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A Batalha de Kursk foi uma batalha que aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e que ficou conhecida como a maior batalha de blindados da história da humanidade. Ocorrida nas proximidades da cidade russa de Kursk, em julho de 1943, ela levou a uma decisiva vitória dos soviéticos. Além disso, esse confronto representou a última grande ofensiva do exército alemão em território soviético.
Leia também: Batalha de Stalingrado — detalhes sobre a maior batalha travada durante a Segunda Guerra Mundial
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre a Batalha de Kursk
- 2 - Antecedentes históricos da Batalha de Kursk
- 3 - Como foi a Batalha de Kursk?
- 4 - Consequências da Batalha de Kursk
Resumo sobre a Batalha de Kursk
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A Batalha de Kursk foi uma batalha da Segunda Guerra Mundial que ficou conhecida como a maior da história em número de blindados.
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A derrota na Batalha de Stalingrado em fevereiro de 1943 impediu os planos de Adolf Hitler de vencer a União Soviética rapidamente.
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Os alemães decidiram atacar uma posição enfraquecida da linha do exército soviético, que estava nas proximidades da cidade de Kursk.
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Originalmente prevista para ocorrer em maio, a Batalha de Kursk ocorreu nas proximidades da cidade russa de Kursk, em julho de 1943.
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O confronto teve início em 5 de julho de 1943 e teve fim em 22 de julho de 1943, com a vitória soviética.
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Depois do fim do embate, os soviéticos marcharam rumo à cidade de Berlim, onde ocorreu a Batalha de Berlim, o conflito final da Segunda Guera Mundial.
Antecedentes históricos da Batalha de Kursk
Desde a derrota na Batalha de Stalingrado em fevereiro de 1943, o exército alemão havia recuado cerca de 800 km, e o desejo de Adolf Hitler (1889-1945) de uma rápida vitória sobre a União Soviética havia ruído. A capacidade industrial da Alemanha demonstrava claros sinais de enfraquecimento, assim como era baixo o ânimo na Wehrmacht, as Forças Armadas Alemãs.
No início de 1943, as forças soviéticas eram superiores em tudo, sendo sua capacidade industrial gigantesca em relação à produção alemã. Por exemplo, naquele ano a União Soviética produzia, em média, 1.200 tanques T-34 por mês. As melhores unidades alemãs eram o Panther e o Tiger, dos quais a Alemanha produziu cerca de 7.500 em toda a guerra. |1| Além disso, a reposição das perdas em vida humana era feita de uma maneira impressionante pelo país comunista.
Após meses de derrotas e recuos, a Alemanha havia conseguido interromper uma ofensiva soviética e resolveu atacar. Então, os alemães escolheram uma posição enfraquecida da linha do exército soviético, que estava nas proximidades da cidade de Kursk – na fronteira entre as atuais Rússia e Ucrânia. A esperança de Hitler era aproveitar-se dessa posição vulnerável do país inimigo para impor uma pesada derrota, que reverteria o quadro da guerra contra a União Soviética.
Além disso, a derrota dos exércitos alemães no Norte da África tornava iminente uma invasão da Itália. Assim, a Alemanha precisava reassumir o controle da guerra na União Soviética para poder defender suas posições italianas. A preocupação de Hitler com a Itália era reforçada pela desconfiança quanto às competências das tropas italianas.
O ataque à cidade de Kursk havia sido planejado originalmente para maio, porém o líder nazista adiou o plano por dois meses. Isso aconteceu porque Hitler aguardava a chegada de tanques Panther, ainda em produção naquele momento. Esse adiamento permitiu ao exército soviético construir uma série de defesas e obstáculos, os quais fortaleceram suas posições. A União Soviética ergueu milhares de quilômetros de trincheiras, além de instalar arame farpado e inúmeras minas terrestres. Os soviéticos também construíram fossos antitanques.
Vale observar que a ofensiva alemã foi vista com ressalva por muitos de seus generais, porém o ataque aconteceu mesmo assim: foram mobilizados 780 mil alemães contra cerca de 1,9 milhão de soviéticos. Isso significa que havia uma proporção de cerca de três soviéticos para cada soldado alemão.
Veja também: Operação Barbarossa — o início do conflito entre Alemanha e União Soviética na Segunda Guerra Mundial
Como foi a Batalha de Kursk?
A Batalha de Kursk começou com uma grande ofensiva alemã, a Operação Zitadelle (Citadela), que começou no dia 5 de julho de 1943, após ser adiada por dois meses. O principal objetivo do ataque era pegar o inimigo desprevenido. Entretanto, isso não aconteceu, pois a inteligência Aliada havia interceptado mensagens dos alemães por meio do sistema Ultra de espionagem, o que tornou os planos nazistas de conhecimento soviético. Assim, quando os alemães atacaram, a União Soviética estava preparada para revidar.
O ataque à cidade de Kursk mobilizou, aproximadamente, 2.700 tanques alemães contra cerca de 3.600 tanques soviéticos, além de aqueles contarem ainda com dois mil aviões contra 2.400 aviões soviéticos e 10 mil peças de artilharia contra 20 mil dos soviéticos. |2| Originalmente, a ideia era utilizar-se dessa força nos moldes da blitzkrieg – ataques coordenados entre todas as forças do exército alemão de forma a abrir uma brecha e penetrar nas defesas adversárias.
O confronto entre os alemães e os soviéticos iniciou-se em 5 de julho. As primeiras batalhas entre as aviações contaram com certa vantagem para os alemães. Segundo Max Hastings, após três dias de batalha, eles haviam avançado cerca de 29 km. |3| Depois de uma semana sem conseguir furar as defesas soviéticas, o ataque alemão perdeu força.
Em 12 de julho, uma ofensiva soviética aconteceu em uma batalha conhecida por tanques atirando uns contra os outros a uma distância muito curta, além de soldados dos dois países atirarem uns contra os outros em campo aberto e à queima-roupa. No dia 13, Hitler convocou os seus generais e ordenou o recuo das tropas alemãs com o objetivo de fortalecer as posições na Itália. A retirada alemã iniciou-se em 22 de julho, e a derrota estava consolidada.
Consequências da Batalha de Kursk
A derrota em Kursk custou cerca de 50 mil soldados aos alemães contra 170 mil soviéticos. Além de perda material gigantesca, o enfraquecimento alemão após o ataque levou a uma grande ofensiva soviética, o que resultou na retomada das cidades de Orel e Begolrod, em 5 de agosto; Briansk, no dia 18; e Kharkov, no dia 25.
Conforme disse Antony Beevor, após Kursk, “o sonho de Hitler de garantir os campos petrolíferos do Cáucaso estava destruído para sempre”. |4| Para os soviéticos, a vitória em Kursk iniciou a marcha rumo à cidade de Berlim, onde ocorreu a Batalha de Berlim, o conflito final da Segunda Guera Mundial.
Crédito de imagem
[1] Andrii Zhezhera / Shutterstock
Notas
|1| HASTINGS, Max. O mundo em guerra 1939-1945. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2012, p. 401.
|2| HASTINGS, Max. O mundo em guerra 1939-1945. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2012, p. 407.
|3| HASTINGS, Max. O mundo em guerra 1939-1945. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2012, p. 410.
|4| BEEVOR, Antony. Segunda Guerra Mundial. Rio de Janeiro: Record, 2015, p. 544.
Fontes
BEEVOR, Antony. Segunda Guerra Mundial. Rio de Janeiro: Record, 2015.
HASTINGS, Max. O mundo em guerra 1939-1945. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2012.