Notificações
Você não tem notificações no momento.
Novo canal do Brasil Escola no
WhatsApp!
Siga agora!
Whatsapp icon Whatsapp
Copy icon

Refugiados da Segunda Guerra Mundial

Uma das principais consequências da Segunda Guerra foi a fuga de milhões de pessoas de sua terra natal
Uma das principais consequências da Segunda Guerra foi a fuga de milhões de pessoas de sua terra natal
Imprimir
Texto:
A+
A-
Ouça o texto abaixo!

PUBLICIDADE

A Segunda Guerra Mundial, como sabemos, levou à morte cerca de 70 milhões de pessoas. Entretanto, a morte e a destruição de cidades inteiras não foram os únicos efeitos devastadores da guerra. A fuga de grandes contingentes de pessoas também se enquadrou nos cenários dramáticos da Segunda Guerra Mundial. O número de refugiados desse período, assim como o número de mortos, também é contado em dezenas de milhões.

Os centros em que ocorreram os principais combates e onde atuaram as principais frentes de batalha foram os que produziram o maior contingente de refugiados. Entre esses centros, estavam cidades polonesas, como a capital Varsóvia, que foi incessantemente bombardeada, Londres, Berlim e muitas cidades do Leste Europeu, zona em que os exércitos nazista e soviético enfrentaram-se.

Milhões de poloneses permaneceram em trânsito durante todos os anos da guerra. Só em 1939, primeiro ano da guerra, cerca de 300 mil refugiados polacos deslocaram-se para os domínios soviéticos, fugindo dos nazistas. Porém, no Leste Europeu dominado pela URSS, os poloneses (assim como os judeus) não encontraram a liberdade que almejavam e muitos deles, nos anos seguinte, voltaram para as zonas da Polônia dominadas pelos nazistas.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Nos países do norte, como Inglaterra, Escócia, País de Gales e outros países, como os Países Baixos e a França, a fuga ocorria para regiões rurais, pequenos vilarejos nos quais Seminários, Monastérios, Colégios e outras instituições acolhiam as pessoas consideradas mais vulneráveis, como idosos, mulheres e crianças.

O historiador Norman Davies, em sua obra “A Europa em Guerra”, ressaltou que, na Frente Leste,

os refugiados encontravam-se numa situação particularmente difícil, dado que as áreas da retaguarda estavam sujeitas ao patrulhamento feroz das forças de segurança. Mas no Inverno de 1944-45, à medida que Exército Vermelho avançava, deu-se a (segunda) grande Ostflucht [fuga de Leste]. Não se sabe ao certo quantos milhões de pessoas estiveram envolvidos, mas grande parte da população alemã do Báltico, da Prússia Oriental, da Pomerânia, da Galícia e da Silésia não perdeu tempo.[1]

A presença das ações militares, fosse do Exército Vermelho (soviético), fosse das forças nazistas, sempre era motivo de incerteza para a população civil que ficava diante do “fogo cruzado”, sobretudo quando havia ataque aéreo. Norman Davies prossegue a narrativa sobre os refugiados do Leste, ressaltando a devastação que o Inverno da virada de 1944 para 1945 provocou nessas pessoas:

[…] Estas comunidades eram muitas vezes acompanhadas de não-alemães que tinham iguais motivos para temer a força devastadora dos Soviéticos. Muitos viajavam em carroças puxadas por cavalos, lembrando pioneiros medievais. Outros arrastavam-se, esfarrapados, por entre as colunas exaustas de soldados alemães em retirada. Dezenas de milhares, ou mais, perderam a vida, ao tentar atravessar a pé o Báltico gelado, ou quando foram retidos nos haffs (bacias de água) costeiros.” [2]

NOTAS

[1] DAVIES, Norman. A Europa em Guerra. Edições 70: Lisboa, 2006. p. 391.

[2] Idem. p. 391.


Por Me. Cláudio Fernandes

Escritor do artigo
Escrito por: Cláudio Fernandes Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

FERNANDES, Cláudio. "Refugiados da Segunda Guerra Mundial"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/guerras/refugiados-segunda-guerra-mundial.htm. Acesso em 02 de novembro de 2024.

De estudante para estudante