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Daniel Ortega

Daniel Ortega é um político da Nicarágua, conhecido por governar ditatorialmente seu país desde 2007. Foi um dos líderes da Revolução Sandinista de 1979.

Daniel Ortega falando diante de microfones.
Daniel Ortega participou da Revolução Sandinista e teve seu primeiro governo entre 1985 e 1990. Retornou ao poder da Nicarágua em 2007.[1]
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Daniel Ortega é um político nicaraguense e presidente da Nicarágua, desde 2007. Também já foi presidente desse país entre os anos de 1985 e 1990, e atualmente é reconhecido como um ditador. Ele centralizou o poder em si e desmontou a estrutura democrática de seu país.

Ortega também ficou reconhecido como um guerrilheiro da Revolução Sandinista, sendo um dos membros da junta que governou provisoriamente o país até a eleição presidencial que o levou ao seu primeiro mandato. Esse primeiro governo, diferentemente dos outros, ficou marcado por inúmeras ações de combate à desigualdade na Nicarágua.

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Tópicos deste artigo

Resumo sobre Daniel Ortega

  • Daniel Ortega é um político nicaraguense conhecido por seu governo autoritário.

  • Na juventude, foi um comunista que fez parte da Frente Sandinista.

  • Participou da Revolução Sandinista, evento que derrubou a ditadura dos Somoza.

  • Foi presidente da Nicarágua na década de 1980, realizando, nesse período, um governo democrático e popular.

  • Em 2006, foi eleito novamente para presidência, implantando um governo autoritário.

Origens de Daniel Ortega

José Daniel Ortega Saavedra nasceu no dia 11 de novembro de 1945, na cidade de La Libertad, na Nicarágua. Ele pertencia a uma família de trabalhadores e de condição financeira simples. Seu pai se chamava Daniel Ortega Cerda e sua mãe, Lidia Saavedra. A família de Ortega era abertamente contra a ditadura de Anastasio Somoza García.

Somoza havia tomado o poder na Nicarágua a partir de um golpe em 1936. O pai de Ortega então fez parte da guerrilha liderada por César Augusto Sandino e perseguida pela ditadura, e a mãe de Ortega foi presa pelo mesmo regime. Esse ambiente fez Ortega se posicionar contrário à ditadura dos Somoza desde a sua juventude.

Em meados da década de 1950, sua família mudou-se para Manágua, capital da Nicarágua, e lá ele realizou parte da sua formação educacional. Na sua juventude, chegou a frequentar a Universidad Centroamericana, onde cursou Direito, e ingressou na Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) no ano de 1963.

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Atuação revolucionária de Daniel Ortega

A Frente Sandinista de Libertação Nacional foi uma guerrilha que surgiu na Nicarágua no começo da década de 1960. Esse grupo se formou como movimento de resistência à ditadura dos Somoza, que governavam a Nicarágua de maneira autoritária desde a década de 1930. O movimento ganhou esse nome em homenagem à guerrilha de César Augusto Sandino, e tinha inspiração ideológica no marxismo.

Pela FSLN, Daniel Ortega foi preso, em 1967, ao assaltar um banco com o objetivo de levantar fundos para o grupo. Ele passou sete anos na prisão, período no qual foi bastante torturado, e, em 1974, foi libertado em uma negociação do governo nicaraguense com os sandinistas para a execução de uma troca de prisioneiros.

No mesmo ano, Ortega exilou-se em Cuba, e lá pôde aprimorar sua capacidade como soldado de uma guerrilha. Poucos anos depois, ele retornou para a Nicarágua, mas seu retorno foi secreto e teve atuação na formação de uma grande frente de oposição à ditadura de Anastasio Somoza Debayle (filho de Anastasio Somoza García), no final da década de 1970.

Em 1979, eclodiu uma guerra civil na Nicarágua, e Anastasio Somoza fugiu e recebeu refúgio no Paraguai. O sucesso da luta sandinista fez com que o acontecimento recebesse o nome de Revolução Sandinista. Após isso, uma junta foi organizada para governar provisoriamente a Nicarágua, e Daniel Ortega foi um de seus membros. A partir de 1981, essa junta passou a ser liderada por ele.

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Daniel Ortega na presidência da Nicarágua

Com o sucesso da Revolução Sandinista, uma eleição presidencial foi organizada na Nicarágua, e Daniel Ortega concorreu à presidência pela FSLN. Ele disputou essa eleição com Clemente Chávez, representante do conservadorismo na Nicarágua. Daniel Ortega venceu o pleito, tornando-se presidente do país.

No período que esteve à frente da Nicarágua, nesse primeiro governo, uma série de mudanças foram iniciadas no país da América Central. Foi realizada uma série de desapropriações de terras que deu início a um processo de reforma agrária, permitindo que milhares de famílias pudessem tirar o seu sustento da agricultura.

Foram iniciadas campanhas de alfabetização e de vacinação da população nicaraguense com o objetivo de reduzir as taxas de analfabetismo e de doenças, como a poliomelite. Além disso, parte da economia do país foi estatizada, com destaque para o setor financeiro. Apesar dessas medidas, houve críticas à política do governo de Ortega, como no tratamento dado pelo governo aos indígenas da Nicarágua.

O primeiro governo de Ortega teve expressivos resultados no aspecto social, mas no campo econômico sofreu consideravelmente. Isso porque a Nicarágua passou a ser vítima de sanções econômicas por parte do governo de Ronald Reagan, presidente dos Estados Unidos. Reagan temia que o exemplo da Nicarágua resultasse em novas revoluções de inspiração socialista na América Central.

Além disso, o governo Reagan financiou guerrilhas contrarrevolucionárias que tinham o objetivo de derrubar os sandinistas do poder. A junção da guerra civil na Nicarágua com as sanções norte-americanas fez com que o governo de Ortega acumulasse resultados ruins na economia. Na eleição presidencial de 1990, Ortega foi derrotado por Violeta Chamorro.

Ditadura de Ortega na Nicarágua

Depois da derrota em 1990, Ortega concorreu à presidência da Nicarágua nas eleições de 1996 e 2001, sendo derrotado em ambas. Na eleição de 2006, ele concorreu novamente, e despiu-se de suas antigas influências comunistas, abandonando as cores dos sandinistas, por exemplo.

Ele adotou um discurso religioso e demonstrou ter algumas posições mais conservadoras. O resultado lhe deu a vitória ao obter mais de 38% dos votos. Ao assumir o seu segundo mandato, Ortega iniciou um governo centralizador que, pouco a pouco, foi destruindo as instituições que sustentavam a democracia na Nicarágua.

Ortega realizou repetidas reformas constitucionais com o intuito de garantir que ele pudesse governar a Nicarágua por vários mandatos. Na Nicarágua não havia possibilidade de reeleição, e todos os impedimentos foram retirados, permitindo que Ortega chegasse ao seu quarto mandato seguido na eleição presidencial de 2021.

Seu governo também ficou marcado por perseguir violentamente a oposição, chegando a cassar a licença de partidos de oposição e perseguindo políticos que concorriam contra ele nas eleições presidenciais. Houve, inclusive, perseguição do seu governo contra a Igreja Católica.

As eleições presidenciais realizadas durante o governo de Ortega foram criticadas pela comunidade internacional, pois seus pleitos foram acusados de manipulações e fraudes. Por fim, a Nicarágua é reconhecida como a segunda nação mais pobre do Hemisfério Ocidental (atrás do Haiti), e o governo de Ortega fez pouco para reverter esse quadro.

A ditadura violenta conduzida por Daniel Ortega, somada à pobreza do país e à falta de ações governamentais para reduzi-la, fez dele uma figura odiável na Nicarágua. Ele é comparado atualmente com os ditadores contra os quais um dia lutou. Essa insatisfação da população foi manifestada em 2018 por meio de protestos que foram reprimidos com violência pelas forças policiais nicaraguenses.

Créditos da imagem:

[1] Rob Crandall e Shutterstock

 

Por Daniel Neves
Professor de História

Escritor do artigo
Escrito por: Daniel Neves Silva Formado em História pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e especialista em História e Narrativas Audiovisuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Atua como professor de História desde 2010.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SILVA, Daniel Neves. "Daniel Ortega"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/daniel-ortega.htm. Acesso em 18 de dezembro de 2024.

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