termonuclear mais potente já construída, tendo sido detonada em 1961.

Andrei Sakharov foi o cientista que liderou o projeto de criação da Tsar Bomb*
Andrei Sakharov foi o cientista que liderou o projeto de criação da Tsar Bomb*
Crédito da Imagem: Shutterstock
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Tsar-Bomb, bomba termonuclear RDS-220

Tsar Bomb foi o nome dado à bomba de Hidrogênio, ou bomba termonuclear, RDS 220, fabricada pela União Soviética e testada em 30 de outubro de 1961. Com um potencial explosivo correspondente a 57 megatons, isto é, 57 megatoneladas (milhões de toneladas) de TNT (dinamite convencional), a Tsar Bomb foi a bomba atômica mais potente já criada. Para compreendermos melhor o impacto produzido por essa bomba nos âmbitos científico e político, é necessário relembrarmo-nos do contexto em que ela foi criada.

Contexto: Guerra Fria e “Corrida Armamentista”

Com a descoberta da fissão nuclear, em 1939, e o subsequente uso desse tipo de reação física na composição de bombas atômicas como aquelas lançadas, pelos Estados Unidos da América, sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 1945, a possibilidade de autodestruição da humanidade se tornou real. Com o fim da guerra, as duas superpotências sobressalentes, EUA e URSS, passaram a investir maciçamente na produção de armamento nuclear, bem como em pesquisas que possibilitassem aumentar a potência dos artefatos.

Assim sendo, busca pela bomba de maior poder destrutivo deu a tônica da Guerra Fria. Os anos 1950 e 1960 foram marcados por essa “corrida armamentista”, que desembocou na produção das bombas de Hidrogênio – centenas de vezes mais potentes que as bombas de fissão nuclear.

As bombas de Hidrogênio

A primeira bomba de Hidrogênio construída foi a Mike, de fabricação americana. Mike foi testada em 1º de novembro de 1952, no atol de Enewetak, localizado nas ilhas Marshall. Seu poder explosivo foi de 10 megatons de potência, o equivalente a cerca de 700 bombas de fissão de urânio, como aquela lançada sobre Hiroshima. Dois anos depois, os EUA construíram outra bomba de Hidrogênio, batizada de Castle Bravo. Essa bomba foi detonada em 1º de março de 1954, no atol Bikini, no oceano pacífico e chegou à potência de 15 megatons.

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Em 1955, aos 22 dias do mês de novembro, os soviéticos fizeram o teste com a sua primeira bomba de Hidrogênio, a RDS-37, de 1,6 megatons de potência. O grupo de cientistas e militares que deram início ao programa de bombas termonucleares da URSS foi liderado pelo físico Andrei Sakharov. Foi esse grupo que ficou responsável pela realização da ordem do líder soviético Nikita Kruchev, que queria uma bomba de 100 megatons de potência.

No entanto, uma bomba de tal magnitude teria uma série de entraves, a começar pelo peso da cápsula que a conteria. Além disso, o risco de sua detonação era imenso, de modo que os projetistas liderados por Sakharov tiveram que reduzir a potência de 100 para 50 megatons.

Explosão da Tsar-Bomb

Em 30 de outubro de 1961, o modelo mais potente de bomba de Hidrogênio foi testado no arquipélago de Nova Zembla, no Oceano Ártico. A potência da explosão foi superior ao esperado, atingindo 57 megatons. O nome oficial do modelo da bomba era RDS-37; pesava 27 toneladas, tinha um diâmetro de 2 metros e altura de 8 metros. Ela foi transportada por um avião modelo Tu-95-202, especialmente equipado para isso. O avião lançou-a com um paraquedas, para que não chegasse ao solo antes do momento esperado. A explosão gerou um raio de 35 quilômetros de destruição, o suficiente para destruir instantaneamente uma metrópole como São Paulo ou Paris. Abaixo, podemos ver o momento da detonação da Tsar Bomb. A nuvem em forma de cogumelo, como o próprio vídeo destaca, chegou a 60 quilômetros de altura:

O nome “Tsar Bomb” é uma referência ao tzar (ou czar) russo Ivan, O Terrível, que viveu no século XVI. Por isso, outro nome que foi dado foi “Ivan”.

*Créditos da imagem: Shuttersotck e Ppictures

Por Me. Cláudio Fernandes

Escritor do artigo
Escrito por: Cláudio Fernandes Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

FERNANDES, Cláudio. "Tsar Bomb – A bomba mais potente da história"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/tsar-bomb-a-bomba-mais-potente-historia.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

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