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Hugo Chávez

Hugo Chávez foi um militar venezuelano que se tornou presidente da Venezuela em 1999, governando o país até 2013. Seu projeto político ficou conhecido como bolivarianismo.

Hugo Chávez foi presidente da Venezuela entre 1999 e 2013.*
Hugo Chávez foi presidente da Venezuela entre 1999 e 2013.*
Crédito da Imagem: shutterstock
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Hugo Rafael Chávez Frias foi presidente da Venezuela no período entre 1999 e 2013. Militar por formação, Hugo Chávez tornou-se uma figura política após a tentativa de tomar o poder por meio de um golpe, no começo da década de 1990. Após tornar-se presidente, Hugo Chávez desenvolveu uma forma de governo conhecida como bolivarianismo. Faleceu em 2013 em decorrência de um câncer na região pélvica.

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Biografia

Hugo Rafael Chávez Frias nasceu em 28 de julho de 1954 na cidade de Sabaneta, localizada na Venezuela. Seus pais chamavam-se Hugo de los Reyes Chávez e Elena Frías, ambos eram professores de escolas de ensino primário. Por pertencer a uma família humilde e sem muitos recursos, Hugo Chávez logo ingressou no exército.

Quando tinha 17 anos, ingressou na Academia Militar do Exército Venezuelano, local no qual permaneceu matriculado até os 21 anos. Depois dos estudos, ingressou na vida militar e permaneceu no exército venezuelano durante muitos anos, chegando a alcançar a patente de tenente-coronel.

Saiba mais: Relações entre Venezuela e Colômbia

Tentativa de golpe

Na década de 1980 Hugo Chávez, influenciado por Simón Bolívar, inaugurou um movimento revolucionário chamado Movimiento Bolivariano Revolucionario 200. O MBR-200, como também ficou conhecido, foi responsável por realizar o golpe militar em 1992 contra o então presidente Carlos Pérez.

Esse golpe contou com a participação de Hugo Chávez e resultou no fracasso e na prisão daqueles que tentaram tomar o poder venezuelano. Apesar de derrotado e preso, a reputação de Chávez cresceu consideravelmente em toda a Venezuela, principalmente após ser entrevistado por uma TV em cadeia nacional.

Chávez foi libertado dois anos depois pelo presidente Rafael Caldeira e, então, ingressou para a carreira política com o objetivo de tornar-se presidente da Venezuela. Como parte da sua campanha às eleições presidenciais de 1998, Chávez desenvolveu um discurso que “atacava o que ele caracterizava como uma elite corrupta, prometendo construir uma democracia mais ‘autêntica’, que usasse a imensa riqueza em petróleo do país para melhorar a vida dos pobres”|1|.

Com esse discurso e em virtude da fama por ter liderado o golpe em 1992, Hugo Chávez conseguiu convencer a população venezuelana a escolhê-lo como presidente. Assim, Hugo Chávez foi eleito com 56% dos votos. Iniciava-se, então, uma trajetória de 14 anos de Chávez no poder.

Acesse também: Saiba mais sobre a imigração venezuelana para o Brasil.

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Governo Chávez

Chávez assumiu a presidência em 1999 e realizou uma série de transformações na Venezuela, começando pela convocação de uma Assembleia Constituinte para redigir uma nova Constituição para seu país. Com um projeto de Constituição elaborado somente por seus aliados, Chávez convocou novas eleições presidenciais em 2000.

Nessas eleições, Chávez foi reeleito com quase 60% dos votos e, conforme estipulava a Constituição de 1999, seu mandato teria a duração de seis anos. O governo de Hugo Chávez é encarado por muitos historiadores e cientistas políticos como populista. Apesar de ter realizado medidas para ampliar a distribuição de renda no país, Chávez promoveu reformas que, pouco a pouco, minaram a democracia no país.

A ascensão política de Chávez está diretamente relacionada com a atuação de Rafael Caldeira, senador da Venezuela na época em que os militares liderados por Chávez tentaram tomar o poder do país. Ao perceber que Chávez tinha tornado-se popular, Caldeira flertou pública e politicamente com os rebeldes, garantido o apoio do povo. Dessa forma, conseguiu vencer as eleições de 1993.

Durante a presidência, Caldeira foi o responsável por ordenar a libertação de Chávez e por retirar todas as acusações contra ele em 1994. A partir desse momento, Chávez caminhou para a presidência venezuelana.

Após assumir em 1999, Chávez ampliou a distribuição de renda, o acesso da população à educação e à saúde e criou programas de bem-estar social. A política populista de Chávez, no entanto, desagradava a elite econômica da Venezuela, a qual iniciou uma conspiração contra o presidente.

Golpe de Estado de 2002

O crescimento da oposição a Chávez na Venezuela resultou em um golpe militar contra seu governo em 11 de abril de 2002. Dessa forma, Chávez foi destituído da presidência, e Pedro Carmona foi colocado em seu lugar. O golpe contra Chávez, no entanto, teve vida curta, já que dois dias depois foi reconduzido à presidência do país por militares leais ao seu governo.

Projeto político

O golpe de 2002 e o crescimento da oposição ao governo levaram Hugo Chávez a caminhar abertamente para o enfraquecimento da democracia venezuelana. Uma das medidas adotadas foi a indicação de doze novos juízes, aliados ao seu governo, para compor a Suprema Corte, que passou a contar com 42 magistrados. Com essa determinação, Chávez visava ao aparelhamento, ou seja, ao enfraquecimento da atuação da instituição.

Durante seu governo, Hugo Chávez procurou reforçar os laços com os países vizinhos, como a Bolívia, governada pelo presidente Evo Morales.**
Durante seu governo, Hugo Chávez procurou reforçar os laços com os países vizinhos, como a Bolívia, governada pelo presidente Evo Morales.**

Chávez reforçou o militarismo de seu governo e baseou a economia venezuelana no petróleo, o principal produto do país. Outra medida tomada por Chávez foi reforçar o apoio internacional de seu governo, estreitando laços com nações vizinhas, como Equador, Bolívia, Paraguai, etc.

Chávez defendia que o seu governo era baseado no “bolivarianismo” e falava que seu projeto político fazia parte do “socialismo para o século XXI”. Durante seu governo, tecia críticas contundentes contra o “imperialismo americano”.

Acesse também: Entenda a crise da economia e política da Venezuela

Morte de Hugo Chávez

Em 2011, Hugo Chávez foi diagnosticado com câncer na região pélvica. A partir daí, iniciou uma série de tratamentos médicos tanto em Cuba quanto na Venezuela. Enquanto fazia seu tratamento, Chávez concorreu à eleição presidencial de 2012 e obteve uma vitória razoavelmente apertada, com 55% dos votos.

O câncer de Chávez tornou-se mais agressivo, e o presidente venezuelano acabou falecendo em 5 de abril de 2013. Com a morte de Chávez, foi convocada uma nova eleição presidencial em 2013. Nessa eleição, com uma margem apertadíssima de votos, Nicolás Maduro foi eleito o novo presidente venezuelano. Durante a presidência de Maduro, iniciou-se na Venezuela a maior recessão econômica da história do país.

|1| LEVITSKY, Steven e ZIBLATT, Daniel. Como as democracias morrem. Rio de Janeiro: Zahar, 2018, p. 15.

*Créditos da imagem: Northfoto e Shutterstock

**Créditos da imagem: Harold Escalona e Shutterstock

Por Daniel Neves
Graduado em História

Escritor do artigo
Escrito por: Daniel Neves Silva Formado em História pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e especialista em História e Narrativas Audiovisuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Atua como professor de História desde 2010.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SILVA, Daniel Neves. "Hugo Chávez"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biografia/hugo-chavez.htm. Acesso em 24 de abril de 2024.

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